Ministério Público vai acusar Ricardo Salgado de liderar organização criminosa no BES
Os procuradores estarão convencidos de que o ex-banqueiro construiu uma organização criminosa dentro do BES com o objetivo de financiar dívida das empresas da família.
O Ministério Público prepara-se para acusar Ricardo Salgado de liderar uma organização criminosa dentro do falido Banco Espírito Santo (BES). Na perspetiva dos procuradores que conduziram a investigação ao caso BES, o antigo banqueiro e responsável máximo do Grupo Espírito Santo terá montado uma rede criminosa para cometer delitos de forma organizada, eventualmente a acusação judicial mais grave feita a um banqueiro no país.
A notícia foi avançada este sábado pelo Público (acesso condicionado), que recorda que o Ministério Público tem até quarta-feira, 15 de julho, para divulgar o despacho de acusação deste megaprocesso. Na sexta-feira, a Sábado dava conta de que o despacho terá mais de 3.000 páginas e que os arguidos — 41 no total — deverão começar a ser notificados já na segunda-feira.
De resto, já no ECO Insider — a newsletter exclusiva para assinantes do ECO que é enviada à sexta-feira — se antecipava a acusação de “associação criminosa”. “Os arguidos no caso BES/GES, particularmente Ricardo Salgado e Amílcar Morais Pires, já foram notificados na primeira semana deste mês de junho do que vão enfrentar no processo que está a ser conduzido pelo Ministério Público, e têm dez dias para responder, se assim o entenderem. E a notificação, que corresponde na prática a um resumo do que estará na acusação, torna claro por onde vai o processo: Associação criminosa, falsificação das contas da ESI no Luxemburgo e utilização das várias entidades do grupo, desde logo o BES, a Rioforte e a ESFG para tapar aquele gigantesco buraco, e a falência em 2014”.
A principal acusação é mesmo a Salgado, que para os procuradores terá construído dentro do BES uma entidade paralela. Esta organização operaria à margem dos órgãos de gestão e supervisão do banco e tinha como objetivo financiar a dívida das empresas da família. A estratégia alegadamente fraudulenta terá sido conduzida desde o início de 2009 até meados de 2014.
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