Metalurgia recupera da pandemia, mas um quinto dos trabalhadores está em lay-off
Nos cinco primeiros meses do ano, as exportações de metalomecânica e da metalúrgica caíram 27,2% face ao período homólogo. Em junho e julho, houve uma "recuperação grande", segundo a AIMMAP.
As empresas de metalomecânica e metalúrgica já estão a recuperar do forte impacto da pandemia, que levou a uma quebra de quase um quarto das exportações. O setor, que exporta cerca de 20 mil milhões de euros e é responsável por um terço das exportações do país, ainda tem, no entanto, cerca de 20% dos trabalhadores em lay-off parcial.
“Neste momento devemos ter uma em cada cinco empresas em lay-off. Temos menos de 20% dos trabalhadores do setor em lay-off parcial, mas são muitos raros os casos de lay-off total”, explica Rafael Campos Pereira, vice-presidente da Associação dos Industriais Metalúrgicos, Metalomecânicos e Afins de Portugal (AIMMAP), ao ECO.
Nos cinco primeiros meses do ano, as exportações de metalomecânica e da metalúrgica registaram uma quebra de 27,2% em relação ao período homólogo. O vice-presidente da AIMMAP refere que as “exportações caíram de forma substancial” em abril e maio, particularmente nos subsetores mais ligados ao cluster automóvel, mas destaca que “o setor já está assistir a uma recuperação”.
“Em junho e julho estamos a assistir a uma recuperação grande. Há alguns subsetores onde as empresas estão a exportar e o mercado interno está a funcionar. Em outros nem tanto. Depende muito de subsetor para subsetor, mas de uma forma geral junho, julho e agosto são meses de franca recuperação”, destaca Rafael Campos Pereira. O vice-presidente da Metalurgia está confiante que o setor vai “conseguir ultrapassar” estas dificuldades. “Temos todas as condições para resistir e estamos a recuperar”, afirma o vice-presidente da AIMMAP.
Em relação ao último quadrimestre do ano, o vice-presidente da AIMMAP mostra-se “apreensivo” devido à possibilidade de existir uma nova vaga de coronavírus. “É pouco provável que haja vacina este ano, não sabemos se vamos ter um novo surto em setembro. Essa imprevisibilidade perturba os planos que estamos a fazer, temos que ser prudentes e trabalhar a muito curto prazo”, alerta Rafael Campos Pereira, acrescentando que um novo confinamento seria “absolutamente catastrófico para a economia”.
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