Após auditoria ao Novo Banco, partidos exigem responsabilidades
Auditoria da Deloitte revelou perdas de mais de 4.000 milhões no Novo Banco com origem no BES. Veja o que diz cada partido.
O relatório da auditoria da Deloitte revelou perdas líquidas de mais de 4.000 milhões de euros no Novo Banco com origem no BES, descrevendo “um conjunto de insuficiências e deficiências graves” no banco até 2014. Documento já gerou reações, da esquerda à direita, com todos os partidos a exigirem responsabilidades.
Veja o que já disse cada um:
Rui Rio: “Novo Banco está doente e os contribuintes é que pagam”
Segundo Rui Rio, a auditoria ao banco devia focar-se nas perdas verificadas já depois da venda ao Lone Star. “O BES já todos sabemos a desgraça que foi e todos nós pagamos a fatura. O fundamental é saber, a partir do momento em que foi vendido à Lone Star (em 2017), o que é que aconteceu com todas essas perdas por forma a perceber se o dinheiro que os contribuintes pagaram está correto ou não”, disse o presidente do PSD.
“Resolução foi deficiente e a doença do BES passou para o Novo Banco”, diz o PS
O deputado socialista João Paulo Correia aponta que a auditoria veio confirmar que a “resolução foi deficiente e a doença do Banco Espírito Santo (BES) passou para o Novo Banco”, em declarações transmitidas pelas televisões. O socialista afirma mesmo que esta pode ter sido a “resolução mais deficiente à escala europeia”.
O PS defende também que o “banco está contaminado pelos ativos tóxicos que deviam ter ficado no BES mas passaram para o Novo Banco por decisão do anterior Governo PSD/CDS e também Banco de Portugal (BdP)”.
CDS chama ministro das Finanças e governador do Banco de Portugal
Do lado dos centristas, Cecília Meireles apresentou um requerimento para a realização de audições “com caráter de urgência” do governador do Banco de Portugal, Mário Centeno, e do ministro das Finanças, João Leão. Para a deputada, a audição de Mário Centeno é “fundamental” para perceber se as perdas de 4.000 milhões reveladas pela auditoria somam aos 3,9 mil milhões do mecanismo de capital contingente. “E nesse caso, estaremos a falar de 8.000 milhões de euros”, explica.
A centrista lembra ainda que já há audições com o presidente do Novo Banco (a 15 de setembro) e com o presidente do Fundo de Resolução (a 16 de setembro) sobre o tema.
PCP defende controlo público do Novo Banco
O PCP defende que “quanto mais cedo se avançar com o controlo público, mais cedo se acaba com a gestão danosa”. Os comunistas consideram ainda que os portugueses devem conhecer, na generalidade, o relatório de auditoria. “O Estado continua a pagar a conta da limpeza do Novo Banco, este deve ser revertido à esfera pública”, disse o deputado Duarte Alves.
PAN quer divulgação pública da auditoria
Tal como os comunistas, o PAN pretende que o relatório da auditoria seja divulgado publicamente. “Os dados revelados pelo relatório final da auditoria especial ao Novo Banco (…) são preocupantes e demonstram de forma inequívoca o quão ruinosa tem sido a gestão levada a cabo naquele banco e anteriormente no BES ao longo dos últimos 20 anos”, diz o partido. “Tal gravidade, associada ao enorme impacto que as transferências de dinheiros públicos para o Novo Banco tiveram na sustentabilidade das contas públicas, exige que a Assembleia da República garanta que os resultados desta auditoria sejam públicos e acessíveis a todos”, acrescenta.
(Notícia atualizada às 16h15 com mais informação)
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