Depois de uma recessão de 6,9% em 2020, Governo prevê retoma de apenas 4,3% no próximo ano
Já se conhecem as previsões macroeconómicas que vão estar no Orçamento Suplementar. A economia portuguesa afunda 6,9% este ano, e recupera apenas 4,3% no próximo.
O Governo já publicou em Diário da República a resolução que aprova o Programa de Estabilização Económica e Social (PEES), onde estão as previsões económicas que vão fazer parte do Orçamento do Estado Suplementar que será entregue ao Parlamento na próxima semana.
Na apresentação do PEES, o primeiro-ministro já tinha anunciado que o PIB iria afundar 6,9% este ano por causa da crise económica provocada pelo Covid-19, “a maior contração que há registo nas últimas décadas”. Agora já se conhecem também as previsões para 2021, sendo que o Governo prevê uma recuperação de apenas 4,3%.
Este número surpreende já que mostra que o Governo está mais pessimista do que algumas organizações internacionais, como a Comissão Europeia que prevê para este ano uma recessão parecida com aquela projetada pelo Governo (de 6,8%), mas antevê uma recuperação mais robusta, de 5,8%, no próximo ano.
Já o FMI prevê uma quebra este ano do PIB de 8%, seguida de uma recuperação de 5% no próximo ano.
Uma das previsões mais recentes publicadas sobre a economia portuguesa são as do Conselho das Finanças Públicas que são ainda mais pessimistas do que as Governo: no cenário base, vê o PIB a cair 7,5% este ano, e a recuperar apenas 3% em 2021.
Quando apresentou o PEES, António Costa também desvendou a previsão para o desemprego este ano, de 9,6%. Agora foram revelados os números para 2021: vai existir uma melhoria ligeira da taxa de desemprego para 8,7%.
As previsões do Governo para 2020 e 2021
No PEES, publicado este sábado e Diário da República, o Governo estima que “a pandemia tenha um efeito negativo na procura externa relevante para as exportações portuguesas em 2020, prevendo-se uma redução de 15,4% nas exportações, após registar-se um crescimento de 3,7% em 2019. Parte deste efeito reflete uma redução nas exportações de serviços do setor do turismo, onde o impacto da pandemia se espera particularmente severo”.
O investimento deverá recuar 12,2%, após ter registado um crescimento de 6,6% no ano anterior. “Esta evolução é explicada por uma contração no investimento privado, que deverá ser parcialmente compensada por um aumento do investimento público”, escreve o Governo.
O consumo privado deverá reduzir-se em 4,3%, após registar um crescimento superior a 2% durante seis anos consecutivos (2,2% em 2019). A redução, que deverá ser mais acentuada na componente de bens duradouros, “reflete a diminuição esperada no rendimento disponível das famílias”.
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