Desemprego em máximo pós-guerra não impede subida de Wall Street
Os índices norte-americanos abriram em alta mesmo com a taxa de desemprego a atingir o nível mais elevado desde a segunda guerra mundial.
20,5 milhões. É este o número de pessoas que perdeu o seu emprego nos EUA em abril por causa da pandemia, levando a taxa de desemprego para os 14,7%, o valor mais elevado desde a segunda guerra mundial. Apesar deste dado divulgado esta sexta-feira, Wall Street abriu em alta, prosseguindo os ganhos das últimas sessões.
O S&P 500 sobe 0,93% para os 2.908,10 pontos, o Dow Jones valoriza 1,05% para os 24.127,48 pontos e o Nasdaq, que já sobe há cinco sessões consecutivas, avança 0,62% para os 9.035,78 pontos. No caso do Nasdaq, o índice tecnológico — beneficiando da subida de cotadas como a Microsoft, a Amazon, o Facebook, a Apple e a Alphabet (Google) — já ganha no acumulado do ano de 2020, tendo “apagado” todas as perdas registadas durante o início da pandemia.
Os investidores parecem estar a apostar que o pior da crise pandémica já passou e focam-se mais nos dados a médio prazo, relativizando a histórica subida da taxa de desemprego, que triplicou num só mês. Em fevereiro, a taxa de desemprego era de 4,4%, uma das mais baixas de sempre nos EUA. Contudo, tal já era esperado uma vez que os dados semanais demonstravam a dimensão do problema, pelo que os mercados não foram surpreendidos esta sexta-feira. Acresce que o consenso entre os economistas era de um aumento de 22 milhões de desempregados.
Os mercados bolsistas têm recuperado de forma acentuada desde o final de março, após as fortes perdas provocadas pelo início da pandemia. Os analistas acreditam que têm sido os estímulos monetários sem precedentes e o apoio orçamental a sustentar a subida dos títulos nos EUA. Na sessão de hoje, um dos pontos positivos é um sinal de aproximação entre Pequim e Washington: as autoridades dos dois países disseram que chegaram a bom porto para melhorar a implementação da fase um do acordo comercial. Esta declaração segue-se à ameaça de Donald Trump no início deste mês de impor mais tarifas à China por causa do coronavírus.
Entre as cotadas, o destaque vai para as ações da Disney, que sobem quase 3%, após se saber que os bilhetes da reabertura do parque de diversões em Xangai terem sido vendidos rapidamente. Já os títulos de Uber sobem mais de 5% porque, apesar de a empresa ter tido prejuízos significativos no primeiro trimestre, garantiu aos investidores que a pandemia irá adiar a meta de ser lucrativa por alguns trimestres e não alguns anos.
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