BCP e Galp Energia tombam 25% no trimestre e arrastam a bolsa de Lisboa

O PSI-20 encerrou o terceiro trimestre do ano com uma desvalorização de 7%, o pior registo face aos principais pares europeus. Apenas o IBEX ficou próximo, mas com uma perda um pouco menos acentuada.

A bolsa nacional encerrou em alta esta sessão, um ganho ainda assim insuficiente para escapar ao pior registo trimestral a nível europeu. Entre o início de junho e o final de setembro, o PSI-20 desvalorizou mais de 7%, num período em que foi muito condicionado pelo registo negativo do BCP e da Galp Energia.

Os títulos dos dois pesos pesados da praça bolsista nacional acumulam uma perda trimestral próxima de 25%, com o banco a selar mínimos históricos e a petrolífera em mínimos de mais de uma década.

O PSI-20 desvalorizou este trimestre 7,36%, encerrando esta quarta-feira nos 4.067,02 pontos. Ou seja, próximo de mínimos do início de abril, período marcado pelo confinamento e pela quase paralisação total da economia.

O índice lisboeta supera assim ligeiramente a quebra trimestral de 7% registada pelo par espanhol IBEX 35. Face aos restantes pares, a comparação ainda é mais negativa: o CAC francês desvalorizou 2,69%, o MIB italiano caiu 1,69%. Já o DAX alemão foi o único a escapar ao vermelho, com um ganho trimestral de 3,654%.

As praças europeias revelam assim o impacto negativo que a evolução da pandemia está a ter na atividade económica dos países do Velho Continente.

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Entre os títulos que compõem o PSI-20 o vermelho imperou em 11 deles, mas com o BCP e a Galp Energia a serem as cotadas que mais pressão exerceram. O BCP deu um trambolhão de 24,95% no trimestre, com as ações a renovarem consecutivos mínimos históricos, tendo o respetivo valor unitário caído já abaixo da fasquia dos oito cêntimos.

Numa altura em que a crise provocada pela pandemia assusta os investidores, levando-os a afastarem-se de ativos considerados de maior risco, como as ações, a banca acaba por ser percecionada como sendo um setor com risco extra. Receios com aumento de imparidades por causa da Covid-19 justificam esta maior cautela que está a pesar no setor. O Stoxx Banks tem registado quedas consecutivas, que têm sido acompanhadas pelo banco português. O índice da banca europeia acaba por termina o trimestre com um tombo de 12%.

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A Galp, por sua vez, dada a sua atividade acaba por ser condicionada pela evolução e perspetiva futura para as cotações do “ouro negro” num contexto económico que exerce pressão negativa sobre a procura. Em termos práticos, as ações acabam por encerrar o trimestre com uma quebra de 23,15%, negociando agora nos 7,912 euros. Ou seja, próxima de mínimos do arranque de 2009.

Entre os piores registos do trimestre incluem-se ainda a Nos — as ações da telecom desvalorizaram 22% — bem como as retalhistas. As ações da Jerónimo Martins apresentam um saldo trimestral correspondente a uma quebra de 12%, enquanto as da Sonae deslizam 9,8.

Mas nem só de quedas viveu a praça bolsista nacional no último trimestre. A Sonae Capital destaca-se pela positiva a grande distância das cotadas que fecharam o trimestre no verde, acumulando um ganho de 36%, a beneficiar da Oferta Pública de Aquisição de que foram alvo, a par da Sonae Indústria, por parte da Efanor da família Azevedo.

Mas foram sobretudo os títulos da EDP Renováveis que mais travaram a quebra do PSI-20 no trimestre, ao registarem ganhos de 14,96%.

(Notícia atualizada às 17h25)

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