BE defende que Parlamento deve conhecer conclusões preliminares da auditoria ao Novo Banco
Depois de o Governo revelar que a Deloitte não vai apresentar ainda uma versão final da auditoria ao Novo Banco, Mariana Mortágua disse que a AR deve, ainda assim, conhecer as conclusões preliminares.
O BE considerou que o Governo colocou-se “numa posição fraca” ao permitir o adiamento da auditoria ao Novo Banco e defendeu que o Parlamento deve conhecer as conclusões preliminares porque o executivo “tem de ser escrutinado”.
“Ao ter mais uma vez aceitado este adiamento, o Governo português colocou-se a si próprio, e colocou o Estado português e o país, numa posição fraca, numa posição diminuída perante os interesses da banca, perante os interesses dos auditores, perante os interesses financeiros”, disse a deputada Mariana Mortágua à Lusa.
De acordo com a parlamentar, o Executivo “já o tinha feito quando aquele contrato de venda” e “voltou a fazê-lo quando transferiu para o Novo Banco 850 milhões sem conhecer os resultados da auditoria, ao contrário do que foi prometido pelo primeiro-ministro”. Agora, o Governo “voltou a dar um sinal errado” ao “permitir que a Deloitte adiasse mais uma vez os resultados desta auditoria”, acrescentou.
"Defendemos (…) que o Governo partilhe com a Assembleia da República todos os resultados, preliminares ou não, que conhecer sobre a auditoria.”
O Governo anunciou na quinta-feira à noite que a auditoria ao Novo Banco não vai estar concluída esta sexta-feira, considerando que até à sua conclusão não deverão ser realizadas outras operações de venda de carteiras de ativos por parte da instituição bancária.
Em comunicado, o Ministério das Finanças refere que se realiza esta sexta-feira “uma reunião do Comité de Acompanhamento Operacional da auditoria ao Novo Banco, órgão que é composto pelo Fundo de Resolução, pelo Novo Banco, enquanto entidade auditada, e pela Deloitte, enquanto auditor independente selecionado para a realização da referida auditoria”.
“Na sequência da insistência do Governo para se concluir a auditoria, o Ministério das Finanças, que não integra o mencionado Comité de Acompanhamento Operacional, foi informado de que, nessa reunião, o auditor independente apresentará as conclusões preliminares de um conjunto de secções integrantes do relatório de auditoria, para efeitos do exercício de contraditório pela entidade auditada e solicitação de eventuais esclarecimentos adicionais por parte do Fundo de Resolução”, adianta o documento.
Mariana Mortágua destacou que “esta auditoria é essencial para travar este negócio ruinoso, é essencial, e é urgente” que os deputados “possam conhecer os seus resultados”. “Defendemos por isso que o Governo partilhe com a Assembleia da República todos os resultados, preliminares ou não, que conhecer sobre a auditoria. E não digo isto de forma leve, o parlamento deve conhecer todos os resultados porque o Governo já provou que toma decisões erradas quando se trata da banca, e tem de ser escrutinado”, vincou.
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