Investidor na TVI faz queixa da Cofina na ERC e CMVM
A Triun tem um contrato-promessa com a Prisa para a compra de uma posição de 20% da Media Capital e acusa a Cofina de tentativa de manipulação de mercado.
A sociedade Triun SGPS, de Paulo Gaspar, apresentou queixas contra a Cofina na Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) e na CMVM, por causa das notícias do Correio da Manhã, revelou o Expresso. O grupo é um dos investidores que acordou a compra de 20% das ações da Media Capital com os espanhóis da Prisa.
Segundo a carta entregue nos reguladores, e citada por aquele jornal, a Cofina “não se coíbe nem se abstém de fazer uma utilização abusiva do direito de informar – neste caso através do jornal Correio da Manhã – para benefício direto e exclusivo dos interesses que compõem as intenções da Cofina relativamente à Media Capital”.
“A Cofina, num comportamento reiterado e sistemático tenta, de forma ilegal e ao arrepio de todas as normas de mercado regulado, atingir os interessados na aquisição da participação da Prisa, neste caso em particular a Triun, por via do seu presidente do Conselho de Administração e familiares”, escreve a Triun, liderada por Paulo Gaspar, também administrador do grupo Lusiaves. A Triun considera mesmo que essa estratégia noticiosa “serve o único propósito de que o negócio que a Prisa tem acordado com a Triun e restantes compradores se frustre, para que a OPA da Cofina em curso seja bem-sucedida”.
A Cofina, recorde-se, lançou uma OPA sobre a totalidade do capital da Media Capital que continua ‘ativa’, mas foi surpreendida pela decisão da Prisa de vender blocos de ações independentes a um conjunto de investidores, entre os quais a Triun, mas também figuras como Cristina Ferreira, Tony Carreira e Pedro Abrunhosa.
Na carta entregue na CMVM, a Triun cita uma “flagrante violação do artigo 379º do Código dos Valores Mobiliários tentando, por essa via, atingir os ativos da Media Capital e tudo quanto possa influenciar o negócio em curso”. Precisamente o artigo que se refere à manipulação de mercado.
Contactada pelo Expresso, a Cofina garante que “pauta a respetiva atuação pelo cumprimento escrupuloso das exigências legais e regulatórias que lhe são aplicáveis, seguindo sempre as diretrizes das autoridades competentes”.
Esta queixa da Triun segue-se a outra, dirigida já esta semana à ERC, da parte de Mário Ferreira, o empresário que tem cerca de 30% da Media Capital. “Ao longo de meses temos sido vítimas de ataques, notícias do grupo Cofina e das suas diversas publicações, que são mais já de 250 e essas só relacionadas à minha pessoa, para não falar sobre as notícias da Media Capital. Temos estado em silêncio, optámos por isso, respeitando as competências do regulador para ver se teriam alguma intervenção“, disse o empresário em declarações à TSF.
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