Mais de 900 dias depois, Centeno está de saída. Quem será o seu sucessor no Eurogrupo?
Tomou conta do sino em janeiro de 2018. Dois anos e meio depois, está de saída da liderança do Eurogrupo e há já candidatos ao lugar. Pontapé de saída para a escolha do sucessor é dado hoje.
Foi a 12 de janeiro de 2018 que Mário Centeno passou a ser o “dono” do sino que marca a abertura dos trabalhos de cada reunião do Eurogrupo, o órgão informal que reúne os ministros das Finanças da Zona Euro. Recebeu-o de Jeroen Dijsselbloem há mais de 900 dias, mas agora o “Ronaldo das Finanças” prepara-se para o entregar ao seu sucessor.
Foi já com a liderança de Centeno que se assistiu à “saída limpa” da Grécia do seu programa de assistência no verão desse ano, que pôs fim à série de “resgates” na Europa na sequência da anterior crise económica e financeira. Também foi com o ministro das Finanças que se verificaram avanços, ainda que poucos, no aprofundamento da União Económica e Monetária e, lembra a Lusa, o fracasso do orçamento próprio da Zona Euro.
A despedida de Mário Centeno, numa altura de crise provocada pela pandemia do novo coronavírus, acontece, contudo, com um último sucesso: o acordo alcançado em torno das chamadas “redes de segurança” para Estados, empresas e trabalhadores, num montante global de 540 mil milhões de euros.
Centeno, que irá ser substituído no cargo de ministro das Finanças de Portugal no dia 15 de junho, só irá largar a cadeira no próximo mês, a dia 13 de julho. Ou seja, ficará cerca de um mês à frente do Eurogrupo sem ser ministro das Finanças, sendo este período utilizado para iniciar a convocação de candidatos e delinear o processo para a eleição de um novo presidente, algo que está previsto para 9 de julho.
E na corrida à sucessão a Centeno contam-se já alguns nomes. Há três nomes fortes para receberem o sino das mãos do português: a ministra da Economia e Finanças de Espanha, Nadia Calviño; o ministro das Finanças da Irlanda, Paschal Donohoe; e ainda o ministro das Finanças do Luxemburgo, Pierre Gramegna. Depois há outros nomes menos consensuais, como o ministro das Finanças francês, Bruno Le Maire, mas também outros, como o de Donohoe, que poderá voltar a tentar a sua sorte depois de ter sido derrotado por Centeno em 2017.
Relativamente a Nadia Calviño, que se apresenta na “pole position” para assumir o cargo, a imprensa espanhola cita fontes governamentais, que considera que a ministra da Economia de Espanha tem o “perfil perfeito” para ocupar essa cadeira. Recorde-se que Espanha anda atrás deste cargo desde 2015, ano em que o holandês Jeroen Dijsselbloem levou a melhor sobre o então ministro da Economia, Luis de Guindos.
Nadia Calviño, que ainda não adiantou se pretende candidatar-se à sucessão de Mário Centeno no Eurogrupo, poderá ter vantagem sobre a potencial concorrência devido à conhecida carreira em Bruxelas, onde era diretora-geral do Orçamento, e à família política, dado que Espanha é o maior país da UE com um Governo socialista.
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