90% das inspeções ao selo “Clean&Safe” são por videoconferência. Empresas são avisadas antecipadamente
Das 489 auditorias feitas pelo Turismo de Portugal no âmbito do selo "Clean&Safe", apenas 47 foram presenciais. As empresas são ainda avisadas antecipadamente.
O Turismo de Portugal criou o selo “Clean&Safe” para garantir que as empresas do setor cumprem todas as medidas de higiene e segurança, dando, por sua vez, mais confiança aos hóspedes. Este “carimbo” é atribuído mediante compromisso de honra, mas por vezes há inspeções. Contudo, a maior parte das vezes, estas auditorias são feitas através de videoconferência e as empresas são ainda notificadas com antecedência.
“No âmbito da recente atribuição do selo ‘Clean&Safe’ ao vosso alojamento local, vimos por esta via solicitar o contacto telefónico da pessoa responsável pelo mesmo, num prazo de oito dias, para que possamos proceder a uma verificação dos requisitos por via telefónica/online“. Este é um email enviado pelo Turismo de Portugal a um alojamento local, a que o ECO teve acesso, que seria fiscalizado em breve. Neste caso, a auditoria aconteceu mesmo por chamada telefónica, tendo sido depois pedidas algumas fotografias do imóvel à pessoa responsável.
O Turismo de Portugal, questionado pelo ECO, disse que realiza “em coordenação com as entidades competentes, auditorias aleatórias aos estabelecimentos aderentes, de forma presencial e também através de videoconferência ou contacto telefónico“. Neste último caso, lê-se, “são exigidas fotografias e documentos que evidenciem e atestem o cumprimento dos requisitos associados ao selo”.
E os números cedidos pela entidade liderada por Luís Araújo mostram mesmo que a via telefónica/online é a mais comum. Das 489 auditorias feitas desde abril (quando o selo foi lançado), apenas 47 foram presenciais, ou seja, menos de 10%.
Sobre o facto de as empresas serem notificadas com antecedência destas auditorias, o Turismo de Portugal também confirma, mas detalha que “as entidades aderentes são previamente contactadas, com cerca de 48 horas de antecedência, para agendamento da auditoria sendo, desde logo, solicitada a apresentação do protocolo interno para a Covid-19, para preparação da auditoria”.
Destas inspeções, que podem ser feitas por iniciativa do Turismo de Portugal ou devido a reclamações, já foram retirados cinco selos “Clean&Safe”: quatro a empreendimentos turísticos e um a uma unidade de alojamento local. Contudo, a entidade pública nota que “genericamente, as empresas têm cumprido rigorosamente os requisitos estabelecidos e mostrado um grau de implementação de regras de higiene e limpeza muito elevado”.
Este selo — gratuito e válido por um ano — é uma espécie de carimbo que distingue as “atividades turísticas que asseguram o cumprimento de requisitos de higiene e limpeza para prevenção e controlo da Covid-19 e de outras eventuais infeções”. Pode ser pedido por todos os empreendimentos turísticos, desde restaurantes a hotéis, a empresas de animação turística e agências de viagens.
Desde abril, altura em que a iniciativa arrancou, já foram atribuídos 16.641 selos turísticos: 10.050 a unidades de alojamento local, 2.710 a empreendimentos turísticos, nove a áreas de serviço para autocaravanas, 1.335 a agências de viagens e turismo e 2.537 a agentes de animação turística.
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