Eleições no FC Porto marcadas para 6 e 7 de junho

  • Lusa
  • 10 Maio 2020

Vão concorrer à liderança do FC Porto três candidatos: Pinto da Costa pela lista A, Nuno Lobo pela lista B, e José Fernando Rio pela lista C.

O presidente da Mesa da Assembleia Geral do FC Porto, Matos Fernandes, definiu os dias 6 e 7 de junho para a realização das eleições do clube, que terão três candidatos à presidência.

Numa reunião que juntou candidatos e representantes das quatro listas apresentadas, ficou determinado que a lista encabeçada pelo presidente Pinto da Costa será a A, a de Nuno Lobo será a B, e a de José Fernando Rio será a C, enquanto a lista independente para o Conselho Superior ficou definida como D.

Jorge Filipe Correia, um dos nomes da lista A, de Pinto da Costa, ao Conselho Superior, representou a candidatura do atual presidente na reunião, e, no final, explicou o porquê da escolha das datas para a realização das eleições.

Se se opta pela data de 6 e 7 de junho é para aproveitar o terceiro período de desconfinamento. Uma altura em que este tipo de concentrações, com regras de segurança e cautelas, seja possível. As pessoas já poderão ir ao shopping ou ao cinema. Ora, deve ser inédito que algum candidato que quer ir a votos não querer ir logo a eleições, apresentando pretextos dilatórios que fariam arrastar ainda mais a situação. Além de que a direção está em gestão corrente até novas eleições”, explicou, referindo-se ao candidato José Fernando Rio.

O candidato ao Conselho Superior, pela lista de Pinto da Costa, anunciou ainda que as eleições do FC Porto deverão decorrer no pavilhão.

“O senhor presidente da Assembleia Geral transmitiu a preocupação de serem criadas, o mais rápido possível, as condições para que o ato eleitoral decorra de forma tranquila, com todas as condições logísticas, e por isso deverá ser na Dragão Arena, para haver mais espaço entre as mesas de voto. Normalmente a eleição decorre no auditório, também já decorreu na entrada do pavilhão, mas a hipótese agora é de aproveitar todo o espaço do pavilhão”, esclareceu ainda.

Por outro lado, José Fernando Rio, candidato da lista C, revelou-se descontente com a data proposta para a realização do ato eleitoral.

“Sei que vivemos tempos difíceis, diferentes, extraordinários, mas a eleição do FC Porto merece que sejam cumpridos todos os regulamentos e que existam condições normais para as pessoas apresentarem os seus projetos e as suas ideias. Que haja a oportunidade de trocar opiniões com os sócios e que o dia decorra com segurança, para que a saúde não seja posta em casa”, começou por dizer.

O candidato acredita que nessa altura ainda não estarão reunidas as condições para realizar o ato eleitoral.

“Não me parece que no início de junho possam estar reunidas as condições para grandes aglomerações sem colocar em causa a saúde pública. Vamos aguardar com serenidade. Estamos prontos, temos o projeto pronto, as ideias estão alinhadas e vamos à luta, mas preferíamos que fossem noutras condições, tendo em conta os sócios do FC Porto”, disse.

Nuno Lobo, candidato da lista B, está recetivo à data apontada, ainda assim estranhou o facto de ser realizada em dois dias.

“É um processo que já está muito longo e não vimos nenhum problema que seja marcado para os dias 6 e 7. É estranho que seja em dois dias. Pode fazer-se muita coisa de um dia para o outro. A data está marcada, a menos que alguém venha impugnar isto. Isto é uma candidatura do povo e é muito difícil estar com os sócios. Pinto da Costa já tem o trabalho feito. O nosso único interesse é o FC Porto. Este clube não se chama FC Pinto da Costa, mas FC Porto”, concluiu.

As eleições do FC Porto estavam inicialmente previstas para 18 de abril, mas acabaram por ser adiadas devido à pandemia de covid-19.

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Autoridades alemãs inquietas com primeiros sinais pós desconfinamento

  • Lusa
  • 10 Maio 2020

Autoridades de saúde relataram este domingo um aumento na taxa de infeção, que passou para níveis potencialmente perigosos.

A Alemanha está a registar os primeiros sinais preocupantes de novo surto de Covid-19, depois de ter determinado a primeira fase de desconfinamento, reconhecem os especialistas.

O Instituto Nacional de Virologia Robert Koch, responsável por monitorizar a evolução da pandemia, relatou este domingo um aumento na taxa de infeção (RO) – o número médio que uma pessoa infetada pode contaminar – que passou para níveis potencialmente perigosos, subindo de 0,7 para entre 1 e 1,1 em poucos dias.

O instituto reconheceu que ainda era muito cedo para tirar conclusões, mas um relatório hoje divulgado defende que os números de infeção “devem ser monitorados de perto nos próximos dias”.

Este domingo, a Alemanha registou 169.218 casos de contaminação, com 667 nas últimas 24 horas, o que é pouco comparado à média da última semana.

O número de mortos é 7.395, uma taxa de mortalidade de 4,4%, inferior à da maioria dos outros países de grande porte.

Nesse contexto, as autoridades anunciaram na quarta-feira um regresso gradual ao normal, após o início do desconfinamento, em 20 de abril, com a reabertura de escolas primárias e restaurantes.

Contudo, após alguns dias de desconfinamento, começaram a surgir sinais de novos surtos, que estão a preocupar as autoridades, sobretudo em alguns cantões.

As novas fontes de contaminação foram detetadas em casas de repouso e oficinas industriais de processamento de carne, empregando centenas de trabalhadores estrangeiros em condições higiénicas questionáveis.

Várias dessas oficinas foram encerradas e foram encomendados testes em larga escala nesse setor.

Além disso, ainda há preocupações sobre o plano da Liga Alemã de Futebol de retomar os campeonatos da 1ª e 2ª Divisão, no próximo sábado, após a colocação em quarentena de uma equipa, o Dínamo de Dresden.

Apesar do desconfinamento acelerado na Alemanha, para parte da população o fim das restrições é insuficiente e vários milhares de pessoas manifestaram-se no sábado em várias cidades da Alemanha contra as medidas que ainda estão em vigor.

A polícia realizou algumas detenções na Alexanderplatz em Berlim, onde algumas dezenas de manifestantes se reuniram com gritos de “Liberdade! Liberdade!” ou “Nós somos o povo!”, o slogan dos alemães orientais no final de 1989 que se manifestaram contra a ditadura da RDA comunista.

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Bruxelas ameaça Alemanha com processo de infração por acórdão sobre BCE

  • Lusa
  • 10 Maio 2020

A Comissão Europeia ameaçou a Alemanha com um processo de infração devido ao acórdão do Tribunal Constitucional alemão relativo à política do BCE.

A Comissão Europeia ameaçou avançar com um processo de infração contra a Alemanha pelo acórdão do Tribunal Constitucional alemão relativo à política do Banco Central Europeu (BCE), vincando que “o direito comunitário tem primazia sobre o nacional”.

“Estamos agora a analisar em pormenor a decisão do Tribunal Constitucional alemão e vamos analisar os próximos passos possíveis, que podem incluir a opção de [lançar] um processo por infração”, sublinha a presidente do executivo comunitário, Ursula von der Leyen, numa declaração publicada este domingo, em Bruxelas.

A reação surge depois de na terça-feira o Tribunal Constitucional alemão ter exigido ao BCE que no prazo de três meses justifique a conformidade do seu mandato para as vastas compras de dívida, com Bruxelas a ameaçar agora lançar um procedimento que é aplicado aos Estados-membros da União Europeia (UE) que violam as regras comunitárias e que resulta em pesadas sanções.

Vincando que “a tarefa da Comissão Europeia é salvaguardar o bom funcionamento do sistema do Euro e do sistema jurídico da União”, Ursula von der Leyen sustenta que a decisão do Tribunal Constitucional alemão coloca estas questões “em causa”.

“A Comissão Europeia defende três princípios básicos: que a política monetária da União é uma questão de competência exclusiva, que o direito comunitário tem primazia sobre o direito nacional e que as decisões do Tribunal de Justiça Europeu são vinculativas para todos os tribunais nacionais”, precisa a líder da instituição.

Depois de na sexta-feira o Tribunal de Justiça europeu ter recordado que tem “competência exclusiva para declarar que um ato de uma instituição da União é contrário ao direito” comunitário, Ursula von der Leyen salienta que “a última palavra sobre o direito da UE é sempre proferida no Luxemburgo”, onde está sediada esta instituição.

"Estamos agora a analisar em pormenor a decisão do Tribunal Constitucional alemão e vamos analisar os próximos passos possíveis, que podem incluir a opção de [lançar] um processo por infração.”

Ursula von der Leyen

Presidente da Comissão Europeia

“Em nenhum outro lugar”, atesta, adiantando que “a UE é uma comunidade de valores e de direito, que deve ser mantida e defendida em todos os momentos”.

O Tribunal Constitucional alemão exigiu na terça-feira ao BCE que no prazo de três meses justifique a conformidade do seu mandato para as vastas compras de dívida, numa sentença com implicações incertas, isto apesar de, em 2017, e face a dúvidas já levantadas pelo mesmo tribunal com sede em Karlsruhe, o Tribunal de Justiça da União Europeia ter proferido um acórdão considerando que o programa do Banco Central Europeu não viola o direito comunitário.

Todavia, na nova sentença proferida esta semana, o tribunal de Karlsruhe declarou que o programa de compra de dívida do BCE, adotado em 2015 excedeu os seus poderes sem considerar a proporcionalidade da medida como uma ferramenta para aumentar a taxa de inflação para cerca de 2%, e considerou “duvidosa” a competência para recomprar massivamente a dívida pública.

À luz da decisão do Tribunal Constitucional, o banco central alemão (Bundesbank) será proibido de participar neste programa anticrise “se o Conselho do BCE falhar em demonstrar, de maneira abrangente e substancial, que não excedeu os tratados europeus”.

Com esta sentença, o tribunal alemão declarou que o programa de compra de dívida do BCE, adotado em 2015, é parcialmente contrário à Constituição da Alemanha, mas sublinhou que “não foi capaz de estabelecer uma violação” pelo BCE da proibição de financiar diretamente os Estados europeus.

Na quinta-feira, a presidente do BCE, Christine Lagarde, disse que a instituição “continuará, sem se deixar desencorajar, a fazer tudo o que for necessário para cumprir o seu mandato”.

O BCE “continuará, sem se deixar desencorajar, a fazer tudo o que for necessário para cumprir o seu mandato” de estabilidade de preços na zona euro, estimou Christine Lagarde numa conferência organizada pela agência Bloomberg, acrescentando que o Banco Central Europeu é “uma instituição europeia, responsável perante o Parlamento Europeu e sob a jurisdição do Tribunal de Justiça da União Europeia”, afirmou.

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Desemprego recorde nos EUA poderá “piorar ainda mais”, avisa Mnuchin

  • ECO
  • 10 Maio 2020

A taxa de desemprego nos EUA atingiu em abril o valor mais elevado do pós-Segunda Guerra Mundial. O secretário de Estado do Tesouro diz que vai subir ainda mais.

O desemprego nos EUA atingiu valores recorde em abril por causa da pandemia do novo coronavírus, mas a taxa deverá continuar a agravar-se, avisou o secretário de Estado do Tesouro norte-americano, Steven Mnuchin.

“Os números reportados irão provavelmente piorar ainda mais antes de melhorarem”, referiu Mnuchin em declarações ao canal de televisão Fox News, citadas pela agência Reuters.

A taxa de desemprego nos EUA disparou para 14,7% em abril, de acordo com os dados divulgados pelo Departamento do Trabalho, quebrando a taxa recorde do pós-Segunda Guerra Mundial de 10,8% atingida em novembro de 1982.

Uma fonte da Casa Branca citada pela Bloomberg considera que a taxa de desemprego nos EUA pode atingir o pico acima dos 20% em maio ou junho, antes de a economia começar recuperar no segundo semestre de 2020.

Steven Mnuchin adiantou ainda que a Casa Branca está a preparar mais medidas orçamentais para ajudar empresas e famílias na crise provocada pela pandemia, que obrigou os Estados americanos a medidas severas de restrição económica para travar o vírus.

Ainda assim, o secretário de Estado do Tesouro avisou que o governo não vai resgatar financeiramente os Estados que foram “mal” geridos.

Entre as medidas previstas, acrescentou Mnuchin, está um corte dos impostos sobre os salários.

A pandemia do novo coronavírus já matou 279.468 pessoas e infetou mais quatro milhões em todo o mundo desde dezembro.

Os EUA, que tiveram a sua primeira morte ligada ao coronavírus no início de fevereiro, são o país mais afetado em termos de número de óbitos e de casos, com 78.794 mortes para 1.309.542 casos.

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📹 Esta é a mais rápida crise de confiança em décadas. Perceba-a aqui

Abril foi um mês catastrófico para a confiança dos consumidores e dos empresários em Portugal. Nunca se viu quedas tão expressivas.

Um mês e meio seguido de confinamento levou os portugueses e as empresas a ficarem muito mais pessimistas relativamente à economia do que no final de março. Em alguns casos, o indicador de confiança atingiu mínimos históricos, além da crise financeira. É a mais rápida crise de confiança das últimas décadas, como mostram os gráficos.

http://videos.sapo.pt/ywUcVKSr8J8claFAqbV9

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“Inesperado”, “severo” e “desafiante”. Como a banca vê o impacto do vírus

Com planos de contingência em ação para garantir que a atividade continua, os bancos ainda vêem com incerteza o efeito que a pandemia vai ter nas contas.

Ainda ninguém arrisca estimativas, mas certo é que a pandemia de Covid-19 vai ter um forte impacto nas contas dos bancos em 2020. Nos relatórios e contas das maiores instituições financeiras no país, multiplicam-se os alertas.

“O cenário de uma pandemia e os seus severos impactos, designadamente económicos eram, até há pouco, contemplados como remotos”, alerta a Caixa Geral de Depósitos. “A total extensão das suas consequências para o setor bancário é de difícil aferição. Conjuntamente com as consequências do surto de Covid-19 em termos operacionais, numerosos fatores afetarão os bancos”.

O banco liderado por Paulo Macedo considera que os bancos poderão perspetivar desde já aumentos nos custos, quebras nas comissões, compressão adicional nas margens financeiras, perdas de crédito e desafios crescentes de compliance e corporate governance.

Da mesma forma, o BCP aponta a elevada incerteza, dizendo que atividade e a rendibilidade do grupo vão depender da profundidade e da extensão temporal dos “impactos disruptivos”. Apesar do cenário, o banco liderado por Miguel Maya diz que a situação de liquidez e capital, bem como o valor dos ativos, permitem considerar “aplicável o princípio da continuidade das operações”.

Novo agravamento do malparado lidera riscos

A mesma garantia é dada pelo BPI, que diz dispor de planos de contingência e continuidade de negócio para situações de crise. “A magnitude dos impactos dependerá de desenvolvimentos futuros, os quais não podem ser previstos com fiabilidade”, sublinha o banco liderado por Pablo Forero.

Com planos de contingência em vigor — incluindo novas regras no atendimento aos balcões –, é o futuro que mais preocupa. Há riscos a vários níveis, incluindo maior complexidade operacional e regulatória, a volatilidade nos mercados financeiros (agravada pela forte exposição da banca à dívida pública nacional), a menor acessibilidade no financiamento ou até mesmo a segurança associada à digitalização.

O maior risco está, no entanto, no novo agravamento do crédito malparado. Este foi um dos grandes problemas da banca nacional durante a crise, mantendo-se o calcanhar de Aquiles do setor. Agora, a pressão do vírus nos rendimentos das famílias e no volume de negócios das famílias, é expectável um novo aumento do incumprimento nos empréstimos. As provisões para potenciais perdas no crédito que poderão ascender a mais de cinco mil milhões de euros nos próximos tempos.

“Os principais impactos nas demonstrações financeiras do grupo poderão advir em resultado de um aumento do risco de crédito, um aumento da volatilidade dos ativos financeiros e não financeiros e de restrições à atividade resultantes das medidas de contenção da pandemia”, aponta o Novo Banco.

O banco liderado por António Ramalho explicou que, no novo exercício orçamental, irá por isso incluir nas previsões cenários como eventuais medidas de moratórias no pagamento de créditos e respetivos impactos em imparidade de ativos, qualidade de crédito, avaliação do aumento significativo do risco de crédito, reestruturações de crédito, perdas estimadas, impactos em capital, entre outros, materiais e imateriais. “Esta estimativa não é quantificável à presente data”, clarifica.

O montante e a qualidade dos ativos têm impacto direto na valorização dos bancos e, entre os mais pequenos, há quem já o esteja a sentir. O Abanca anunciou estar a renegociar com o EuroBic as condições e o preço final para a compra do banco português. Por outro lado, a Caixa Geral de Depósitos admitiu que o processo de venda da participação no BCG Brasil foi “condicionado pela crise vivida”. Ainda assim, nenhum dos dois negócios caiu.

Recuperação do Santander é homenagem a Vieira Monteiro

Se todos os bancos estão a tentar evitar que a pandemia se transforme numa crise financeira, o impacto do Covid-19 no Santander Totta é excecional. O presidente do Conselho de Administração, António Vieira Monteiro, foi uma das primeiras vítimas mortais da Covid-19 em Portugal, o que não foi ignorado no relatório do banco. O CEO Pedro Castro e Almeida garante que a resposta do banco ao desafio é a melhor homenagem ao antigo chairman.

O início de 2020 foi inesperadamente marcado pela calamidade causada pela doença Covid-19, que provocou uma situação de emergência na saúde pública e na economia portuguesa e internacional. Neste contexto, sofremos, em março, a perda do António Vieira Monteiro (Presidente do Conselho de Administração), que foi decisivo para o sucesso do Banco Santander em Portugal e deixou connosco um legado de competência, rigor e independência”, pode ler-se numa nota assinada Castro e Almeida.

“O Santander Portugal estará à altura de qualquer desafio trazido pelo ano de 2020. E a nossa determinação será também a nossa homenagem ao António Vieira Monteiro”, acrescenta sobre os desafios.

Para lhes fazer face, o Santander Totta foi um dos primeiros bancos a anunciar a suspensão do pagamento de dividendos e a limitação dos prémios dos gestores. Todos tomaram a mesma posição em relação à remuneração acionista, à exceção do Novo Banco que está impedido de o fazer enquanto recorrer ao Fundo de Resolução para fazer face aos prejuízos. Quanto aos salários, CGD e BPI também o fizeram.

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Número de infetados sobe 0,6% em Portugal. Há 1.135 mortos

Último balanço da DGS conta 175 novos casos de infeção pelo novo coronavírus em 24 horas e ainda mais nove mortes provocadas pela pandemia de Covid-19.

Foram confirmados 175 novos casos de coronavírus em Portugal nas últimas 24 horas, um ritmo de crescimento de 0,6% face ao dia anterior. O total de infetados sobe assim para 27.581. O último balanço da Direção-Geral de Saúde (DGS) dá ainda conta de mais nove vítimas mortais provocadas pelo vírus do Covid-19, aumentando para 1.135 o número total de mortos.

Pelo segundo dia seguido, a taxa de crescimento de novos casos ficou abaixo dos 1%, isto no dia em que termina a primeira semana de desconfinamento. Este sábado, a ministra da Saúde tinha dito que os primeiros sinais foram “encorajadores” no sentido de o surto se manter controlado apesar a reabertura da economia.

De acordo com o boletim do dia, que diz respeito a informação até às 00h00, o número de internamentos voltou a cair: há agora 815 doentes internados nos hospitais (-18 casos face ao dia anterior), dos quais 112 estão em unidades de cuidados intensivos (-8 casos).

Em relação aos recuperados, meia centena de doentes recuperou nas últimas 24 horas, aumentando para 2.549 o total de recuperações.

No Norte, foram confirmados 98 novos casos, com a região a contabilizar 15.854 infeções, cerca de 60% do total do país. Na região de Lisboa foram registados mais 76 casos, para um total de 7.242 casos.

Boletim epidemiológico de 10 de maio de 2020.DGS

Se número de casos for “elevado”, autoridades de saúde podem travar futebol

Três dos novos casos foram reportados pelo Vitória de Guimarães, anunciou o clube minhoto este sábado. Estão a ser realizados testes às equipas de futebol que competem na primeira liga, com vista ao regresso do campeonato no último fim de semana de maio. Mas a retoma da Liga Nos poderá nem acontecer se houver um número “elevado” de jogadores infetados.

“É uma situação complexa: conciliar retorno da competição com as regras de segurança”, disse Graça Freitas, diretora da DGS, em conferência de imprensa.

“Em relação a linhas vermelhas, são difíceis de as definir. Mas se os testes que se preconizam às equipas derem número elevado de pessoas positivas, aí terá de ser equacionado pelas autoridades de saúde a nível nacional, regional e local, é assim que está previsto“, explicou Graça Freitas.

A diretora esclareceu que há medidas previstas e testagens aos jogadores e disse que as autoridades vão aguardar pela evolução para ver se o campeonato de futebol poderá ser retomado.

A este respeito, Marta Temido disse que Portugal está a olhar para outros países, como a Alemanha, cujas competições vão regressar na próxima semana. “Estamos a aperfeiçoar o nosso pensamento”, disse a ministra da Saúde.

(Notícia atualizada às 14h07)

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Festa do Avante? “Comunistas portugueses são muito criativos”, diz Jerónimo de Sousa

  • Lusa
  • 10 Maio 2020

Jerónimo de Sousa, líder do PCP, considera que Festa do Avante! não é um festival e que comunistas portugueses “são muito criativos”.

O secretário-geral do PCP rejeitou que a Festa do Avante! seja considerada um festival e afirmou que o partido não tem uma “posição fechada” sobre a sua realização, afirmando que “os comunistas portugueses são muito criativos”.

Em entrevista ao Porto Canal, que será esta noite divulgada, Jerónimo de Sousa foi também questionado sobre a atenção mediática do deputado único do Chega, alertando que André Ventura assume “uma posição onde colhe sempre que é ou fazer de vilão ou fazer-se de vítima” e quem acha que, com “um discurso inflamado”, o põe no lugar está “profundamente errado”.

O líder comunista foi interrogado sobre a realização da festa do Avante!, depois do primeiro-ministro, António Costa, em entrevista à mesma televisão na sexta-feira, ter afirmado que este evento se poderá realizar, desde que sejam cumpridas as orientações sanitárias da Direção-Geral da Saúde devido à pandemia, porque a atividade política dos partidos “não está proibida”.

“Queremos conhecer a proposta [do Governo], mas ao contrário do que pensa os comunistas portugueses são muito criativos e a Festa do Avante! não pode ser tratada como um festival e naturalmente consideraremos, avaliaremos da sua realização”, salientou Jerónimo de Sousa, sublinhando que ainda “faltam muito meses” até setembro.

Aquilo que leva o PCP “a não ter uma posição fechada” é o facto desta questão pressupor uma proposta de lei que o Governo “vai ter de apresentar à Assembleia da República onde são definidos, critérios, limitações, constrangimentos”, explicou.

“Como disse, e bem, se os cinemas forem abertos, se os teatros forem abertos, se os restaurantes forem abertos, ora aqui está um caminho de reflexão”, afirmou.

Sobre a condenação do Tribunal da Relação de Lisboa que decidiu que o PCP tem de reintegrar o funcionário Miguel Casanova, o secretário-geral comunista deixou claro que este “não é um processo fechado”.

“Era o que faltava era que alguém pudesse estar contra o partido, estar contra a sua orientação, contra a sua direção e ao fim do mês receba o salário que é resultante da quota, daqueles militantes que pagam um euro, dois euros e que seria para complementar o salário desse trabalhador”, condenou, sublinhando que “o PCP não é uma empresa”.

Questionado sobre se no congresso do PCP deste ano – que garantiu que vai ser mantido apesar de poder “haver algum ajuste e alguma reprogramação” – vai deixar a liderança do partido, o comunista começou por dizer que já tem “respondido umas dezenas de vezes” a essa pergunta.

“Aquilo que me anima, que determina a minha ação é que foram muitos anos, de facto, quase 16 anos com esta responsabilidade, mas eu aprendi neste partido uma coisa importante que é eu estou aqui, com esta responsabilidade, para servir os interesses dos trabalhadores, do povo, do meu partido e não ter qualquer preocupação em relação às alterações, à própria lei da vida e continuo empenhadíssimo em dar essa contribuição ao meu partido com a ideia e com a certeza funda de que a questão do secretário-geral no XXI congresso não será um problema de partido”, declarou.

Em relação ao deputado do Chega, André Ventura, Jerónimo de Sousa assumiu ainda “preocupação” em relação a esses “partidos e movimentos de extrema-direita”, que têm uma “conceção profundamente reacionária da vida e da sociedade” e, sem subestimar, avisou que “quanto mais os alimentarem mais força eles têm”.

“Precisam disso. Não têm organização do partido, não têm cobertura ideológica para aquilo que lhes vai na cabeça e que têm objetivos, mas naturalmente tudo isso será potenciado de cada vez que faz uma provocação”, criticou.

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Londres introduz sistema de alerta sobre evolução da pandemia

  • Lusa
  • 10 Maio 2020

Reino Unido vai introduzir um sistema de alerta sobre a evolução da pandemia de Covid-19 para informar os britânicos sobre o nível do nível de perigo da pandemia.

Um sistema de alerta sobre a evolução da pandemia de Covid-19 será introduzido no Reino Unido, anunciou este domingo o ministro das Comunidades britânico, poucas horas antes de o primeiro-ministro Boris Johnson declarar um previsto início de desconfinamento.

Embora as autoridades tenham repetido durante semanas aos britânicos para “ficar em casa”, a mensagem agora será “permanecer vigilante”, enquanto o país lamenta mais de 31.000 mortes associadas à pandemia da covid-19.

“Devemos ficar em casa o máximo possível, mas quando vamos trabalhar e cuidar dos nossos negócios, devemos manter-nos vigilantes”, disse o ministro das Comunidades, Robert Jenrick, no canal televisivo Sky News.

Um sistema de alerta, do modelo que existe para a ameaça terrorista, será criado para informar os britânicos sobre o nível do nível de perigo da pandemia.

“De momento, pensamos que o país está no nível quatro numa escala de cinco, com o nível cinco a ser o mais preocupante, e queremos reduzi-lo o mais rapidamente possível para três”, disse o ministro.

“E a cada passo, seremos capazes de abrir e reiniciar mais setores da economia e de aspetos das nossas vidas”, considerou.

O ministro explicou que um centro de biossegurança irá compilar os dados e monitorizar o progresso contra o vírus, que determinará a resposta do Governo.

Medidas específicas poderão ser adotadas em determinadas partes do país, dependendo da evolução da pandemia.

Boris Johnson deve revelar às 18h00 a sua estratégia para suavizar o confinamento, decretado em 23 de março, mas pretende agir com a “máxima cautela”.

O Governo também planeia forçar os viajantes que chegam ao Reino Unido a cumprir um período de quarentena de 14 dias, que preocupa o setor de aviação, já bastante desestabilizado devido à pandemia.

As medidas que Boris Johnson anunciará no domingo dizem respeito apenas à Inglaterra, já que cada uma das quatro nações que constituem o Reino Unido determinarão independentemente o seu plano de contenção.

Jenrick disse, no entanto, que uma abordagem comum era “a forte preferência” do Governo.

O País de Gales anunciou uma modesta flexibilização do sistema de contenção na sexta-feira. Os galeses podem sair e fazer exercício mais de uma vez por dia, sem se afastarem muito das suas casas

As lojas de jardinagem poderão reabrir e em breve as bibliotecas também.

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Governo garante que Itália não passará o verão em quarentena

  • Lusa
  • 10 Maio 2020

Giuseppe Conte não descarta acelerar o fim das medidas de contenção da propagação do novo coronavírus em algumas regiões de Itália, onde a curva de contágio está mais controlada.

Itália não passará este verão em quarentena, por causa da pandemia de Covid-19, e os italianos poderão ir para as praias e montanhas, anunciou o primeiro-ministro, Giuseppe Conte.

“Neste verão, não teremos de continuar nas varandas e a beleza de Itália não permanecerá em quarentena. Poderemos ir ao mar, às montanhas e desfrutar das nossas cidades”, disse Conte numa entrevista este domingo publicada pelo jornal Corriere della Sera.

Itália iniciou a sua fase de desconfinamento na passada segunda-feira, com a reabertura de algumas atividades, depois de ter sido um dos países europeus mais afetado pela pandemia de covid-19, tendo registado até agora mais de 200.000 casos de contaminação e mais de 30.000 mortes.

"Neste verão, não teremos de continuar nas varandas e a beleza de Itália não permanecerá em quarentena. Poderemos ir ao mar, às montanhas e desfrutar das nossas cidades.”

Giuseppe Conte

Primeiro-ministro de Itália

Seria bom que os italianos passassem as suas férias em Itália, mesmo que tenhamos de o fazer de maneira diferente, com regras e precauções. Aguardamos a evolução do quadro epidemiológico para fornecer indicações precisas sobre datas e horários”, explicou o primeiro-ministro.

Giuseppe Conte não descarta acelerar o fim das medidas de contenção da propagação do novo coronavírus em algumas regiões de Itália, onde a curva de contágio está mais controlada.

Se a nível epidemiológico a situação permanecer sob controlo, podemos avançar com a reabertura mais rápida de algumas regiões. O importante é agir com base na monitorização contínua, porque pagaríamos custos enormes se cometêssemos imprudências”, sublinhou o primeiro-ministro.

Nesse sentido, o presidente da região da Ligúria (no norte), Giovanni Toti, pediu ao Governo para poder gerir o fim do confinamento da sua área e, hoje, sugeriu que cabeleireiros e centros de beleza possam abrir em 18 de maio .

Conte também mencionou na entrevista ao jornal Corriere della Sera o retorno às escolas a partir de setembro, depois de a ministra da Educação italiana, Lucia Azzolina, propôr que metade dos estudantes comparecesse presencialmente às aulas, enquanto a outra metade seguisse as lições ‘online’, para evitar aglomerados.

“O regresso às salas de aula deve ser gerido de maneira uniforme em todo o território nacional. Estamos a trabalhar com a ministra Azzolina em várias soluções para que todos os alunos regressem à escola em setembro, com segurança”, disse o primeiro-ministro.

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Ceiia desenvolve capacete para proteger cirurgiões e dentistas em ambientes contaminados

O Centro de Excelência para a Inovação da Indústria Automóvel está a desenvolver um capacete para cirurgiões e dentistas que permite operar em ambientes contaminados por Covid-19.

O Centro de Excelência para a Inovação da Indústria Automóvel (Ceiia) está a desenvolver um capacete que permite a cirurgiões e a médicos dentistas trabalharem em ambientes de contaminação. Está previsto que o capacete chegue ao mercado antes do final do ano.

Isto é um capacete para proteger os cirurgiões quando estão a operar alguém contaminado com Covid-19. Isto implica que seja um capacete leve, que tenha ventilação, informação, realidade aumentada, vídeo, um conjunto de ferramentas com um elevado nível de sofisticação”, revela ao ECO, José Rui Felizardo, CEO do Ceiia.

O CEO do Ceiia adianta ainda que posteriormente será criada uma nova versão para dentistas. “O uso deste tipo de material de proteção é crítico para estes setores”.

Este capacete que o Ceiia está a desenvolver foi solicitado por um médico ortopedista do Hospital de São João, no Porto. “Estes têm algum equipamento, mas é muito pesado, e quando se trata de uma operação que demore quatro ou cinco horas, é complicado. Não é só estar a operar. É conseguir ter toda a informação disponível que um médico necessita”, evidencia José Rui Felizardo.

O protótipo funcional estará pronto dentro de dois meses e o protótipo de estilo está previsto estar concluído em seis meses. O CEO explica que o protótipo de estilo significa todos os componentes e funcionalidades que o capacete vai ter, “mas não é suscetível de ser usado em ambiente de operação. Já o protótipo funcional pode ser usado em contexto de operações, ou seja, vai ser testado nesse sentido”, conta com orgulho, José Rui Felizardo.

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Bitcoin repete fenómeno raro que corta para metade oferta da criptomoeda

A emissão de novas Bitcoin vai ser cortada para metade esta segunda-feira. O fenómeno é conhecido por "halving" e já não acontecia há quatro anos.

Todas as atenções no mundo das criptomoedas vão estar debruçadas sobre a Bitcoin esta semana. Em causa está a ocorrência iminente de um fenómeno raro, que aconteceu pela última vez há cerca de quatro anos, antes mesmo do boom na popularidade das moedas virtuais. Conhecido por halving, este evento técnico tem potencial para influenciar o valor desta moeda virtual ao longo dos próximos quatro anos.

Excluindo o dia histórico de 17 de dezembro de 2017, em que a Bitcoin tocou máximos de quase 20 mil dólares a unidade, esta segunda-feira, 11 de maio, está a ser considerada por alguns meios especializados como a “data mais importante” para o futuro da Bitcoin. Mas, para entender porquê, importa primeiro compreender como funciona a criptomoeda mais famosa do mundo.

A Bitcoin assenta numa tecnologia desenvolvida por um anónimo, ou anónimos, apresentada em 2007 e chamada de blockchain. Por não ser regulada por um banco central, a Bitcoin foi desenhada para funcionar num sistema descentralizado, em que milhões de computadores em todo o mundo processam as transações através da resolução, por tentativa e erro, de complexas equações matemáticas.

Quanto mais computadores estiverem ligados à rede, mais complicadas ficam essas equações. Este é, também, o mecanismo que permite a introdução de novas unidades de Bitcoin no mercado: sempre que um block é processado (na gíria diz-se “minerado”), as transações que fazem parte desse block são concluídas e o proprietário do computador responsável é remunerado com uma quantia fixa de Bitcoin — de outra forma, não teriam incentivo para levar a cabo esse trabalho, que além escala, exige enormes quantidades de energia elétrica.

Atualmente, essa quantia fixa é de 12,5 unidades de Bitcoin, o que corresponde a cerca de 112.500 dólares tendo como referência um valor unitário de cerca de 9.000 dólares. Ora, esta segunda-feira, espera-se que seja minerado o block número 630 mil da Bitcoin, altura em que o sistema da criptomoeda está programado para reduzir de 12,5 para 6,25 unidades a remuneração “paga” a quem se dedica à atividade de “processar” estas transações.

Este acontecimento é conhecido por halving, e significa que a remuneração por block processado cai para metade. Acontece periodicamente, a cada 210 mil blocks processados, ou de cerca de quatro em quatro anos, e está previsto desde sempre no código que permite à Bitcoin funcionar. Deverá ter lugar, eventualmente, até 2140, altura em que deverá ser atingida a oferta máxima de Bitcoin prevista nesse mesmo código informático, que é de 21 milhões de unidades da criptomoeda.

A última vez que o halving ocorreu foi a 9 de julho de 2016, altura em que o valor da Bitcoin rondava os 500 dólares, muito abaixo dos preços registados nos últimos anos, e em que a existência do mundo das criptomoedas não era sequer do conhecimento da generalidade da população. Já nessa altura, antecipava-se que o valor da Bitcoin deveria escalar na sequência desse fenómeno (o autor deste artigo antecipava isso mesmo há quatro anos).

Evolução do preço da Bitcoin desde o último halving em 2016:

Fonte: CoinDesk

Dada a volatilidade das criptomoedas, é impossível prever o que acontecerá depois do halving da Bitcoin desta segunda-feira. Por norma, uma oferta mais reduzida e a manutenção da procura poderá resultar em preços mais altos, mas nada é garantido. É que este ensinamento poderá estar já a conduzir a uma subida dos preços da Bitcoin, com o valor da moeda a ganhar algum terreno nas últimas semanas, depois dos mínimos alcançados em março, em plena pandemia do coronavírus.

O valor da Bitcoin continua a rondar os 9.000 dólares, tratando-se de uma valorização de mais de 40% desde o início do ano. O máximo foi alcançado em meados de fevereiro, na ordem dos 10.350 dólares, e o mínimo em meados de março, a pouco menos de 5.000 dólares. Mas já esta sexta-feira, em antecipação ao fenómeno, o preço da Bitcoin disparou e tocou os 10.070 dólares.

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