Rotas reduzidas põem em causa ajuda pública à TAP, alerta o PS
PS interpelou a companhia aérea para alterar o programa de retoma da atividade por considerar que não serve os interesses nacionais.
O plano de retoma da atividade da TAP não serve nos interesses nacionais, na perspetiva do PS. O secretário-geral adjunto, José Luís Carneiro, anunciou que o partido interpelou a companhia aérea para alterar este programa, mas avisa que poderá estar em causa a ajuda pública à empresa.
“A decisão da comissão executiva da TAP lesa o interesse nacional“, começou por dizer Carneiro sobre o plano da transportadora. A TAP vai voltar a operar um total de 27 voos semanais até ao final de junho, pretendendo voltar a assegurar dois voos por semana para Nova Iorque (EUA) e um voo por semana para Maputo (Moçambique) e passam a ser diárias as ligações entre Lisboa e Madeira.
“A TAP — se recorre aos apoios públicos — tem de estar alinhada com os interesses do Estado português”, aponta o socialista em relação ao empréstimo de cerca de mil milhões de euros que está a ser negociado entre o Governo e a TAP. “Este anúncio coloca, no nosso entender, em causa esse objetivo estratégico e o suporte da decisão política de o Estado ter uma parceria com esta companhia“.
Para já, “o PS interpela a TAP a corrigir o plano de rotas tornado público, tendo em vista corresponder aos legítimos interesses nacionais e regionais”. O partido vai “aguardar pelas decisões do conselho de administração e da comissão executiva” em resposta à interpelação, mas admite opor-se a que o Governo socialista avance com as ajudas públicas à empresa.
“Se os portugueses estão a ser chamados a assumir maiores responsabilidades financeiras na companhia aérea, apenas o poderão fazer se a companhia assumir a sua condição de elemento estratégico do país, útil a todo o território nacional”, acrescentou José Luís Carneiro.
Rio e Moreira querem empréstimo condicionado à oferta no Porto
O secretário-geral adjunto do PS não foi o primeiro a criticar o plano. À saída de um encontro com o primeiro-ministro, António Costa, o presidente do PSD Rui Rio apontou o dedo à empresa pela retoma desproporcional para o Porto.
“A TAP não é uma empresa nacional, está visto”, disse Rio, acusando a empresa de não responder aos aeroportos de Faro, Funchal, Ponta Delgada ou Porto “como deve de ser“. A companhia aérea vai voltar aos céus com 73 rotas a partir de Lisboa e apenas três a partir do Porto, o que a TAP justifica como sendo um ajustamento à falta de mercado no Norte do país.
“É uma empresa regional. Ora, uma empresa regional não pode ter os apoios de uma empresa que é estrategicamente importante para o país como um todo. Se a TAP entende que apenas deve servir um aeroporto, eu penso que colocou-se de lado relativamente a ser uma empresa nacional. Não é, é regional. Isto para mim é claro”, sublinhou o líder do PSD.
A mesma acusação foi feita pelo presidente da Câmara do Porto Rui Moreira, que está contra a estratégia e defendeu na manhã desta terça-feira que o Governo apenas deve ajudar a TAP se esta “retomar os voos na mesma percentagem” em todas as cidades. Bloco de Esquerda e PCP tinham pedido igualmente ao Executivo que imponha condições à TAP antes de avançar com ajuda pública.
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