Rio diz que o Parlamento deu um “passo importante” com o fim dos debates quinzenais
PS e PSD aprovaram alteração de regimento que põe fim aos debates quinzenais com o primeiro-ministro. Presidente dos social-democratas admite que o tema "foi conversado" com o partido do Governo.
O presidente do PSD Rui Rio considera que a mudança legislativa que põe fim aos debates quinzenais com o primeiro-ministro vai permitir dar mais profundidade e dignidade às discussões parlamentares. Sobre os deputados social-democratas que votaram contra a medida, rejeitou dizer se haverá ou não repercussões.
“Nos debates quinzenais, os deputados não procuram esclarecimentos, mas condicionar o que serão os noticiários desse dia”, começou por dizer Rio, em declarações transmitidas pelas televisões. “A degradação da vida parlamentar foi muito grande. Sou testemunha disso. Estive cá há muitos anos, fui embora e estou cá outra vez. Conheço a vida parlamentar e vejo a forma como ela se degradou“.
O PS e o PSD aprovaram esta quinta-feira, com votos contra dos restantes partidos, a alteração de regimento que põe fim aos debates quinzenais com o primeiro-ministro, passando a sua presença a ser obrigatória apenas de dois em dois meses.
“O Parlamento deu um passo importante. O que se pretende é que haja debates em plenário com outra dignidade e profundidade”, defendeu. “Estamos a fazer um equilíbrio de âmbito mais geral. Passar a haver mais quatro debates do Estado da nação, a sério”, afirmou sobre os debates sectoriais.
A posição não é, no entanto, unânime nem mesmo dentro dos dois partidos que viabilizaram a alteração. Houve 28 deputados do PS a votar contra, bem como cinco abstenções. Já do PSD, cinco deputados revelaram a sua oposição. “Houve cinco deputados que votaram contra, mas houve 72 deputados do PSD que votaram a favor. Nem é um copo meio cheio. É um copo que transborda. Mas isso não importa”, respondeu Rio, quando questionado sobre o assunto.
Já entre os restantes partidos, foi alvo de crítica a concertação entre PS e PSD nesta matéria. O presidente do PSD admitiu que o tema “foi conversado com o PS”, mas deixou claro que não está a alinhar com o partido do Governo. “Não estou aqui para fazer favores a ninguém. Tudo o que entender que é útil para o país, não será a impopularidade que me trava”, acrescentou.
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