Mais de metade dos trabalhadores a nível global receia perder emprego no próximo ano
É em Espanha que mais se temem os despedimentos, mas são também os espanhóis os que consideram estar mais preparados para se requalificarem no seu emprego atual, revela o Fórum Económico Mundial.
Mais de metade dos adultos que trabalham têm receio de perder os seus empregos nos próximos 12 meses. Contudo, dois terços estão confiantes que as suas empresas poderão ajudá-los a requalificar-se para se prepararem para as profissões do futuro, revela um estudo da Ipsos para o Fórum Económico Mundial, que reuniu respostas de 12.000 trabalhadores de 27 países.
A automação e a inteligência artificial podem ameaçar milhares de empregos e a pandemia veio acelerar esta transição, aumentando também o pessimismo por parte de quem trabalha. Para salvar algumas profissões a solução passa pela requalificação (reskilling) e os trabalhadores parecem estar preparados para isso, com mais expressão em alguns países, como é o caso de Espanha, revela o mesmo estudo.
Dos 54% de trabalhadores com medo de perder o emprego no próximo ano, 17% afirma estar “muito preocupado” e 37% “de alguma forma preocupado”. A nível global, é na Rússia que se encontram os trabalhadores mais preocupados (75%), seguindo-se a vizinha Espanha com 73% e a Malásia com 71% dos adultos empregados a revelar preocupações sobre a possibilidade de manterem o seu emprego nos próximos anos.
Por outro lado, na Alemanha, na China e na Suécia, menos de 10% dos trabalhadores revelam preocupações sobre o futuro profissional.
Requalificar para garantir o futuro
O mesmo estudo revela que dois terços dos adultos que trabalham, acreditam que podem aprender e desenvolver competências no seu trabalho atual. Destes, 23% afirma estar “muito preparado” e 44% “de alguma forma preparado”. Entre os 27 países analisados pelo estudo, a capacidade assumida pelos trabalhadores para aprenderem novas competências é mais comum em Espanha (86%), seguindo-se o Peru (84%), o México (83%), o Japão (45%), a Suécia (46%) e a Rússia (48%).
Na Alemanha e nos EUA, a percentagem de trabalhadores otimistas sobre a possibilidade de se requalificarem nos seus empregos ultrapassa o número de trabalhadores com medo de perder o seu emprego.
De acordo com o Fórum Económico Mundial, cabe às empresas investir no capital humano, mas também aos governos criar possibilidades para proteger o emprego.
Na Alemanha e nos EUA, a percentagem de trabalhadores otimistas sobre a possibilidade de se requalificarem nos seus empregos ultrapassa o número de trabalhadores com medo de perder o seu emprego. Pelo contrário, há maior preocupação em países como a Rússia, Malásia, Polónia, Turquia, Japão e Coreia do Sul, refere o estudo.
O estudo da Ipsos não inclui dados sobre Portugal, mas informação divulgada no final do ano passado (antes da pandemia), indicava que, até 2030, é possível que 700 mil a 1,8 milhões de portugueses tenham de atualizar as suas qualificações ou mudar de profissão.
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