Economia espanhola “mais vulnerável” por depender muito do turismo
O Banco de Espanha avisou que a economia espanhola é "mais vulnerável" ao impacto do coronavírus por depender muito do turismo. No melhor dos cenários, o PIB cairá 9,5% este ano.
O governador do Banco de Espanha advertiu esta segunda-feira, em Madrid, que a economia do país é “mais vulnerável” ao novo coronavírus do que a de outros países devido ao “peso muito elevado” do turismo, hotelaria e comércio.
Pablo Hernández de Cos sublinhou que estas atividades são as mais afetadas pela pandemia e também destacou a forte presença de pequenas e médias empresas (PME), o que “coloca o tecido produtivo espanhol numa posição de maior vulnerabilidade face à perda de rendimento”.
O governador insistiu que “algumas características”, como a “especialização setorial do “tecido produtivo espanhol, o pequeno tamanho médio das empresas e o elevado grau de sazonalidade do emprego”, tornam a economia do país “mais vulnerável do que as de outros países”. “As PME têm menos acesso ao financiamento externo e custos fixos mais elevados como proporção do volume de negócios”, explicou Hernández de Cos.
PIB espanhol cai 9,5% no melhor dos cenários
Nas declarações que fez na comissão parlamentar de Economia, o governador do Banco de Espanha também disse que, no melhor dos casos, a economia cairia este ano em 9,5% e que as previsões anunciadas pela instituição há quase um mês já estão ultrapassadas.
Em 20 de abril último, o Banco de Espanha estimou que a contração da economia poderia ser de entre 6,6% e 8,7% se o confinamento durasse oito semanas e até 13,6% se durasse 12 semanas) já são muito irrealistas. Hernández de Cos referiu como sendo mais realista, neste momento, uma queda do Produto Interno Bruto (PIB) entre 9,5% e 12,4%, seguido de um aumento de entre 6,1% e 8,5% em 2021.
O governador defendeu que o papel da política fiscal na redução da dívida pública é crucial face à crise económica causada pela pandemia de Covid-19 e alertou que não há margem para a retirada prematura das medidas fiscais de emergência no curto prazo.
“Isso aumentaria o risco de que o crescimento económico sofresse danos mais prolongados”, disse, acrescentando que o apoio ao rendimento e à liquidez deve ser dado às entidades mais afetadas, através de injeções rápidas de recursos de natureza transitória.
Espanha é um dos países mais atingido pelo Covid-19 que, a nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, já provocou mais de 315.000 mortos e infetou mais de 4,7 milhões de pessoas em 196 países e territórios.
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