Conselho de Supervisão do Novo Banco: O que parecia ser banco bom, não era”
Presidente do Conselho Geral e de Supervisão do Novo Banco revela choque pelo facto de a gestão do BES até 2014 "ter usado todos os mecanismos para diferir riscos e problemas para o futuro".
O presidente do Conselho Geral e de Supervisão do Novo Banco está chocado pelo facto de a gestão do BES até 2014 “ter usado todos os mecanismos possíveis para diferir riscos e problemas para o futuro”, revela, numa entrevista ao semanário Expresso.
“O que posso garantir e o que acho relevante é o facto de o Ministério das Finanças ter informado que as perdas foram fundamentalmente sobre ativos do BES, até 2014, e para mim isso quer dizer mais de 95%. E isso é importante. Revela que houve uma conceção errada de que o Novo Banco era o banco bom com um balanço limpo após a resolução”, sublinha o responsável.
Pouco mais de dois anos depois de ter dado a primeira entrevista ao jornal, Byron Haynes assinala que as críticas e acusações feitas, nos últimos meses, pela classe política, ao banco, não o surpreendem.
“Fiquei chocado (em 2017) com o legado tóxico que herdámos, mas o maior choque foi a evidência de que o BES até 2014 usou todos os mecanismos possíveis para diferir os riscos e problemas para o futuro”, refere, na entrevista ao jornal português.
Haynes falou também sobre a auditoria feita pela Deloitte ao BES e ao Novo Banco, entre 2000 e 2018. Conhecido esta semana, o documento analisa os atos de gestão e a origem dos créditos que provocaram perdas de 4 mil milhões de euros, todos anteriores a 2014. O gestor revela ainda ter ficado “chocado” pelo facto da gestão de o BES até 2014 “ter usado todos os mecanismos possíveis para diferir riscos e problemas para o futuro”
Sobre a auditoria feita pela Deloitte ao Novo Banco, Byron Haynes refere que se trata, em 25 anos de experiência em banca, de “um dos pedidos mais detalhados e robustos a que já assisti, cobre 18 anos, a Deloitte pediu e analisou milhares de documentos que cobrem milhares de operações. É um trabalho muito detalhado e implicou um esforço enorme do Novo Banco para entregar toda a informação pedida. E estou muito satisfeito pelo facto de este trabalho ter sido concluído.”
Assine o ECO Premium
No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.
De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.
Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.
Comentários ({{ total }})
Conselho de Supervisão do Novo Banco: O que parecia ser banco bom, não era”
{{ noCommentsLabel }}