FMI: Portugal terá um dos estímulos orçamentais mais baixos da Europa
Pelas contas do Fundo Monetário Internacional, Portugal terá um dos estímulos orçamentais mais baixos entre as economias avançadas da Europa, inferior a 4% do PIB.
Portugal deverá ter um dos estímulos orçamentais mais baixos entre as economias avançadas da Europa no combate à crise pandémica. Os cálculos são do Fundo Monetário Internacional (FMI) e foram revelados esta quarta-feira no Regional Economic Outlook dedicado à Europa.
De acordo com as contas do FMI, o estímulo orçamental português deverá situar-se abaixo dos 4% do PIB, ficando apenas acima de países como a Eslovénia, França e Finlândia. Como mostra o gráfico, estão em causa 25 economias europeias avançadas. O ECO questionou o FMI sobre se os dados referem-se apenas a 2020 ou também incluem 2021, mas não obteve uma resposta até à publicação deste artigo.
No topo dos estímulos orçamentais está o Reino Unido, que já não faz parte da União Europeia, com quase 10% do PIB. Segue-se a Alemanha, a Áustria e a Letónia com valores superiores a 8% do PIB. Posteriormente, aparecem países como Israel, Grécia, Dinamarca e Suécia até chegar a Espanha, o último país do gráfico com um estímulo orçamental superior ao de Portugal (PRT).
Além disso, o estímulo orçamental português destaca-se por ser um dos que menos usa a descida da receita fiscal como uma ajuda à economia, tal como é o caso da Dinamarca e de Itália. Não é certo o que está a ser considerado pelo FMI uma vez que o Governo permitiu adiar vários impostos e há situações em que as empresas, por exemplo, nem terão de os pagar, como é o caso do pagamento por conta relativo às PME.
O estímulo orçamental de Portugal fica também aquém do estímulo de algumas economias emergentes (classificação do FMI), como é o caso da Polónia e da Croácia (ver barras a vermelho).
Numa análise ao estímulo orçamental agregado da Europa, os técnicos do Fundo concluem que “as autoridades nacionais avançaram com um estímulo orçamental sem precedentes“. A este pacote orçamental juntam-se os estabilizadores automáticos que já estão previstos.
Nas economias avançadas, a média do estímulo orçamental é de 6,2% do PIB, sendo tendencialmente superior nos países que tinham maior folga orçamental (e de endividamento) antes da crise. Nas economias emergentes, a média é de 3,1%.
O FMI atualizou na semana passada as previsões macroeconómicas para Portugal: o PIB deverá cair 10% em 2020 e recuperar 6,5% em 2021 ao passo que o défice deverá subir para os 8,4% do PIB e depois descer para 2,7%.
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