Halving? Fenómeno raro cortou para metade emissão de Bitcoin

Esta segunda-feira repetiu-se um fenómeno raro na Bitcoin que já não acontecia há quatro anos. O ritmo de emissão de novas moedas foi cortado para metade.

A emissão regular de novas Bitcoins foi cortada para metade esta segunda-feira, repetindo-se um fenómeno programado que já não acontecia desde 2016. Como era esperado, a remuneração “paga” por cada conjunto de transações processado (block) é agora de 6,25 Bitcoins.

Em causa está um fenómeno conhecido por halving, previsto no código que faz a Bitcoin funcionar e que se repete a cada quatro anos. Este acontecimento técnico visa reduzir gradualmente a velocidade de emissão de novas unidades da moeda, eventualmente até 2140, ano em que deverá ser atingida a oferta máxima de 21 milhões de Bitcoins a circularem no mercado.

O halving ocorreu às 20H23 desta segunda-feira, 11 de maio, em linha com o que era amplamente antecipado, no instante em que foi processado o conjunto de transações número 630 mil. O valor da Bitcoin, que tem vindo a aumentar na expectativa deste fenómeno, está a cair 3,06%, para 8.497,45 dólares, depois do pico de 10.075 dólares atingido na semana passada e quase três anos depois do máximo histórico de quase 20.000 dólares alcançado no final de 2017.

A partir daqui, a atividade de minerar Bitcoin — um processo descentralizado em que milhões de computadores tentam resolver complexas equações matemáticas por tentativa e erro e em que o “vencedor” processa a transação e é remunerado por isso — fica mais complexa e menos atraente do ponto de vista do retorno sobre o investimento.

Halving pode continuar a influenciar preço da Bitcoin nos próximos dias

Excluindo o dia histórico de 17 de dezembro de 2017, em que a Bitcoin tocou máximos de quase 20 mil dólares a unidade, esta segunda-feira, 11 de maio, tem sido considerada por alguns meios especializados como a “data mais importante” para o futuro da Bitcoin. Mas, para entender porquê, importa primeiro compreender como funciona a criptomoeda mais famosa do mundo.

Como já aqui explicou o ECO, a Bitcoin assenta numa tecnologia desenvolvida por um anónimo, ou anónimos, apresentada em 2007 e chamada de blockchain. Por não ser regulada por um banco central, a Bitcoin foi desenhada para funcionar num sistema descentralizado, em que milhões de computadores em todo o mundo processam as transações através da resolução, por tentativa e erro, de complexas equações matemáticas.

Quanto mais computadores estiverem ligados à rede, mais complicadas ficam essas equações. Este é, também, o mecanismo que permite a introdução de novas unidades de Bitcoin no mercado: sempre que um block é processado (na gíria diz-se “minerado”), as transações que fazem parte desse block são concluídas e o proprietário do computador responsável é remunerado com uma quantia fixa de Bitcoin — de outra forma, não teriam incentivo para levar a cabo esse trabalho, que além escala, exige enormes quantidades de energia elétrica.

Desde meados de 2016 e até esta segunda-feira, essa quantia fixa era de 12,5 unidades de Bitcoin, o que correspondia a cerca de 112.500 dólares tendo como referência um valor unitário de cerca de 9.000 dólares, o preço a que rondava a Bitcoin nos últimos dias. Ora, esta segunda-feira, depois de minerado o block número 630 mil da Bitcoin, o sistema da criptomoeda reduziu de 12,5 para 6,25 unidades a remuneração “paga” a quem se dedica à atividade de “processar” estas transações, como era esperado.

Este acontecimento técnico é conhecido por halving, e significa que a remuneração por block processado cai para metade. Acontece periodicamente, a cada 210 mil blocks processados, ou de cerca de quatro em quatro anos, e está previsto desde sempre no código que permite à Bitcoin funcionar.

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Covid-19 e interrupção de negócio: Allianz enfrenta ação judicial em Londres

  • ECO Seguros
  • 11 Maio 2020

A Allianz Plc, subsidiária do grupo alemão no Reino Unido, junta-se à lista de seguradoras em litigância com clientes que pedem compensação de perdas por interrupção de negócio por causa da covid-19.

Na petição que deu entrada no tribunal de comércio do High Court of Justice of England and Wales, a empresa proprietária da Kensington Creperie pede uma ação declarativa do tribunal reconhecendo que a demandante – ao abrigo de uma apólice contratada com a Allianz Plc por um capital de até 2,7 milhões de libras esterlinas (cerca de três milhões de euros) – está coberta por perdas geradas em consequência do encerramento forçado do restaurante.

A TKC London Ltd, entidade requerente e proprietária da creperie, “afirma ter direito à indemnização pelas perdas resultantes da interrupção ou interferência na sua atividade causadas pelo encerramento das instalações comerciais e/ou pela perda e destruição das existências”.

Os proprietários do estabelecimento londrino de restauração afirmam também que, estando a crise de saúde pública ainda a decorrer não estão ainda em condições de fornecer ao tribunal o montante de indemnizações a que têm direito. A imprensa britânica adianta que a seguradora ainda não comentou o caso, mas não precisa se a subsidiária britânica da companhia alemã já terá sido citada pelo tribunal.

Na queixa apresentada a 16 de abril e, segundo as mesmas fontes, já publicada em edital (processo nº CL-2020-000219), a TKC tem uma apólice de seguro comercial da Allianz por um período de um ano e válida desde setembro de 2019. O requerimento entregue ao tribunal não detalha as razões da alegada recusa da seguradora em indemnizar, mas estima que o período para a compensação reclamada vai do início do evento (coincidente com o fecho do estabelecimento, a 21 de março) e termina 18 meses depois.

Na generalidade, os diferendos no Reino Unido – justificando já um pedido de esclarecimento do Supervisor à Justiçatêm origem em diferenças de interpretação quanto às cláusulas que definem a cobertura da interrupção de negócio (e perdas de exploração) no atual contexto de restrições públicas originadas pela pandemia.


A onda de litigação opondo empresas de restauração e entretenimento (ou escritórios de advogados em nome destas) contra seguradoras tendo por base a interrupção de negócio (Business Interruption) não se limita ao Reino Unid
o, onde a segunda semana de maio inicia o levantamento gradual de restrições impostas pela crise sanitária. Já no final de março, o The Wall Street Jornal (WSJ) noticiava a abertura de processos desta natureza nos EUA.

De acordo com a publicação, uma famosa marisqueira e churrasqueira de Nova Orleãs iniciou a onda de ações judiciais por litígios relacionados com indemnizações de seguros para encerramento forçado de negócios devido às medidas sanitárias decorrentes do evento covid-19.

Num dos casos reportados pelo WSJ, a Oceana Grill, localizada no bairro francês de New Orleans, interpôs ação junto de um tribunal estadual para que as perdas de exploração fossem efetivamente cobertas por uma apólice contratada com o Lloyd´s of London.

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Ageas Portugal e H-Farm lançam programa para atrair startups inovadoras

  • ECO Seguros
  • 11 Maio 2020

O programa assegura apoio económico e logístico ao longo de um processo de quatro meses. As soluções mais inovadoras irão enriquecer a oferta de produtos e serviços do grupo de seguros.

A iniciativa resulta de uma parceria entre Ageas Portugal e a H-Farm, uma plataforma italiana que combina formação, investimento e consultoria para novos modelos de negócio digital. O objetivo é identificar e testar novas soluções de negócio, criadas por startups que já têm um produto ou serviço desenvolvido, e um mercado de referência específico para o qual necessitam de escala.

Estruturado como um projeto de desenvolvimento de inovação aberta, o programa acolhe candidaturas até julho desenvolvendo-se depois ao longo de quatro etapas de três semanas cada uma.

Citada num comunicado, Katrien Buys, Diretora de Estratégia, Inovação e Sustentabilidade do Grupo Ageas Portugal afirma: “Algumas das soluções que procuramos nestes briefs, são especialmente relevantes durante e após a pandemia, e podem permitir uma transformação dos nossos hábitos de viver e trabalhar. Esta parceria está alinhada com as nossas preocupações de negócio e o impacto atual e futuro das nossas operações.”

As soluções selecionadas no âmbito do programa Ageasinsure serão posteriormente “testadas no mercado, e integradas nas unidades de negócio do Grupo Ageas Portugal”, nomeadamente em áreas operacionais da atividade seguradora; saúde e bem-estar. Assim, as startups podem candidatar-se a três setores específicos nos quais o Grupo Ageas Portugal tem investimentos planeados e interesse em integrar soluções inovadoras:

  • O primeiro é a identificação de soluções tecnológicas que irão reforçar a eficiência, segurança e rapidez dos processos internos do Grupo, tais como: análise preditiva, deteção de fraude, serviços de pagamento e melhoria da experiência do consumidor em espaços físicos.
  • O segundo visa identificar tecnologias que atendam às necessidades atuais de saúde, tais como a prevenção, avaliação de sintomas e adesão ao tratamento, ferramentas de partilha de informação confiáveis, e problemas de saúde mental e reprodutiva.
  • O terceiro, e último brief, procura novas tecnologias e modelos de negócio que apoiam as pessoas na sua procura pela felicidade; para gerir o stress; simplificar o dia-a-dia dos habitantes dos grandes centros urbanos e daqueles que viajam frequentemente; para alcançar um equilíbrio entre o trabalho e a vida privada; para melhor gerir as poupanças e investimentos; e para encorajar comportamentos sustentáveis que melhorem a qualidade de vida.

Para identificar as melhores startups, a H-FARM conta com uma rede de 4,5 milhões de startups ativas em todo o mundo, construída através de mais de 15 anos de experiência e graças ao seu papel no GAN (Global Accelerator Network), salienta o grupo de seguros.

Tomas Barazza, Cultura de Estratégia & Inovação – Parceiro Sénior da H-FARM, comenta: “o Grupo Ageas Portugal está a desenvolver um caminho estruturado para explorar o ambiente das startups connosco. Hoje, mais do que nunca, é crucial que uma empresa como esta aborde a Inovação Aberta, não só para explorar novas oportunidades, mas também para torná-las a semente de potenciais fluxos de negócio, ao projetar e criar protótipos de projetos reais. Vamos estabelecer uma estratégia de negócio entre o Grupo Ageas Portugal e as startups selecionadas.”

As startups selecionadas terão acesso a um programa que irá ajudá-las a ajustar a sua solução (prova de conceito) e construir uma parceria sólida com o Grupo Ageas Portugal. Depois da semana inicial, “durante a qual serão clarificadas as atividades a serem realizadas entre as unidades de negócio específicas e as startups, a colaboração será guiada por quatro sessões divididas em duas fases, num total de quatro meses”, propõe a seguradora.

Cada sessão será dividida numa semana de codesign e duas semanas de desenvolvimento e medição de KPIs. As startups serão constantemente apoiadas a nível económico e logístico no desenvolvimento da sua solução.

No fim do programa, haverá um evento de apresentação – o Demo Day – durante o qual serão partilhados os resultados do programa com um público composto maioritariamente por stakeholders.

O programa tem início previsto para outubro. Os candidatos podem fazer a candidatura no site oficial, até dia 20 de julho de 2020.

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Liberty faz doação ao Fundo Solidário, MSF e Cruz Vermelha

  • ECO Seguros
  • 11 Maio 2020

São 350 mil euros que a seguradora americana distribuiu em Portugal, Espanha e Irlanda. O Fundo Solidário das seguradoras está abrangido.

A Liberty Seguros anuncia que ajudou à criação do Fundo Solidário lançado pela Associação Portuguesa de Seguradores (APS). “Com a ajuda à criação do Fundo Solidário, a Liberty já doou mais de 350.000 para instituições de apoio à COVID-19 nos três países, nomeadamente à Médicos Sem Fronteiras e à Cruz Vermelha”, indica a companhia.

“Na Liberty reconhecemos que estamos a viver circunstâncias excecionais e desafiantes. Por isso, e tendo consciência de todos os riscos que este contexto está a gerar, assumimos uma responsabilidade acrescida para com os nossos clientes e estamos a fazer tudo para apoiá-los durante esta crise sem precedente naquilo que necessitarem. O nosso apoio a este Fundo Solidário vem nesse sentido. Queremos fazer tudo o que está ao nosso alcance para que esta crise tenha o menor impacto possível nos clientes”, explica Alexandre Ramos, Membro da Equipa Executiva e WEM Technology Leader da Liberty, citado num comunicado.

A companhia explica que o fundo tem como intuito apoiar os familiares de um conjunto de profissionais que, durante o período do Estado de Emergência e no exercício da sua profissão ou de missão voluntária, tenham testado positivo a doença COVID-19 e, em consequência da mesma, tenham falecido ou venham a falecer.

Os profissionais abrangidos pelo Fundo incluem profissionais da área da saúde, profissionais das forças e serviços de segurança e de socorro, profissionais que tenham sido mobilizados por entidades públicas para a prestação dos serviços de prevenção, socorro e combate ao COVID-19. Entre outros beneficiários elegíveis estão ainda os profissionais de gestão e manutenção de infraestruturas críticas de saúde e de suporte e apoio aos profissionais de saúde e profissionais e voluntários formalmente integrados em atividades de apoio a lares de idosos e de organizações de apoio a pessoas com deficiência e ainda as que integrem os serviços da rede nacional de cuidados continuados integrados, assim como dos serviços funerários.

Os critérios de atribuição das compensações do Fundo Solidário também podem ser consultados no site da APS.

“Com a ajuda à criação do Fundo Solidário, a Liberty já doou mais de 350.000 para instituições de apoio à COVID-19 nos três países, nomeadamente à Médicos Sem Fronteiras e à Cruz Vermelha”, indica a companhia.

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Expetativas económicas em Portugal caem mais que na Europa

  • Lusa
  • 11 Maio 2020

Barómetro da GfK mostra que, ao contrário do que era visível em março, este mês todos os países revelam expectativas económicas negativas, muito provavelmente devido à forte disseminação do vírus.

As expectativas económicas em Portugal caíram 51 pontos em abril face a março, para 57 pontos negativos, uma descida superior à geral europeia, segundo um barómetro da GfK, que contabiliza mensalmente este indicador para a Comissão Europeia.

O trabalho foi levado a cabo no mês passado, junto da população portuguesa de idade compreendida entre os 16 e os 84 anos, com 1.700 entrevistas telefónicas, pela GfK Portugal, e inserido num barómetro europeu que mostra que em termos europeus o valor situa-se em 49 pontos negativos, uma queda de 27.

Num comunicado, a GfK deu ainda conta de que “a Polónia e a Eslováquia registam as maiores descidas (-76 e -63 pontos, respetivamente)” neste indicador e que “ao contrário do que era visível em março, este mês todos os países revelam expectativas económicas negativas, muito provavelmente devido à forte disseminação do coronavírus”.

Este indicador da GfK tem por base inquéritos mensais a cerca a 40 mil indivíduos na União Europeia, sendo que depois mede a evolução de acordo com um indicador da consultora, com uma média de zero e que pode oscilar entre os +100 pontos e os -100 pontos, segundo informação no ‘site’ da consultora.

De acordo com a informação divulgada esta segunda-feira, “uma perspetiva económica em colapso também está a levar a uma diminuição significativa nas expectativas salariais”, sendo que “este indicador apresenta uma queda geral de 33 pontos para a Europa”, com a Polónia “a registar uma das maiores perdas (-85 pontos), bem como a Eslovénia e Portugal (-59 pontos cada país)”, de acordo com a mesma nota.

Seguindo a mesma tendência a predisposição para comprar “enfrenta perdas drásticas na Europa com uma queda de 39 pontos”, igual à registada em Portugal, que atinge os 35 pontos negativos neste indicador.

A Polónia é, mais uma vez, o país que regista a maior queda (-77 pontos), seguido da Eslováquia (-71 pontos)”, indicou a GfK. Segundo dados da GfK, o impacto da covid-19 “revelou-se drástico nas perspetivas económicas da Europa durante o mês de abril deste ano”, sendo que, se em “março as expectativas económicas, salariais e a disposição para adquirir algum produto/serviço já tinham começado a perder força”, no mês seguinte “este cenário agravou-se consideravelmente”.

A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 282 mil mortos e infetou mais de 4,1 milhões de pessoas em 195 países e territórios. Mais de 1,3 milhões de doentes foram considerados curados. Em Portugal, morreram 1.144 pessoas das 27.679 confirmadas como infetadas, e há 2.549 casos recuperados, de acordo com a Direção-Geral da Saúde.

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Crédit Agricole ganha menos 21% na área seguros e poupança no primeiro trimestre

  • ECO Seguros
  • 11 Maio 2020

O grupo de banca e seguros antecipou provisões prevenindo o risco bancário gerado pelo impacto da covid-19. Apesar de crescer no produto bancário, o lucro caiu 16,4%, descendo 21% na área de seguros.

A área de seguros, gestão de poupança e património (GEAGestion de l’ Épargne et Assurances) contabilizou um resultado líquido de 356 milhões de euros até março (em base proforma), inferior em 21,3% face ao montante registado no primeiro trimestre de 2019. Expurgando a gestão de poupança e património, o resultado do segmento seguros caiu 28%, para 204 milhões de euros, sendo este o valor que contribui para resultado líquido consolidado do banco Crédit Agricole SA no primeiro trimestre de 2020.

A receita líquida do polo GEA caiu perto de 19% em variação homóloga, para 511 milhões de euros. Além de efeitos contabilísticos (acertos de ‘justo valor’ em ativos depreciados e reservas obrigatórias), outro elemento que pesou no resultado do trimestre foi o desembolso de 38 milhões de euros que a entidade transferiu para a federação de seguradoras (FFA) a título de contribuição para um fundo de solidariedade criado para apoiar microempresas e empresários individuais em dificuldade por causa dos efeitos da pandemia na economia.

Na análise da atividade operacional, a gestão de poupança e pensões somou entradas líquidas de 1,7 mil milhões de euros, progredindo 40% em unidades de conta (unit-linked). As responsabilidades no ramo vida subiram 2,2%, para 6,5 mil milhões de euros, enquanto o volume de prémios em propriedade e danos progrediu 7%, com a carteira a crescer 4,2%, para os 14,2 milhões de contratos. Globalmente, os seguros de património, danos e acidentes pessoais cresceram 7,3%, terminando o trimestre com 2,96 mil milhões de euros em prémios.

De acordo com a informação apresentada, o rácio combinado tendo como referência património e danos situou-se em 95% no final do trimestre, com o rácio de solvência nos 234%.

O negócio segurador consolidado pelo grupo Crédit Agricole é desenvolvido através da participada direta CA Assurances, entidade que opera diversas marcas em França (La Medicale; Pacifica, Predica, Caci, Spirica) e ainda com presença em Itália e em Espanha, neste último caso em parceria com o Abanca. Assume-se como líder de seguros no segmento de particulares em França e um dos três maiores em banca-seguros na Europa.

Normalmente, a subsidiária Crédit Agricole Assurances (CA Assurances) não apresenta resultados trimestrais, limitando-se a comunicar semestrais e anuais. No final de 2019, o grupo segurador apresentou lucros superiores a 1,5 mil milhões de euros, contribuindo com 1,33 mil milhões para os ganhos líquidos da matriz Crédit Agricole SA.

O Crédit Agricole SA, que em Portugal foi acionista histórico do extinto BES, terminou o trimestre com um lucro líquido de 638 milhões de euros (reportado), menos 16,4% face ao ganho apurado um ano antes, enquanto as receitas (produto líquido bancário) progrediram 4,8% em termos ajustados, alcançando 5,14 mil milhões de euros (+7,1%, para 5,2 mil milhões na base do reportado).

Philippe Brassac, CEO do grupo Agricole, citado no comunicado da síntese trimestral, salienta que os resultados dos primeiros três meses de 2020 “absorveram a forte subida do custo de risco da atividade bancária”, que quase triplicou no trimestre.

O cenário adverso na envolvente do negócio bancário obrigou a elevar o volume de provisões aos 621 milhões de euros (mais do que a duplicar os 225 milhões de um ano antes) para prevenir imparidades de crédito que a instituição já antecipa em resultado da crise decorrente da pandemia. Com este reforço, o stock total de reservas provisionadas nas contas do grupo passou a ser de 9,6 mil milhões de euros.

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Luanda Leaks: ZOPT está a adotar “procedimentos necessários” para levantamento de arresto

  • Lusa
  • 11 Maio 2020

A ZOPT, detida pela Sonaecom e por Isabel dos Santos, está a "adotar os procedimentos necessários ao levantamento do arresto" do capital social da Nos.

A Sonaecom adiantou esta segunda-feira que a sua participada ZOPT está a “adotar os procedimentos necessários ao levantamento do arresto” do capital social da Nos, “tendo já deduzido embargos de terceiro no âmbito” do processo.

A 4 de abril, a Sonaecom anunciou que o tribunal decidiu proceder ao arresto preventivo de 26,075% do capital social da Nos, na sequência da publicação de notícias sobre esquemas alegadamente fraudulentos que envolvem a empresária angolana Isabel dos Santos. A ZOPT é detida a 50% pela Sonaecom e a restante metade por Isabel dos Santos.

No comunicado dos resultados relativos ao primeiro trimestre, a Sonaecom recorda que no início de abril foi informada pela ZOPT “comunicação recebida do Tribunal Central de Instrução Criminal de Lisboa de proceder ao arresto preventivo de 26,075% do capital social da NOS, correspondente a metade da participação social na Nos detida pela ZOPT e, indiretamente, pelas empresas Unitel International Holdings, BV e Kento Holding Limited, controladas pela engenheira Isabel dos Santos”.

As ações arrestadas (134 322 268,5 ações), nos termos daquela comunicação, “ficam privadas do exercício de direito de voto e do direito a receber dividendos, devendo estes últimos ser depositados na Caixa Geral de Depósitos, S.A. à ordem do Tribunal”.

A outra metade da participação da ZOPT no capital social da Nos, correspondente a idêntica percentagem de 26,075% — “e que, pelo menos em linha com o critério utilizado pelo tribunal, corporiza os 50% detidos na ZOPT pela Sonaecom — não foi objeto do arresto, nem os direitos que lhe são inerentes foram alvo de qualquer limitação”.

Apesar de a ZOPT não ter sido notificada dos fundamentos do arresto preventivo, prossegue a Sonaecom, “com base na informação preliminar que dispõem, é entendimento do Conselho de Administração da ZOPT e da Sonaecom que a medida de arresto decretada é ilegítima e ofende diversos direitos fundamentais da ZOPT, não sendo legalmente passível de determinar a privação de direitos de voto, nem sequer de inibir o titular das ações arrestadas de continuar a exercer esses direitos, privação essa que entendemos por isso, ser nula e de nenhum efeito“, aponta a Sonaecom.

“Pelo exposto, os Conselhos de Administração da ZOPT e da Sonaecom consideram estar reunidas as condições de controlo da ZOPT sobre a NOS, não tendo a referida medida de arresto efeitos materiais sobre o controlo desta sociedade”, afirma. “A ZOPT está, assim, a adotar os procedimentos necessários ao levantamento do arresto, tendo já deduzido embargos de terceiro no âmbito do referido processo”, conclui a Sonaecom.

A Sonaecom registou um prejuízo de 4,5 milhões de euros no primeiro trimestre, contra lucros de 11,1 milhões de euros nos primeiros três meses de 2019.

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Supremo confirma nula venda de terrenos na Arrábida, no Porto, à Selminho

  • Lusa
  • 11 Maio 2020

O Supremo Tribunal de Justiça confirmou a decisão que, em outubro de 2019, considerou nula a escritura de venda de 2.260 metros quadrados na Arrábida por um casal à imobiliária de Rui Moreira.

O Supremo Tribunal de Justiça confirmou esta segunda-feira a decisão da Relação que, em outubro de 2019, considerou nula a escritura de venda de 2.260 metros quadrados na Arrábida por um casal à Selminho — imobiliária do presidente da Câmara do Porto e da sua família –, determinando ser municipal parte da propriedade.

De acordo com o acórdão a que Lusa teve acesso, o Supremo julgou improcedentes os recursos apresentados pela Selminho e pelo casal que em 2001 vendeu à empresa um terreno na Arrábida. Em fevereiro, em resposta à Lusa, o Supremo Tribunal de Justiça revelava ter aceitado o recurso interposto pela Selminho e pelo casal que em 2001 vendeu à empresa um terreno na Arrábida, invocando “o interesse jurídico e social” do processo.

À data, fonte daquele tribunal referia que os requerentes alegaram “razões de excecionalidade” para que o Supremo aceitasse o processo, cujo recurso foi apresentado em dezembro de 2019. Em outubro desse ano, o Tribunal da Relação do Porto veio confirmar a decisão da primeira instância que em janeiro julgou nula a escritura de venda dos terrenos por um casal à Selminho, ordenando o cancelamento da sua inscrição na Conservatória do Registo Predial.

O acórdão da Relação considera que não ficou provado que o terreno tenha sido adquirido pela família que o vendeu à Selminho, nem que alguém o possa reivindicar por usucapião.

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Meias portuguesas da WestMister põem o pé no México

Mesmo com a pandemia de Covid-19, a marca 100% portuguesa conseguiu conquistar o mercado mexicano. Está em 12 países, mas também a apostar nas vendas online que estão a acelerar.

Com a economia praticamente estagnada nos quatro cantos do mundo, a WestMister, marca 100% portuguesa de meias para o segmento premium, acaba de assinar um contrato no México. Numa primeira fase, a empresa localizada em Vila Nova de Famalicão vai fornecer, ao grupo, 15 mil pares de meias.

“A partir da próxima estação outono-inverno 20 vamos iniciar uma parceria com a Liverpool que é o maior grupo de department stores do México, com várias lojas espalhadas pelos diversos estados do país. Se tudo correr bem o objetivo é triplicar esse número”, explica o fundador, Luís Campos que pertence a uma família ligada ao setor do têxtil e à confeção de meias.

A marca foi criada, em 2016, por Luís Campos e Vanessa Marques e já conquistou vários mercados internacionais. Atualmente, as meias portuguesa já calçam pés em 12 países. Espanha, França, Inglaterra, Alemanha, EUA, Canadá são alguns dos mercados que a WestMister está presente. Segundo o fundador, um dos objetivos da marca “é o reconhecimento internacional”.

Internacionalizar, mas também apostar no online

Nesta fase de pandemia, o fundador admite que tiveram quebras e cancelamentos de encomendas, principalmente em Espanha, que é um dos países mais afetados pela doença, mas que em contrapartida as vendas no canal online estão a crescer.

“Neste momento o que está a resultar muito bem é a nossa loja online. “Até agora não estávamos a apostar no mercado online, estávamos mais focados na internacionalização e na venda a retalho, mas tendo em conta a realidade atual, a nossa estratégia vai passar pelo digital, sem descurar o retalho”, refere o fundador.

Com os consumidores mais digitais e as vendas online a acelerar, no final da próxima semana a WestMister terá um novo site. “Sentimos a necessidade de criar um site com mais informação, outra imagem e mais versátil para quem compra”, explica Luís Campos.

A WestMister já vendeu cerca de 80 mil pares de meias sem costuras e de algodão mercerizado e conta com mais de 200 modelos de meias confecionados por máquinas sofisticadas de 200 agulhas. O preço das meias ronda os 12 euros e é direcionado aos miúdos e aos graúdos.

De norte a sul do país, as meias da WestMister estão à venda em cerca de 60 pontos de venda. A Loja das Meias, El Corte Inglês, Paulo Battista Alfaiate, Prassa, Marques Soares são algumas das lojas que vendem o produto. Cláudio Ramos, Jorge Gabriel e Conguito são algumas das figuras públicas que já se tornaram clientes da WestMister e fã destas meias 100% portuguesas.

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Sonaecom vai de lucro a prejuízo devido ao Covid-19. Resultado negativo foi de 4,5 milhões

Participação na Nos e no Público pesou nas contas da empresa, enquanto a área da tecnologia foi menos afetada pela pandemia.

A Sonaecom teve prejuízos de 4,5 milhões de euros devido ao impacto do coronavírus no negócio da empresa. O resultado negativo registado no primeiro trimestre do ano compara com lucros de 11,1 milhões no período homólogo, segundo dados divulgados esta segunda-feira.

“Até ao momento, as operações dos negócios do grupo foram afetadas em níveis muito diferentes”, explica a Sonaecom em comunicado. Por um lado, a área de tecnologia “não sentiu impactos significativos” da pandemia, enquanto a “atividade do Público foi materialmente impactada”, com quebras na venda de jornais e nas receitas de publicidade. Mas é no negócio da comunicação que o maior impacto se fez sentir.

“A área de telecomunicações, com uma participação de 50% na ZOPT — consolidada através do método de equivalência patrimonial — a qual detém uma participação de 51,15% na Nos, apresentou um resultado negativo devido aos impactos da pandemia Covid-19, nomeadamente o registo de significativos itens não-recorrentes e o abrandamento na atividade, em participar nos segmentos de exibição cinematográfica e audiovisuais e de wholesale“.

Assim, o volume de negócios do grupo caiu 14,7% para 29,4 milhões de euros e os custos operacionais recuaram 14,2% para 32 milhões. O EBITDA (lucros antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) passou de positivo a negativo, em 3,3 milhões de euros, sendo que os próximos meses ainda se esperam difíceis.

“O potencial impacto que esta situação possa ter depende do nível de evolução e contágio do vírus, sendo difícil efetuar projeções. No entanto, nesta fase, dado o abrandamento progressivo das medidas restritivas na Europa, ainda esperamos um segundo trimestre desafiador, mas com esperança num terceiro e quarto trimestres gradualmente mais normalizados“.

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PR promulga diplomas do Governo sobre comércio e prémios de seguro

  • Lusa
  • 11 Maio 2020

Marcelo Rebelo de Sousa, promulgou diplomas do Governo que estabelecem regimes excecionais para a redução de preços no comércio e pagamento de prémios de seguro no contexto da pandemia.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, promulgou esta segunda-feira diplomas do Governo que estabelecem regimes excecionais para a redução de preços no comércio e pagamento de prémios de seguro, no âmbito da pandemia de covid-19.

De acordo com uma nota divulgada no portal da Presidência da República na Internet, o chefe de Estado promulgou também um diploma do Governo que estabelece medidas excecionais e temporárias para o equipamento de espaços de atendimento presencial sob gestão dos municípios e freguesias.

Estes três diplomas foram aprovados em Conselho de Ministros na passada quinta-feira.

Segundo o comunicado dessa reunião do Governo, o regime excecional e provisório para as práticas comerciais com redução de preços “permite aos estabelecimentos comerciais que tiveram de ser encerrados ou cuja atividade foi suspensa, no âmbito de uma estratégia de contenção do convívio e das interações sociais, escoar os seus produtos e dinamizar a respetiva atividade económica“.

Nos termos deste decreto-lei, nesta fase de levantamento das medidas restritivas adotadas no decurso do estado de emergência, “a venda em saldos que se realize durante os meses de maio e junho de 2020 não releva para efeitos de contabilização do limite máximo de venda em saldos de 124 dias por ano“.

O decreto-lei que estabelece um regime excecional e temporário relativo aos contratos de seguro “vem flexibilizar o regime de pagamento do prémio de seguro, convertendo-o num regime de imperatividade relativa, ou seja, admitindo que seja convencionado entre as partes um regime mais favorável ao tomador do seguro”.

“Na falta de convenção, e perante a falta de pagamento do prémio ou fração na respetiva data do vencimento, a cobertura dos seguros obrigatórios é mantida na sua integralidade por um período limitado de tempo, mantendo-se a obrigação de pagamento do prémio pelo segurado. Em acréscimo, nos contratos de seguro em que se verifique a redução significativa ou mesmo a eliminação do risco coberto, em decorrência direta ou indireta das medidas legais de resposta à epidemia, estabelece-se o direito de os tomadores de seguros requererem o reflexo dessas circunstâncias no prémio, assim como a aplicação de um regime excecional do seu fracionamento”, lê-se no comunicado do Conselho de Ministros.

No que respeita aos espaços de atendimento presencial sob gestão dos municípios e das freguesias, o decreto-lei do Governo “estabelece o apoio às autarquias locais para a instalação de barreiras acrílicas de proteção em postos de atendimento presencial nos Espaços Cidadão e Lojas de Cidadão cuja gestão seja da responsabilidade das autarquias locais”, com o objetivo de “garantir a proteção de trabalhadores e utentes em serviços de dispersão local com atendimento presencial, assim como possibilitar a retoma do atendimento presencial”.

A pandemia de covid-19 atingiu 195 países e territórios, registando-se mais de 282 mil mortos e mais de 4,1 milhões de pessoas infetadas a nível global, com mais de 1,3 milhões de doentes considerados curados, de acordo com um balanço da agência de notícias AFP com base em dados oficiais.

Em Portugal, morreram 1.144 pessoas num total de 27.679 confirmadas como infetadas, e 2.549 doentes recuperaram, segundo o boletim desta segunda-feira da Direção-Geral da Saúde (DGS).

A doença covid-19 é provocada por um novo coronavírus detetado no final de dezembro em Wuhan, uma cidade do centro da China.

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Três em cada quatro gestores dizem que pandemia trouxe mais horas de trabalho

No pós-pandemia, os gestores preferem regressar ao escritório, acreditam que os trabalhadores serão fieis à empresa e que o online veio para ficar, revela um inquérito da AESE Business School.

Três em cada quatro gestores e responsáveis por empresas em Portugal — e que neste momento se encontram em regime de teletrabalho — acreditam que a pandemia trouxe mais horas de trabalho. Desse tempo, cerca de metade foi gasto em reuniões online e, de acordo com os gestores, este tipo de reuniões traz a mesma ou ainda mais produtividade do que as reuniões presenciais. A produtividade parece, igualmente, não variar muito quando comparada a atividade normal em escritório e em teletrabalho.

Estes são alguns dos resultados do inquérito a gestores e executivosImpacto da Pandemia da Vida Pessoal e Profissional“, apresentado esta segunda-feira pela escola de negócios AESE Business School, e que recolheu 608 respostas entre 4 e 7 de abril.

Formações e reuniões online vão crescer

Durante o período de pandemia, 34% dos gestores garante ter feito formação online, sendo que os restantes 60% afirmaram não ter tempo ou não gostar (6%). Dos 60% que refere ter falta de tempo, 70% são do sexo feminino, o que mostra que as mulheres têm menos tempo disponível. Para o futuro, a maioria considera que as sessões de formação e as reuniões online se vão manter ou até aumentar.

Relativamente ao trabalho de equipa, não deverá sofrer alterações: metade dos inquiridos (50%) considera que se vai manter igual e 48% considera que vai aumentar.

No que respeita à conciliação vida familiar com o teletrabalho, a maior parte dos inquiridos considera que tem sido “difícil, mas consegue” e, no geral, consideram-na “uma experiência positiva”. Neste tópico, há mais mulheres a considerar o teletrabalho, apesar de serem elas quem tem mais dificuldade em gerir este equilíbrio entre a vida pessoal e profissional.

Do total de inquiridos, 30% considera não ter tido quaisquer problemas em conciliar a vida pessoal e profissional, sendo que 17% das mulheres inquiridas considera que tem sido “muito difícil” garantir este equilíbrio, em contraste com 10% de inquiridos do sexo masculino. Contudo, quando questionados sobre se gostariam de voltar ao escritório, são mais as mulheres quem pondera continuar em regime de teletrabalho. Num contexto pós-pandemia, tanto homens (90%) como mulheres (80%) garantem não preferir o teletrabalho.

Um futuro incerto

O inquérito revela que a perspetiva dos gestores sobre a retoma de atividade e poder de compra para valores próximos do período pré-pandemia, não será inferior a um ou dois anos, variando conforme os setores de atividade. Para a maioria dos responsáveis, serão necessários seis meses para as empresas recuperarem a normalidade.

É o caso do setor do comércio online, que registou um aumento muito acentuado durante a pandemia e deverá manter-se assim, sendo que 93% considera que haverá mais compras através da internet. 69% considera que, no futuro, a tendência será comprar sem experimentar.

A maioria dos responsáveis de empresas acredita que a sua vida vai mudar, mas quase 70% mostra sentimentos de incerteza em relação ao futuro. Por exemplo, 93% dos inquiridos acredita que os trabalhadores se vão manter nas empresas no período pós-pandemia e 7% refere que poderão vir a desenvolver o seu próprio negócio. Apesar da incerta, 40% dos gestores considera que o mundo vai ficar melhor, sendo que aqui os homens são mais otimistas do que as mulheres.

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