Covid-19: Quase 70 mil assinaram petição contra resgates a companhias aéreas
Entre as 250 organizações que promovem a petição online contra os resgates financeiros às companhias aéreas afetadas pelo Covid-19 estão a associação Zero, a Aterra e a Greve Climática Estudantil.
Quase 70 mil pessoas assinaram uma petição internacional na Internet contra os resgates financeiros às companhias aéreas afetadas pela pandemia da Covid-19, anunciaram hoje os promotores da iniciativa em Portugal.
A associação ambientalista Zero, a Aterra e a Greve Climática Estudantil estão entre as cerca de 250 organizações que promovem esta petição online, que esta quinta-feira de manhã reunia mais de 68.700 assinaturas.
“Numa altura em que a TAP pressiona para um resgate do Governo”, apelam ao executivo liderado por António Costa para “resistir a qualquer lóbi para se precipitar em salvamentos injustos da aviação”, que nas últimas décadas “fez fortuna” por estar isento de vários impostos e que “contribuiu severamente para a crise climática”.
“Os apoios não podem permitir que o setor da aviação volte ao que era depois de superarmos a covid-19”, afirmam os proponentes, que argumentam que “não é justo salvar a indústria da aviação com o dinheiro dos contribuintes se esta não paga praticamente quaisquer impostos, o que lhe dá uma vantagem injusta sobre os meios de transporte com menores emissões”.
Apontam à aviação a responsabilidade entre 05% e 08% do impacto climático global e salientam que “nas últimas décadas foram obtidos enormes lucros à custa de trabalhadores mal remunerados e em detrimento do clima”.
Defendem o fim das isenções fiscais para as companhias aéreas, que devem “ser obrigadas a pagar um imposto” sobre o combustível que utilizam e “taxas justas e progressivas” sobre os voos frequentes, em vez dos “programas de milhas aéreas que incentivam as viagens de avião”.
“Em vez de socorrer executivos e acionistas, qualquer assistência financeira deve garantir que os trabalhadores sejam apoiados com fortes proteções laborais e de saúde”, com um rendimento básico garantido a comissários de bordo, pilotos, pessoal, de terra, pessoal de catering e outras atividades ligadas à aviação.
Por outro lado, defendem que “as viagens aéreas têm que ser reduzidas” quando terminar a quase paralisia do setor imposta pelas restrições de movimentos decorrentes da pandemia.
Para estas associações, “’voar verde’ é uma ilusão”, pelo que os governos têm que garantir “alternativas a preços acessíveis, como o transporte ferroviário”.
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