Quebra do PIB em Portugal foi a sexta maior da União Europeia
O Eurostat atualizou esta sexta-feira os dados do PIB do primeiro trimestre, incluindo a desagregação por país. Portugal registou a quinta maior redução do PIB em termos homólogos.
A contração da 2,4% da economia portuguesa, em termos homólogos, no primeiro trimestre, foi a sexta maior da União Europeia, de acordo com os dados do Eurostat divulgados esta sexta-feira que já incluem o número divulgado também hoje pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).
Em média, a economia da Zona Euro contraiu 3,2% (revista em baixo de 3,3%), em termos homólogos, no primeiro trimestre de 2020 no qual já foi parcialmente afetada pela pandemia. Já face ao trimestre anterior, a quebra foi de 3,8%. Dos 20 Estados-membros para os quais já há dados, nove países continuaram a crescer enquanto 11 países viram o seu PIB contrair.
Na comparação homóloga, Portugal está no grupo dos países cuja economia contraiu no primeiro trimestre por causa da pandemia. Contudo, é superado por França (-5,4%, a maior queda), Itália (-4,8%), Espanha (-4,1%), Eslováquia (-4,1%), Bélgica (-2,8%) e igualado pela Áustria (-2,4%). Ainda não há dados para a Grécia, Estónia, Irlanda, Croácia, Luxemburgo, Malta e Eslovénia.
A registarem uma contração mais baixa estão países como a Alemanha (-2,3%), a República Checa (-2,2%), a Letónia (-1,5%) e a Holanda (-0,7%).
Apesar de Portugal registar a sexta maior queda homóloga do PIB no primeiro trimestre, a contração fica aquém da média da Zona Euro (-3,2%) e da União Europeia (-2,6%). Tal é explicado pela influência que as grandes economias, neste caso França, têm na média, arrastando-a para níveis inferiores ao que é registado na maioria dos Estados-membros.
Os números mostram que, em pelo menos nove países, a contração da economia ainda não começou no primeiro trimestre, apesar de terem desacelerado: o PIB continuou a crescer na Dinamarca (0,3%), Bulgária (2,4%), Chipre (0,8%), Lituânia (2,5%), Hungria (2%), Polónia (1,6%), Roménia (2,7%), Finlândia (0,4%) e Suécia (0,5%).
Tal como o INE, o Eurostat também assinala que muitos destes dados são provisórios e poderão ser revistos nas próximas atualizações das contas nacionais.
Apenas três países resistem à contração em cadeia
Na comparação em cadeia, ou seja, do quarto trimestre de 2019 para o primeiro trimestre de 2020, apenas três países — a Finlândia (0,1%), a Roménia (0,3%) e a Bulgária (0,3%) — registaram variações positivas.
Os restantes Estados-membros viram a sua economia contrair em cadeia, com a queda mais expressiva a ocorrer em França (-5,8%), seguida da Eslováquia (-5,4%) e de Espanha (-5,2%).
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No caso de Portugal, a contração em cadeia de 3,9% é ligeiramente superior à da média da Zona Euro (-3,8%) e da União Europeia (-3,3%). Nesta ótica, a quebra do PIB português é a quinta maior da UE, igualando o registo da Bélgica (-3,9%).
Olhando para a evolução em cadeia, as três maiores economias da Zona Euro e da UE já estão em recessão ao acumularem dois trimestres consecutivas de contrações. É o caso da Alemanha, da Itália e de França que no quarto trimestre de 2019 já tinham visto o PIB cair face aos três meses anteriores.
Emprego encolhe pela primeira vez desde 2013
O número de trabalhadores na Zona Euro e na União Europeia caiu 0,2% no primeiro trimestre de 2020, em comparação com o quarto trimestre de 2019. Esta foi a primeira queda da população empregada na Europa desde o segundo trimestre de 2013, altura em que ainda se vivia a recessão provocada pela crise das dívidas soberanas.
Ainda assim, na comparação homóloga, o número de emprego continua a ser mais elevado do que no primeiro trimestre de 2019: +0,3% tanto na Zona Euro como na União Europeia.
Contudo, registou-se uma travagem profunda dado que no quarto trimestre as taxas de crescimento homólogas do emprego eram de 1,1% na Zona Euro e 1% na União Europeia. “Estas são as taxas de crescimento mais baixas desde o primeiro trimestre de 2014 para a Zona Euro e desde o quarto trimestre de 2013 para a União Europeia“, assinala o Eurostat.
(Notícia atualizada às 11h14 com informação do mercado de trabalho também divulgada pelo Eurostat)
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