Queda do PIB revela “forte” impacto da pandemia. Centeno diz que Portugal saiu-se melhor que outros países do euro

O Ministério das Finanças reconhece o "forte" impacto que a pandemia está a ter no PIB, mas argumenta que a economia portuguesa saiu-se melhor do que a média da Zona Euro.

A economia portuguesa contraiu 2,4%, em termos homólogos, no primeiro trimestre deste ano, o que já reflete o “forte impacto” da pandemia na atividade económica em março. Contudo, o Ministério das Finanças argumenta que Portugal saiu-se melhor do que os seus pares europeus.

“Esta primeira estimativa do INE reflete já o forte impacto que a pandemia de Covid-19 teve na atividade económica em março, uma vez que os dados até fevereiro indicavam a continuação do bom desempenho que se verificou no final de 2019″, escreve o gabinete de Mário Centeno em comunicado divulgado esta sexta-feira, após a divulgação dos dados do Instituto Nacional de Estatística (INE). A severidade da quebra da economia está bem espelhada no impacto que as três últimas semanas de março tiveram na evolução do PIB no primeiro trimestre“, destaca.

Porém, as Finanças argumentam que a contração do PIB português “é, ainda assim, menor do que a registada pelo Eurostat para a Zona Euro (-3,2%)“. E, além disso, “alguns dos principais parceiros comerciais de Portugal registaram contrações bastante acentuadas, como Espanha (-4,1%), França (-5,4%), ou Itália (-4,8%), contribuindo para o comportamento negativo das exportações”.

De facto, a contração do PIB português, em termos homólogos, foi inferior à da média da Zona Euro, mas é preciso assinalar que a queda em cadeia (do quarto trimestre de 2019 para o primeiro trimestre de 2020) foi superior à média: -3,9% em Portugal contra -3,8% na Zona Euro.

Além disso, a média da Zona Euro é muito influenciada pelas grandes economias: a Alemanha, que ficou abaixo da média, e França, Espanha e Itália, que ficaram bem acima da média, sendo dos países mais afetados em termos económicos e epidemiológicos pelo vírus. Só assim se explica que, apesar de estar abaixo da média, Portugal seja o sexto país com a maior queda do PIB no primeiro trimestre entre os países da União Europeia para os quais já há dados.

No comunicado, a equipa de Mário Centeno refere ainda que “a evolução do PIB no primeiro trimestre está totalmente alinhada com as estimativas para a atividade setorial apresentadas no Programa de Estabilidade“, o que sinaliza que o número estimado pelo INE está em linha com a previsão do Ministério das Finanças para a evolução da economia, a qual ainda não foi revelada. No Programa de Estabilidade consta apenas a previsão de que um confinamento de 30 dias como o efetuado em abril traduz-se numa quebra anual do PIB de 6,5%.

As Finanças fazem questão de assinalar que a pandemia quebrou um ciclo de 23 trimestres consecutivos de crescimento da economia portuguesa. “Esta é uma crise que não tem origem nem na economia nem no sistema financeiro“, argumenta o comunicado, repetindo os argumentos que o Governo tem dado a nível europeu e interno.

“Com efeito, a evolução da economia nos próximos meses dependerá do progresso na situação epidemiológica e do êxito do levantamento gradual das medidas restritivas que foram decretadas em Portugal e na União Europeia, espaço que absorve mais de 70% das exportações nacionais”, conclui.

(Notícia atualizada às 14h08 com mais informação)

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UE “desapontada” com “falta de ambição” britânica em nova ronda de negociações

  • Lusa
  • 15 Maio 2020

Michel Barnier lamenta que esta tenha sido uma “ronda de visões divergentes, sem qualquer progresso” em áreas como a da governança.

O negociador-chefe da União Europeia (UE) para a futura relação comercial com o Reino Unido, Michel Barnier, mostrou-se “desapontado” com a “falta de ambição” do Reino Unido na nova ronda, esta semana, de negociações sobre esta parceria.

“Quero ser transparente e sincero: estou desapontado com a falta de ambição do lado do Reino Unido em algumas áreas”, declarou Michel Barnier, falando em videoconferência de imprensa, a partir de Bruxelas.

Falando aos jornalistas depois de a UE e o Reino Unido se terem voltado a reunir esta semana à distância, a pensar na futura relação comercial de Bruxelas e Londres – ainda incerta e sem acordo à vista, apesar do objetivo de conseguir progressos até junho –, o negociador comunitário lamentou que esta tenha sido uma “ronda de visões divergentes, sem qualquer progresso” em áreas como a da governança.

“A nossa discussão desta semana permitiu clarificar alguns assuntos importantes como o comércio de bens, os transportes e a participação do Reino Unido em futuros programas da UE e também permitiu alguns avanços na área das pescas”, reconheceu Michel Barnier, apontando porém que, nesta última área, as posições comunitária e britânica ainda se mantêm “extremamente divergentes”.

Mas além destas áreas, “não houve progressos nos outros assuntos”, disse o negociador-chefe da UE, criticando que “o Reino Unido ainda não tenha entrado num verdadeiro diálogo sobre condições equilibradas” de acesso aos mercados.

E avisou: “Não vamos abdicar dos valores da UE em prol da economia britânica”.

Já aludindo a alguns problemas técnicos que se registaram e atrasaram a conferência de imprensa, feita à distância e por meios digitais dada a pandemia, Michel Barnier ironizou que “também o Brexit é uma escola de paciência”.

A segunda ronda negocial entre os negociadores dos blocos comunitário, Michel Barnier, e britânico, David Frost, decorreu entre segunda-feira e hoje.

Estas discussões estiveram suspensas devido à pandemia de Covid-19 – desde logo por ambos os negociadores terem sido infetados pelo novo coronavírus – e estão agora a ser realizadas por videoconferência, como já aconteceu na segunda ronda, na semana de 20 de abril, tendo em vista progressos palpáveis até junho, altura prevista para um balanço das discussões.

Entre os assuntos com mais divergências estão, então, o acesso equilibrado a ambos os mercados, a governança da futura parceria, a proteção dos direitos fundamentais e o setor das pescas.

Após a concretização do Brexit em 31 de janeiro passado, a primeira ronda negocial sobre a futura relação decorreu em Bruxelas entre 02 e 05 de março e a segunda estava prevista para se realizar em Londres entre 18 e 20 de março, mas tal não aconteceu devido à pandemia.

Depois da ronda desta semana, as duas partes voltarão a reunir-se na semana de 01 de junho.

Também para junho continua a estar prevista uma cimeira de líderes para avaliar o progresso e decidir sobre uma eventual extensão do período de transição, que termina a 31 de dezembro.

O Governo britânico já reiterou que não pretende pedir um prolongamento.

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Ryanair despede mais de 250 trabalhadores devido ao colapso da procura

  • Lusa
  • 15 Maio 2020

Os despedimentos em causa foram de trabalhadores de apoio nos aeroportos de Madrid, Londres-Stansted, Dublin e Wroclaw.

A companhia aérea Ryanair despediu mais de 250 trabalhadores de apoio nos aeroportos de Madrid, Londres-Stansted, Dublin e Wroclaw (Polónia), informou esta sexta-feira num comunicado a transportadora, que assegura que fará “novos anúncios” antes do final do mês.

A Ryanair tem cerca de 19.000 empregados em todo o mundo. O diretor de pessoal da Ryanair, Darrel Hughes, afirmou que “são momentos muito dolorosos” para a companhia, que se prepara para enfrentar mais ajustamentos devido ao colapso do tráfego de passageiros provocado pela pandemia de covid-19.

“Ainda que estimemos abrir os nossos escritórios a partir de 1 de junho, não precisamos do mesmo número de pessoas nas equipas de apoio durante um ano em que transportaremos menos de cem milhões de passageiros, contra 155 milhões previstos previamente“, explicou.

Hughes adiantou que a companhia aérea continuará em contacto com os sindicatos para analisar o seu plano de reestruturação e adiantou que a direção efetuará “novos anúncios” antes do final do mês.

O CEO (Chief Executive Officer) do grupo Ryanair, Michael O’Leary, já anunciou em abril que a transportadora poderia eliminar até 3.000 postos de trabalho, na maioria pilotos e pessoal de cabine, durante os próximos dois anos devido à queda da procura.

O’Leary confirmou que “mais de 99%” da frota permanecerá em terra até “pelo menos” julho e calculou que o tráfego de passageiros não voltará aos níveis de 2019 “até ao verão de 2022”

O grupo Ryanair operou e vai operar menos de 1% da sua programação normal de voos durante os meses de abril, maio e junho, e esta semana anunciou que apenas retomará 40% dos seus voos regulares a partir do mês de julho.

A Ryanair espera agora transportar menos de 100 milhões de passageiros, menos 35% do objetivo anterior, de transportar mais de 155 milhões de passageiros durante o ano fiscal da companhia que termina em março de 2021.

No comunicado, divulgado esta sexta-feira, a Ryanair sublinha que enfrenta também uma “intensa concorrência de tarifas em toda a Europa, uma vez que é obrigada a competir com as companhias aéreas de bandeira que receberam mais de 30 mil milhões de euros de subsídios estatais ilegais por parte dos seus Governos, permitindo-lhes operar com tarifas baixas durante muitos anos, beneficiando-se de auxílios estatais ilegais”.

A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 302 mil mortos e infetou quase 4,4 milhões de pessoas em 196 países e territórios.

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PE quer pacote de recuperação de dois biliões que privilegie subvenções

  • Lusa
  • 15 Maio 2020

Parlamento Europeu quer que o novo fundo europeu de recuperação e transformação seja financiado através da emissão de obrigações de recuperação a longo prazo garantidas pelo orçamento da UE.

O Parlamento Europeu (PE) reclamou esta sexta-feira um ambicioso pacote de recuperação para a Europa num montante global na ordem dos dois biliões de euros, defendendo que os apoios aos Estados-membros sejam prestados “principalmente através de subvenções”.

Numa resolução adotada esta sexta-feira pela assembleia — com 505 votos a favor, 119 contra e 69 abstenções –, os eurodeputados solicitam à Comissão Europeia, responsável pela elaboração da proposta do futuro fundo de recuperação para ultrapassar a crise da covid-19, que se abstenha de utilizar “engenharia financeira” e “multiplicadores duvidosos” para publicitar valores ambiciosos.

Sublinhando que o novo fundo europeu de recuperação e transformação será “um elemento principal de um pacote global de estímulo ao investimento, nomeadamente através da mobilização de investimento privado, no montante de dois biliões de euros”, o Parlamento quer que o fundo seja financiado através da emissão de obrigações de recuperação a longo prazo garantidas pelo orçamento da UE.

Pede ainda que o pacote “seja desembolsado através de empréstimos e, principalmente, de subvenções, pagamentos diretos para investimento e capital”.

O fundo não deve impor encargos adicionais aos erários nacionais e deve ser norteado pelos princípios do financiamento sólido”, argumenta o PE, que diz esperar que este instrumento “se torne operacional o mais rapidamente possível no presente ano”.

Por outro lado, advertem os eurodeputados na resolução que tem como principal destinatário a Comissão Europeia, a proposta revista do orçamento plurianual da UE para os próximos sete anos não deve prever que o plano de recuperação seja financiado em detrimento dos programas europeus existentes e futuros.

O Parlamento solicita por isso ao executivo comunitário que calcule o novo fundo “em complemento do próximo Quadro Financeiro Plurianual”.

Segundo o PE, “os cidadãos europeus devem estar no cerne da estratégia de recuperação”, a qual deverá dar resposta às desigualdades sociais e económicas e às necessidades dos mais afetados pela crise da covid-19.

Defende por isso que o Quadro Financeiro Plurianual revisto para 2021-2027 e a estratégia de recuperação se alicercem “nos princípios da coesão económica e territorial, do diálogo social e da transição para uma economia resiliente, sustentável, socialmente justa e competitiva”.

Os eurodeputados defendem ainda que deve ser dada prioridade aos investimentos no Pacto Ecológico, na agenda digital e na “consecução da soberania europeia em setores estratégicos”, com uma estratégia industrial coerente, assim como a diversificação das cadeias de abastecimento, a reorientação das políticas comerciais e a criação de um novo programa europeu autónomo no domínio da saúde.

A nível do financiamento, a assembleia reitera a defesa da introdução de um cabaz de novos recursos próprios (receitas da UE), ‘recordando’ aos Estados-Membros que, caso não queiram aceitar a criação destes novos recursos, as suas contribuições diretas para o orçamento comunitário baseadas no rendimento nacional bruto (RNB) terão de aumentar para que haja um orçamento plurianual viável.

A resolução do Parlamento Europeu foi adotada no dia em que a Comissão Europeia anunciou finalmente que vai adotar e apresentar as suas propostas do orçamento plurianual da União Europeia para 2021-2027 e do fundo de recuperação da economia europeia no quadro da crise da covid-19 em 27 de maio.

As propostas, há muito aguardadas, serão assim apresentadas mais de um mês depois de os chefes de Estado e de Governo da UE terem solicitado ao executivo comunitário a sua formulação com caráter de urgência, numa cimeira celebrada por videoconferência em 23 de abril último.

Na quarta-feira, a presidente da Comissão, Ursula von der Leyen, deslocou-se ao Parlamento Europeu para participar num debate sobre a resposta europeia à crise provocada pela pandemia, mas não revelou novidades sobre as propostas, tendo ouvido críticas de muitos eurodeputados, inclusivamente pela demora na apresentação das mesmas.

O fundo de recuperação é considerado o grande instrumento da União Europeia para ultrapassar a crise da covid-19, que, segundo estimativas da Comissão Europeia, provocará uma contração recorde de 7,7% do Produto Interno Bruto da zona euro este ano.

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Covid-19: PCP propõe reforço de 25% do orçamento para SNS em 2020

  • Lusa
  • 15 Maio 2020

O PCP propôs um reforço de 25% em 2020 no Serviço Nacional de Saúde, 2.500 milhões de euros, para dar resposta à Covid-19, recuperar os atrasos noutros serviços de saúde e investir.

O PCP propôs esta sexta-feira um reforço de 25% em 2020 no Serviço Nacional de Saúde, 2.500 milhões de euros, para dar resposta à Covid-19, recuperar os atrasos noutros serviços de saúde causados pela epidemia e investir.

A proposta foi feita, em conferência de imprensa, por Jorge Pires, da comissão política do PCP, que admitiu ter a expectativa de PS “e outros partidos” virem a aceitar este plano de emergência dos comunistas, quando as propostas vierem a ser debatidas no parlamento, nos próximos meses.

Para “acabar com o subfinanciamento crónico a que foi sujeito por sucessivos governos”, disse, os comunistas defendem que sejam “reforçadas as transferências de verbas do Orçamento do Estado para o SNS, no mínimo e no imediato, 25% do orçamento do SNS”, ou seja, cerca de 2.500 milhões de euros.

Com esta verba, e tendo em conta que “os meses de março, abril e maio foram dedicados apenas à Covid-19”, é preciso agora “dotar os serviços de saúde dos montantes necessários à prestação de cuidados e de investimento, bem como a autonomia das unidades de saúde”, justificou, numa conferência de imprensa por videoconferência, a partir da sede nacional do PCP, em Lisboa.

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Covid-19: CCP quer perdão das rendas comerciais de abril e maio e redução até agosto

  • Lusa
  • 15 Maio 2020

A Confederação do Comércio e Serviços propõe um perdão das rendas comerciais de abril e maio e uma redução de 50% nos três meses seguintes para as atividades que encerraram ou ficaram suspensas.

A Confederação do Comércio e Serviços propõe um perdão das rendas comerciais de abril e maio e uma redução de 50% nos três meses seguintes para as atividades que encerraram ou ficaram suspensas no estado de emergência.

A medida faz parte de um conjunto de propostas que a Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP) apresenta ao Governo na reunião que decorre esta manhã na Concertação Social sobre o impacto da pandemia Covid-19 .

“A esmagadora maioria das empresas, em especial as de menor dimensão, não terão qualquer capacidade de pagar as rendas dos meses em que foram obrigadas a encerrar ou suspender a atividade”, afirma a confederação patronal liderada por João Vieira Lopes.

“Neste contexto, propõe-se o perdão das rendas comerciais correspondentes aos meses de abril e de maio e uma redução das rendas em 50% nos três meses seguintes, para as atividades encerradas ou suspensas ao abrigo do estado de emergência”, pode ler-se no documento da CCP.

Por outro lado, a confederação defende que, “por forma a trazer alguma justiça e razoabilidade ao mercado e às partes envolvidas neste negócio, admite-se um benefício fiscal, referente a este período, que permita o abatimento de 25% do valor da taxa liberatória”.

Também os lojistas dos centros comerciais “devem ser merecedores de especial atenção” pois, segundo a CCP, o período de encerramento leva à “impossibilidade absoluta dos lojistas suportarem as rendas correspondentes ao período em que estão encerrados, bem como suportar na totalidade outros encargos financeiros decorrentes destes mesmos arrendamentos”.

Nos casos em que não haja acordo entre lojista e senhorio na adaptação do contrato de arrendamento, deverá ser dada ao lojista a possibilidade de denúncia até ao final do ano “sem que por esse facto lhe possa ser exigido quaisquer indemnizações ou penalidades”, defende ainda a CCP.

Para a confederação, deve ser garantida a impossibilidade de despejo com fundamento no não pagamento de rendas, correspondentes aos meses em que as lojas de comércio, por imposição da pandemia, têm que estar encerradas.

No documento, a CCP volta também a defender que o ‘lay-off’ simplificado (medida que termina em junho) seja prorrogado por mais três meses e que a retribuição deve incluir “valores efetivamente pagos ao trabalhador”, nomeadamente as comissões.

A confederação pede anda a “abertura imediata” das candidaturas por parte do Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP) ao incentivo financeiro extraordinário para apoio à normalização da atividade da empresa.

Este apoio, no valor de um salário mínimo nacional (635 euros) “é fundamental nesta fase de retoma da atividade”, considera a CCP.

O diferimento de obrigações fiscais e contribuições sociais é outra das propostas defendidas pela confederação.

É fundamental avançar, pelo menos, mais um trimestre, assumindo o último trimestre do ano como o primeiro com alguma retoma da atividade económica”, afirma a confederação.

A CCP pede ainda a suspensão dos processos de execução fiscal até 30 de setembro e reafirma a necessidade de um maior apoio à liquidez das empresas, uma vez que as linhas de crédito que foram lançadas estão “esgotadas”.

“É fundamental duplicar as linhas de financiamento, quer as Linhas de Crédito Capitalizar 2018 – COVID-19, quer a Linha específica COVID 19 – Apoio à atividade económica, uma vez que a Comissão Europeia aprovou 13 mil milhões de euros”, realça a CCP.

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Covid-19: Índice de confiança económica do ISEG volta a descer em abril

  • Lusa
  • 15 Maio 2020

O índice de confiança do ISEG, faculdade de economia e gestão da Universidade de Lisboa, voltou a descer em abril, para 25,0, devido à pandemia de covid-19, depois de ter registado 25,6 em março.

O índice de confiança do ISEG, faculdade de economia e gestão da Universidade de Lisboa, voltou a descer em abril, para 25,0, devido à pandemia de Covid-19, depois de ter registado 25,6 em março, segundo informação esta sexta-feira divulgada.

“Em abril de 2020, na sequência do surto da epidemia Covid-19, o índice de confiança do ISEG, relativo à evolução da atividade económica portuguesa no curto prazo, assumiu o valor de 25,0″, pode ler-se pela nota divulgada hoje pelo ISEG.

De acordo com a instituição universitária, o valor “corresponde a uma descida da confiança relativamente ao mês anterior, em que o valor do índice foi de 25,6, e aprofunda a grande descida da confiança registada em março”, depois de 34,4 em fevereiro.

Em termos homólogos a variação do índice foi de -28,4%. Manteve-se o consenso dos membros do Painel relativamente à evolução económica”, assinala ainda o ISEG.

O índice de confiança varia entre zero (confiança mínima) e 100 (confiança máxima), e “é atribuído por um painel de 16 professores do ISEG com base em informação quantitativa e qualitativa previamente recolhida e que inclui os apuramentos de um inquérito realizado mensalmente a todos os docentes do ISEG“.

Em 06 de maio, o ISEG tinha estimado uma quebra do PIB, em termos homólogos, entre 0,5% e 1,0% no primeiro trimestre, mas de acordo com a estimativa rápida divulgada hoje pelo INE, a recessão no primeiro trimestre foi de 2,4%.

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Bancos receberam mais de 300 mil pedidos de moratórias. Valem mais de 10% do total do crédito

O secretário-geral da APB, Norberto Rosa, adiantou no Parlamento que os bancos nacionais já receberam mais de 300 mil pedidos de moratórias, correspondentes a 25 mil milhões de euros em créditos.

Os bancos nacionais já registaram mais de 300 mil pedidos de moratórias por parte de famílias e empresas com dificuldade em fazer face aos compromissos financeiros devido aos efeitos da pandemia. O número foi adiantado pelo secretário-geral da Associação Portuguesa de Bancos (APB), Norberto Rosa, numa audição no Parlamento que decorreu esta sexta-feira para discutir o travão às comissões bancárias. Sobre este tema, o responsável da APB revelou total discordância face às iniciativas do Parlamento, pedindo um recuo nas propostas apresentadas pelos partidos.

“Os bancos nacionais já registaram mais de 300 mil pedidos de moratórias que correspondem a créditos superiores a 25 mil milhões de euros”, disse Norberto Rosa, durante a intervenção inicial perante os deputados da Comissão de Orçamento e Finanças, acrescentando que este valor corresponde a “mais de 10% do total do crédito concedido”.

"Os bancos têm dito ‘presente’ nesta crise e têm demonstrado, desde o inicio, que estão absolutamente empenhados no apoio às famílias e empresas.”

Norberto Rosa

Secretário-geral da APB

Este é o primeiro balanço público por parte da associação que representa os bancos no que diz respeito aos pedidos de moratórias que têm sido feitos junto da banca desde que essa possibilidade começou a ser disponibilizada desde março, quando estalou a pandemia em Portugal. O Governo anunciou no final de março a constituição de uma moratória de seis meses nos créditos à habitação e também para os empréstimos de empresas. Mais tarde, a APB anunciou a constituição de uma moratória privada que, inclui também o crédito ao consumo e as segundas habitações.

As moratórias para o crédito foram, aliás um dos aspetos salientados por Norberto Rosa em termos do papel de apoio que a banca tem prestado no seguimento das consequências económicas negativas impostas pela pandemia. Referiu-se ainda a outros apoios como, por exemplo, a isenção de comissões em diversos serviços, quer a famílias quer a empresas.

“Os bancos têm dito ‘presente’ nesta crise e têm demonstrado, desde o inicio, que estão absolutamente empenhados no apoio às famílias e empresas, e assim continuarão na fase que se segue, agora, de recuperação da economia”, frisou Norberto Rosa, pedindo aos deputados que levem em consideração “a pertinência e a oportunidade do avanço destes projetos de lei”, referindo-se às propostas sobre comissões bancárias, algumas delas aprovadas na generalidade no Parlamento no final de fevereiro. Nomeadamente, a limitação das comissões nas transferências MB Way, mas também o fim das comissões no processamento das prestações do crédito.

Pandemia reforça necessidade de rever travão às comissões

O secretário-geral da APB socorre-se precisamente do atual contexto difícil ditado pela pandemia para pedir aos deputados que revejam as decisões tomadas no final de fevereiro no Parlamento, alertando para os efeitos que também a banca pode sofrer.

“Tendo em consideração as consequências sociais, económicas e financeiras provocadas pela pandemia de Covid–19, será fundamental que a apreciação destas iniciativas legislativas seja agora feita à luz de um enquadramento que é radicalmente distinto daquele que existia quando as mesmas foram apresentadas”, desafiou Norberto Rosa.

“Organismos nacionais e internacionais antecipam uma das piores recessões da história, que seguramente terá impactos muito negativos (designadamente a nível de imparidades e do consumo de capital) também no setor bancário”, alertou o responsável da APB, salientando que “rentabilidade dos bancos, que já se encontra em níveis inferiores ao custo de capital, será fortemente afetada“.

Para além da “pressão adicional sobre a rentabilidade dos bancos“, Norberto Rosa diz que o travão às comissões pode “no limite, comprometer a estabilidade financeira“.

(Notícia atualizada às 13h40)

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Número de casos de Covid-19 aumenta 0,9%. Já morreram 1.190 pessoas

O número de pessoas infetadas por Covid-19 em Portugal subiu para 28.583. Morreram seis pessoas da doença nas últimas 24 horas.

A Direção-Geral da Saúde (DGS) identificou 264 novos casos de Covid-19, elevando para 28.583 o número de pessoas infetadas pelo novo coronavírus no país. Trata-se de uma taxa de crescimento diária de 0,9%. Nas últimas 24 horas morreram seis pessoas com a doença, segundo a última atualização ao boletim das autoridades de saúde portuguesas.

Entre os infetados, há 673 pessoas internadas (menos sete pessoas do que no dia anterior), das quais 112 estão em unidades de cuidados intensivos (mais quatro). Um total de 3.328 pessoas já recuperaram da doença, mais 130 pessoas desde a passada meia-noite, de acordo com a DGS.

O secretário de Estado da Saúde destaca que desde 4 maio se verificou uma “redução de mais de 17% do doentes em internamento hospitalar e de 16% nos internamentos nos cuidados intensivos”. Já os “casos recuperados tiveram um aumento superior a 90%”, salientou, na conferência de imprensa habitual. António Sales ressalva ainda assim que isto não significa que serão relaxadas as medidas de distanciamento e de higiene.

Boletim epidemiológico de 15 de maio

O Norte mantém-se a região mais afetada, com 16.214 casos confirmados e 677 óbitos registados. Segue-se a região de Lisboa e Vale do Tejo, com 7.951 casos confirmados e 262 mortes. O vírus também tem destaque na região Centro, que regista 3.598 casos confirmados e 221 vítimas mortais (o mesmo valor que no balanço anterior).

Segundo a informação da DGS, 2.722 pessoas aguardam resultado laboratorial e 25.792 cidadãos estão sujeitos à vigilância das autoridades de saúde, por terem estado em contacto com pessoas infetadas por Covid-19. Desde 1 de janeiro que já foram detetados 289.309 casos suspeitos e 258.004 casos acabaram por não se confirmar.

Já foram feitos mais de 600 mil testes

António Sales adiantou que já foram feitos em Portugal mais de 600 mil testes, reiterando que “o desconfinamento não significou um relaxamento da testagem, pelo contrário”. Até agora, 13 maio é o “dia em que foram realizados mais testes desde inicio da pandemia”, 17.500 testes.

A diretora-geral de Saúde referiu que o Rt total nacional, ou seja, o número médio de casos secundários resultantes de um caso infetado, se situa nos 0,97, “com muito pequenas variações regionais”, na conferência de imprensa habitual. Destaca-se a região Centro, que teve uma variação para os 1,03.

(Notícia atualizada às 13h30)

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Controlar o Covid-19 exige mais lixívia e detergentes. Como fica o ambiente?

Diz a DGS que a lixívia é um "desinfetante doméstico forte, eficaz a eliminar o SARS-CoV-2". No entanto, "em concentrações elevadas pode ser nociva para o utilizador, além de poluir o meio ambiente".

As preocupações com o ambiente não foram esquecidas no primeiro volume do manual “Saúde e Atividades Diárias – Medidas Gerais de Prevenção e Controlo da COVID-19”, publicado esta quinta-feira pela Direção-Geral da Saúde com recomendações para os comportamentos que se devem adotar ao longo do dia, a partir de agora. Este primeiro documento da DGS inclui conselhos que vão desde o uso de máscara em diferentes contextos, passando pela lavagem das mãos, até ao distanciamento social e o tratamento de resíduos.

Sabia, por exemplo, que os anéis, pulseiras e relógios devem ser retirados quando se lava as mãos e desinfetados depois? E que a lixivia deve ser diluída sempre em água fria para não perder capacidade de eliminar o vírus que provoca Covid-19?

Sobre a lixívia, diz a DGS que é um “desinfetante doméstico forte, cujo principal ingrediente é o hipoclorito de sódio, que é eficaz a eliminar o SARS-CoV-2. A sua utilização deve ser cuidadosa, uma vez que em concentrações elevadas pode ser nociva para o utilizador, além de poluir o meio ambiente“.

Siga as dicas da Direção Geral de Saúde para proteger a família e também o ambiente:

  • A lixívia deve ser diluída em água fria, uma vez que a água quente a torna ineficaz e aumenta a sua volatilidade, ou seja, facilita que passe da sua
    forma líquida a gasosa, promovendo a libertação de gases tóxicos;
  • Ao aplicar lixívia, ou outro produto semelhante, deve ter em conta o recomendado na ficha de dados de segurança do produto, nomeadamente abrir as janelas para arejar e renovar o ar, evitando inalar a lixívia e o contacto com os olhos e a pele, ajudando também a secar mais rapidamente as superfícies;
  • A desinfeção com lixívia é especialmente importante em locais onde houver a presença de uma pessoa com COVID-19. Para utilização no domicílio de uma pessoa com COVID-19, deve-se diluir 1 parte de lixívia (com uma concentração original de 5%) em 99 partes iguais de água, ou seja, 4 colheres de chá de lixívia num 1 litro de água.
  • Todas as superfícies podem ser veículos de contágio. No entanto, o risco varia consoante a sua frequência de manipulação, toque ou utilização. Deve limpar e descontaminar as zonas de contacto frequente, como por exemplo maçanetas das portas, corrimões, interruptores de luz, comandos ou teclados;
  • As áreas de confeção de alimentos e instalações sanitárias também devem ser descontaminadas com regularidade. A limpeza deve ser realizada sempre no sentido de cima para baixo e das áreas mais limpas para as mais sujas;
  • Comece por lavar com detergente de uso doméstico e de seguida aplique lixívia diluída em água, deixando atuar 10 minutos. No caso de
    uma habitação em que nenhum dos coabitantes está infetado, não é estritamente necessário utilizar lixívia;
  • Quanto à roupa, ainda não há certeza sobre o tempo de sobrevivência do SARS-CoV-2 nos diferentes materiais. Só é necessário descontaminar a roupa em casos de: doente com COVID-19 e respetivo cuidador; profissional de saúde; outras pessoas que possam ter estado em contacto com pessoas ou superfícies contaminadas.
  • Quando colocar a roupa a lavar deve: Evitar sacudir a roupa suja; Lavar preferencialmente na máquina, com a maior temperatura possível (pelo menos a 60ºC durante 30 minutos, ou entre 80-90ºC, durante 10 minutos para descontaminar através da temperatura);
  • Caso não seja possível lavar a altas temperaturas e precise de descontaminar a roupa, use um produto desinfetante próprio para roupas
    (como por exemplo, lixívia).
  • Se utilizar uma lavandaria pública deve: Organizar as suas roupas antes de ir à lavandaria, de forma a só precisar de as colocar na máquina quando estiver no local. Dobrar as roupas limpas em casa, para reduzir o tempo de permanência na lavandaria e o número de superfícies em que toca;
  • Usar lenços ou um desinfetante das mãos para limpar os puxadores das máquinas e os botões antes de os utilizar ou, se a lavandaria tiver um
    lavatório, lavar as mãos com sabão após tocar nas máquinas;
  • Manter uma distância de 1,5-2 metros, ou esperar do lado de fora ou noutro local, se estiverem outras pessoas na lavandaria;
  • Quanto aos sistemas de ventilação e ar condicionado, em espaços fechados, deve abrir as portas ou janelas para manter o ambiente limpo, seco e bem ventilado. Caso não seja possível, deve assegurar o funcionamento eficaz do sistema de ventilação, assim como a sua limpeza e manutenção:
  • Mantenha os locais ventilados (pelo menos, 6 renovações de ar por hora), abrindo janelas e/ou portas. Se necessitar de usar um sistema de ventilação de ar forçado, assegure-se que o ar é retirado diretamente do exterior e não ative a função de recirculação do ar;
  • Os sistemas de ventilação e ar condicionado devem ser sujeitos, de forma periódica, a limpeza e desinfeção. É recomendado que desligue a função de desumidificação, do sistema de ventilação e ar condicionado. Deve reforçar a desinfeção do reservatório de água condensada e da água de arrefecimento das turbinas do ventilador.
  • Por fim o lixo e outros resíduos. Se for um caso confirmado ou suspeito de Covid-19 deve utilizar um caixote do lixo com uma tampa, preferencialmente de abertura não manual (ex: com pedal). Caso não tenha um caixote de abertura não manual, lave as mãos antes e depois da sua utilização;
  • Ter um saco de plástico dentro do caixote. Este saco deve ser cheio até no máximo 2/3 da sua capacidade. Fechar bem o saco de plástico com dois nós bem apertados e, preferencialmente, com um atilho ou adesivo. O primeiro saco de plástico deve ser colocado dentro de um segundo saco, igualmente bem fechado;
  • Os resíduos nunca devem ser calcados, nem deve apertar o saco para sair o ar. Limpar e desinfetar os caixotes do lixo com regularidade. Estes resíduos devem ser descartados em contentores coletivos de resíduos, após 24 horas da sua produção (nunca no ecoponto).

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Crédito ao consumo cai para mínimos de quase três anos no mês do pico da pandemia

Portugueses foram buscar aos bancos e financeiras 551,6 milhões de euros em crédito ao consumo em março. No automóvel, quebra foi de 11% face a fevereiro, com derrapagem na venda de carros.

Em plena pandemia, os portugueses recorreram menos ao crédito ao consumo. Em março, mês em que foi reportado o primeiro caso de contágio pelo novo coronavírus em Portugal e o início do confinamento, os bancos e as financeiras disponibilizaram 551,6 milhões em crédito ao consumo. Trata-se do valor mais baixo desde julho de 2017. A quebra histórica de vendas de carros levou a travagem a fundo no crédito automóvel.

Dados divulgados pelo Banco de Portugal, nesta sexta-feira, apontam para uma quebra acentuada no montante dos empréstimos para consumo concedidos em março. No total, foram 551,6 milhões de euros, uma redução de 15,4% face aos 652,2 milhões que tinham sido disponibilizados no mês precedente. Ou seja, uma redução de mais de 100 milhões de euros num único mês.

A diminuição nos montantes disponibilizados foi transversal a todas as finalidades de crédito ao consumo. Mas a maior contribuição veio sobretudo do crédito pessoal e do crédito automóvel.

Crédito ao consumo afunda em março

Fonte: Banco de Portugal

Nos outros créditos pessoais — categoria que abrange, por exemplo, o financiamento para a aquisição de artigos para o lar, eletrodomésticos ou férias — a redução foi na ordem dos 14%. Com esse fim, em março, foram concedidos pelos bancos e financeiras 259,7 milhões de euros, aquém dos 302,5 milhões que tinham sido disponibilizados em fevereiro, e o valor mensal mais baixo desde abril do ano passado.

Já no que diz respeito ao crédito automóvel, a diminuição no valor financiado foi de 10,7%, passando de 233,2 milhões de euros, em fevereiro, para 208,1 milhões de euros, em março. Trata-se do valor mais baixo desde abril de 2017, dando seguimento a uma tendência decrescente que se observa já desde o início do ano, num período marcado pela quebra nas vendas de carros em Portugal.

Neste âmbito, o mês de março fica marcado por um trambolhão de 56,6% das vendas de carros devido aos efeitos da pandemia.

Também a utilização dos cartões de crédito sofreu uma quebra acentuada em março. O montante de financiamento disponibilizado por esta via caiu 27% naquele mês, para 77,8 milhões de euros, o valor mensal mais baixo desde junho do ano passado.

A quebra ainda foi mais acentuada no caso do crédito pessoal com finalidade educação, saúde, energias renováveis e locação financeira de equipamentos, envolvendo contudo montantes muito mais pequenos. O corte foi de 35%, passando de 9,8 milhões, em fevereiro, para 5,9 milhões de euros, em março.

(Notícia atualizada às 13h55)

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Covid-19: APEMIP pede alargamento do período das moratórias de crédito por mais seis meses

  • Lusa
  • 15 Maio 2020

O presidente da APEMIP comparou esta sexta-feira ter as moratórias de crédito aos “ventiladores” e pediu para que o período de mora fosse alargado de seis para doze meses.

O presidente da Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal (APEMIP), Luís Lima, comparou esta sexta-feira ter as moratórias de crédito aos “ventiladores” e pediu para que o período de mora fosse alargado de seis para doze meses.

O representante das imobiliárias considera que as moratórias de crédito são fundamentais comparando-as aos ventiladores, “podem não salvar todos, mas serão indispensáveis para garantir a sobrevivência de muitos”.

Desde o início da crise pandémica da Covid-19, que APEMIP tem defendido “a importância da inclusão de um regime de moratórias de crédito para permitir que as famílias e empresas tenham algum fôlego num período de grande aperto financeiro, em que muitas pessoas viram o seu rendimento cair para zero”, refere a associação em comunicado.

Luís Lima explica que em 12 de março apelava “à necessária implementação de moratórias de crédito para famílias e empresas, que foi posteriormente regulamentada pelo Governo, tendo o próprio setor financeiro ido para além das normas criadas, com alternativas mais flexíveis para os seus clientes”.

E prossegue: “Estas moratórias revelaram-se absolutamente fundamentais, o que se refletiu nos milhares de pedidos recebidos pela banca”.

Creio que um semestre será insuficiente para evitar o crescimento do crédito mal parado [em incumprimento]”, lembrou, adiantando que “seria muito importante que as moratórias tivessem pelo menos doze meses de duração, medida que parece ser consensual nomeadamente junto do governador do Banco de Portugal e do presidente da Associação Portuguesa de Bancos (APB)”, salientou ainda o responsável.

Para Luís Lima, o regulamento “deve ser prolongado o quanto antes, com um enquadramento que inclua os vários créditos existentes por forma a evitar o incumprimento de famílias e empresas, o que beneficiaria também a própria banca, pela eventual necessidade de aumento de provisões e ainda o mercado imobiliário”.

Além disso, frisa, impediria que eventuais questões mais emocionais “levem as pessoas ao desespero” e, por consequência, “à desvalorização do património construído”.

Luís Lima reforça a ideia de que “não há justificação” para se assistir à quebra de preços no mercado.

Atualmente não há excesso de ‘stock’, nem os níveis de endividamento a que assistimos no período da ‘troika’. A par de alguns reajustes de preços que estavam especulados, em particular nos centros das principais cidades, não há motivo para assistir às descidas acentuadas de preços que vimos no passado”, frisa no comunicado.

Mas, para isso, também “é necessário impedir o desespero de quem se vê, de repente, sem rendimento devido a uma situação sanitária absolutamente inesperada”, diz o presidente da APEMIP, que realça que o procedimento das moratórias deverá ser de “revalidação automática” comparando a extensão das moratórias aos ventiladores no Sistema Nacional de Saúde (SNS).

A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de Covid-19 já provocou mais de 302 mil mortos e infetou quase 4,4 milhões de pessoas em 196 países e territórios. Mais de 1,5 milhões de doentes foram considerados curados.

Os Estados Unidos são o país com mais mortos (85.813) e mais casos de infeção confirmados (mais de 1,4 milhões). Seguem-se o Reino Unido (33.614 mortos, mais de 233 mil casos), Itália (31.368 mortos, mais de 223 mil casos), França ( 27.425 mortos, mais de 178 mil casos) e Espanha (27.321 mortos, cerca de 230 mil casos). A Rússia, com menos mortos do que todos estes países (2.305), é, no entanto, o segundo país do mundo com mais infeções (mais de 252 mil).

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

Para combater a pandemia, os governos mandaram para casa 4,5 mil milhões de pessoas (mais de metade da população do planeta), paralisando setores inteiros da economia mundial, num “grande confinamento” que vários países já começaram a aliviar face à diminuição dos novos contágios.

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