TAP: Sindicato do Pessoal de Voo espera que acordo proteja postos de trabalho
Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil espera que o acordo entre o Governo com os acionistas privados assegure a viabilidade da empresa e que salvaguarde os postos de trabalho.
O Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC) espera que o acordo entre o Governo com os acionistas privados da TAP assegure a viabilidade da empresa e que salvaguarde os postos de trabalho.
Hoje, em comunicado, o SNPVAC diz esperar que estejam “lançadas as bases para que a incerteza acabe e se trilhe um caminho mais objetivo e concreto em direção ao futuro, à viabilidade da empresa e à salvaguarda dos postos de trabalho”.
O governo anunciou na quinta-feira um acordo com os acionistas privados da TAP que vai traduzir-se na saída de David Neeleman e no reforço da posição acionista do Estado de 50% para 72,5%.
“O SNPVAC quer reforçar neste momento a sua total disponibilidade para o diálogo aberto e franco, à semelhança do que aconteceu nos últimos meses, para encontrar o melhor caminho para a viabilidade da TAP. O futuro próximo afigura-se particularmente exigente e desafiante”, sublinha Henrique Louro Martins, presidente do SNPVAC, citado na nota.
O sindicato salienta ainda que “ao longo da sua história, os Tripulantes de Cabine e o SNPVAC sempre se assumiram como parte decisiva na superação dos momentos mais difíceis”.
Sindicato dos técnicos de manutenção recebe acordo com “alívio”
Ao mesmo tempo, o Sindicato dos Técnicos de Manutenção de Aeronaves (SITEMA) diz ter recebido com “alívio” a solução encontrada para a TAP e esperar que a participação de 72,5% do Estado na companhia permita a recuperação da empresa.
“Foi com alívio que assistimos ontem [quinta-feira] ao desfecho, por nós há muito aguardado, sobre a solução para a NOSSA TAP”, afirma o sindicato em comunicado divulgado esta sexta-feira, salientando que a companhia foi “duramente afetada” pelos efeitos da pandemia de covid-19.
“Para nós, técnicos de manutenção de aeronaves, é importantíssimo que, de uma vez por todas, a empresa encontre um rumo que sirva os interesses do país, da TAP e, por conseguinte, de todos nós, trabalhadores”, acrescenta. O sindicato adianta que os técnicos de manutenção “muito têm feito para o prestígio” da TAP e defende que manter a companhia é sinónimo de qualidade, rigor, competência e eficiência.
“Desta vez pede-se que a receita não seja mais do mesmo, que não se trate o que é diferente como se fosse igual, que se tenha uma preocupação em reestruturar mas sem estrangular a própria empresa, que se olhe para o presente da TAP mas se pense essencialmente no seu futuro, que se olhe para a especificidade e particularidades da nossa classe, que se tenha em linha de conta a dificuldade e exigência na formação de um TMA (cerca de 10 anos) e a dificuldade em contratar estes profissionais no mercado”, adverte o sindicato.
E defende que a “hipotética dispensa” daqueles profissionais pode comprometer o futuro da TAP.
O Governo anunciou na quinta-feira que chegou a acordo com os acionistas privados da TAP, ficando com 72,5% do capital da companhia aérea, por 55 milhões de euros, com a aquisição da participação (de 22,5%) até agora detida por David Neeleman. O empresário Humberto Pedrosa detém 22,5% e os trabalhadores os restantes 5%.
“De forma a evitar o colapso da empresa, o Governo optou por chegar a acordo por 55 milhões de euros”, referiu o ministro das Finanças, João Leão, numa conferência de imprensa conjunta com o ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos, quinta-feira em Lisboa.
O governo esclareceu que a Atlantic Gateway passa a ser controlada por apenas um dos acionistas que compunha o consórcio, designadamente o português Humberto Pedrosa, dono do grupo Barraqueiro.
O dono da companhia aérea Azul, David Neeleman, sai assim da estrutura acionista da TAP.
A Comissão Europeia aprovou em 10 de junho um “auxílio de emergência português” à companhia aérea TAP, um apoio estatal de até 1.200 milhões de euros para responder às “necessidades imediatas de liquidez” com condições predeterminadas para o seu reembolso.
Uma vez que a TAP já estava numa débil situação financeira antes da pandemia de Covid-19, a empresa “não é elegível” para receber uma ajuda estatal ao abrigo das regras mais flexíveis de Bruxelas devido ao surto, que são destinadas a “empresas que de outra forma seriam viáveis”.
O ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos, anunciou que o presidente executivo da TAP Antonoaldo Neves vai ser substituído “de imediato”, sem revelar quem lhe sucede.
Pedro Nuno Santos anunciou também que o Governo vai contratar uma empresa para procurar no mercado internacional uma equipa de gestão qualificada para a TAP.
O ministro recusou assumir um cenário de despedimentos na TAP no âmbito do processo de reestruturação da companhia aérea. “Inevitabilidades não as assumo. Não faz sentido estar a assumir cenários que decorrerão de um plano de reestruturação”, disse.
(Notícia atualizada às 12h15 com a reação do SITEMA)
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