Dia do Ambiente. Do ruído à reciclagem, 10 números ambientais a melhorar em Portugal
A associação ambientalista Zero escolheu 10 números que, na sua análise, devem ser alvo de mudança urgente. Saiba quais são.
O que falta ainda fazer em Portugal? A pergunta é lançada pela Zero esta sexta-feira, 5 de junho, data em que se assinalada o Dia Mundial do Ambiente. Em resposta, a associação ambientalista escolheu 10 números que, na sua análise, devem ser alvo de mudança urgente. Saiba quais são.
1. Poluição atmosférica
Média anual de dióxido de azoto (NO2) na Av. da Liberdade, Lisboa em 2019: 55 mg/m3
O limite legal é de: 40 mg/m3
Recomendação: As cidades têm de aplicar fortes medidas de restrição do tráfego automóvel e de promoção do transporte público e modos suaves para melhorar significativamente a qualidade do ar.
2. Ruído
Ruído noturno medido no Campo Grande, Lisboa: 66 dBA (decibéis)
Limite legal: 55 dBA
Recomendação: O ruído tem consequências gravíssimas para a saúde pública e há um incumprimento generalizado da legislação. É preciso ter a coragem de mudar o aeroporto Humberto Delgado. Medições feitas no Campo Grande durante 48 horas em julho de 2019 mostraram valores 11 dBA acima do limte.
3. Emissões poluentes
Percentagem de emissões de gases de efeito de estufa dos transportes em 2018: 25,6%
Recomendação: Com a diminuição das emissões de carbono das centrais térmicas, o transporte rodoviário será o grande protagonista se não forem tomadas medidas estruturantes na mobilidade.
4. Desperdício de água
Desperdício de água no setor urbano: 30%
Meta para 2020: 20%
Recomendação: O Programa Nacional para o Uso Eficiente da Água termina em 2020 e as metas nos setores urbano, industrial e principalmente agrícola, não vão ser cumpridas, Com secas mais intensas e frequentes, precisamos de um Programa renovado e efetivamente implementado com metas para 2025/2030.
5. Reciclagem
Reciclagem de plástico em Portugal em 2018: 12%
Recomendação: Em 2018 só se reciclaram 72 mil das 600 mil toneladas de plástico produzidas nas casas dos portugueses. É urgente reduzir a produção de plástico e garantir que produtos e embalagens que entrem no mercado acabam reciclados e não em aterros ou incinerados.
6. Resíduos
Produção anual de resíduos por habitante em 2018: 507 kg
Meta para 2020: 410 kg/hab./ano
Recomendação: Valor real da produção tem aumentado todos os anos. Portugal tem de implementar medidas concretas de redução e de reutilização para alterar este descalabro. O país tem de transpor três diretivas europeias (resíduos, embalagens e
deposição em aterro) até julho; existe uma clara oportunidade para alterar o paradigma do descartável.
7. Amianto
Número de edifícios públicos já objeto de retirada de amianto: 296
Edifícios públicos com amianto: 3855
Recomendação: É necessário que a lista de edifícios públicos com amianto seja divulgada, cumprindo a Lei n.º 2/2011, para que se possa compreender o problema e proceder à erradicação do amianto até 2032 (meta da Comunidade Europeia) nesta tipologia de edifícios.
8. Painéis solares
Energia a fornecer por sistemas solares térmicos: 91 ktep (tonelada equivalente de petróleo)
Meta PNAER 2020: 108 ktep
Recomendação: Portugal tem um enorme potencial para o uso da energia solar, não apenas na produção de eletricidade mas na água quente sanitária e estamos muito aquém dos objetivos traçados, ficando aquém em 17 milhares de toneladas equivalentes de petróleo.
9. Animais em extinção
Espécies ameaçadas de extinção: 456
Recomendação: Este é o número de espécies ameaçadas em Portugal, incluindo as plantas. É urgente que Portugal coloque em prática planos de conservação para espécies ameaçadas como o lobo-ibérico ou algumas aves necrófagas. O programa de recuperação do lince-ibérico mostrou até ao momento que é possível ter êxito.
10. Florestas
Área florestal pertencente a proprietários privados: 87%
Recomendação: São 400 mil os proprietários privados e a dimensão média das propriedades é inferior a 1 hectare em dois terços do país, principalmente a norte do rio Tejo, onde se regista a maior parte da área ardida. A gestão conjunta de espaços florestais é fundamental para aumentar o rendimento dos proprietários florestais e fomentar a plantação de espécies autóctones.
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