Lucro da EDP cai 22%. Tem prejuízo de 32 milhões em Portugal
Queda do consumo de eletricidade durante o período de confinamento pesou nas contas da elétrica no primeiro semestre do ano.
Os lucros da EDP caíram 22% no primeiro semestre do ano. Com a pandemia a pesar nas contas do grupo, o resultado líquido situou-se em 315 milhões de euros. O negócio em Portugal voltou a ser negativo e os prejuízos agravaram para 32 milhões de euros, segundo dados revelados à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).
A queda dos resultados líquidos é explicada pela “forte redução de consumo de eletricidade nos seus principais mercados, sobretudo durante os períodos de confinamento impostos para combater a propagação da pandemia Covid-19, que coincidiram com a maior parte do segundo trimestre”, de acordo com a empresa. O volume de eletricidade comercializada na Península Ibérica baixou 7% e o consumo de eletricidade de clientes das distribuidoras no Brasil caiu 8%.
O EBITDA — lucros antes de juros, impostos, depreciações e amortizações — cedeu 3% para 1.872 milhões de euros, refletindo ainda “o efeito adverso da taxa de câmbio (-57 milhões de euros devido à depreciação de 20% do real face ao euro)“. A dívida líquida aumentou 2%, situando-se em 14,1 mil milhões de euros no final de junho.
Antecipar fecho de Sines custa 130 milhões de euros
Além do efeito da pandemia no consumo de eletricidade, a antecipação do encerramento das centrais a carvão de Sines para 2021 — devido à “deterioração das condições de mercado Ibérico de eletricidade neste segundo trimestre, nomeadamente a redução da procura e o aumento do custo das licenças de emissão de CO2” — também pesaram nas contas. O custo extraordinário de antecipar o fecho de Sines é de 130 milhões de euros.
Entre as várias geografias, foi o negócio em Portugal a pesar, com um resultado líquido negativo de 32 milhões no primeiro semestre, prolongando dois anos consecutivos de prejuízos no mercado doméstico. Na Península Ibérica, a produção caiu 39% em termos homólogos, devido exclusivamente à redução da produção a carvão.
“O número de clientes de eletricidade em Portugal e Espanha manteve-se estável em termos homólogos, com a EDP a manter o foco na qualidade de serviço e a alavancar no portefólio de clientes para aumentar o seu valor. De facto, a taxa de penetração de serviços novos aumentou em 6% em termos homólogos para 19,2% a junho de 2020, enquanto a taxa de dupla energia (gás e eletricidade) não registou variações significativas”, acrescenta.
(Notícia atualizada às 17h30)
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