Isabel dos Santos diz que lhe foi negada justiça nos tribunais de Angola e de Portugal
A empresária angolana refere que tribunais angolanos rejeitaram os embargos e os incidentes de falsidade apresentados pelos seus advogados dentro dos prazos legais.
“É dececionante não me ser permitida uma audiência em tribunal para poder provar a minha inocência e estabelecer a verdade. Foi-me negada justiça nos tribunais de Angola e de Portugal”, reclama Isabel dos Santos, dizendo-se impedida “ilegalmente” de se defender do processo de arresto dos seus bens decretado pelo Tribunal Provincial de Luanda no final do ano passado.
Em comunicado, a empresária angolana diz que os tribunais rejeitaram “ilegitimamente” o embargo apresentado “dentro do prazo legal” pelos seus advogados, negando a realização de uma audiência “para as partes serem ouvidas e apresentarem as suas provas e recusando-se mesmo a reconhecer a existência de provas obviamente falsas usadas pelo procurador angolano para justificar o arresto”, incluindo um passaporte com a assinatura de Bruce Lee.
Segundo Isabel dos Santos, a juíza Henrizilda do Nascimento considerou que o embargo foi apresentado já fora do prazo, pois os “visados dever-se-iam sentir citados judicialmente não por uma notificação do tribunal, como em qualquer sistema judicial democrático, mas sim por meramente lerem as notícias na imprensa”.
O comunicado da empresária angolana fala em manipulação das datas e dos prazos deste processo “para garantir que as provas falsas não fossem expostas”.
“O arresto preventivo de 23 de dezembro de 2019 ocorreu sem audiência da parte de Isabel dos Santos, que foi notificada pelo tribunal no dia 15 de abril de 2020, data em que teve também acesso ao processo e aos elementos de prova utilizados e apresentou o seu embargo no prazo de oito dias, conforme estabelecido na lei”, refere o comunicado.
Isabel dos Santos volta a dizer que as acusações contra ela “não têm substância e baseiam-se em provas falsas e numa série de e-mails fabricados”. “Os tribunais angolanos deturparam os factos, manipularam o processo judicial e as autoridades portuguesas parecem prontas e dispostas a aceitar estas mentiras sem qualquer averiguação independente“, refere.
Entre as várias empresas e participações de Isabel dos Santos que foram arrestadas estão a portuguesa Efacec, as posições no EuroBic e na Nos, e ainda várias empresas angolanas como a Unitel, Banco BFA, Banco BIC, Hipermercados Candando.
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