Galp Energia afunda mais de 5% após prejuízos e venda da empresa de distribuição
Com este desempenho, a Galp Energia já perdeu quase 50% do valor este ano. O tombo está a arrastar o PSI-20, que perde 2% num dia de perdas generalizadas.
A Galp Energia está a ser fortemente castigada em bolsa pelos prejuízos registados. A petrolífera liderada por Carlos Gomes — que comunicou esta segunda-feira ao mercado resultados negativos de 45 milhões de euros entre janeiro e setembro deste ano — tomba mais de 5% e penaliza o índice PSI-20, que segue no vermelho.
Os prejuízos de 45 milhões de euros comparam com lucros de 403 milhões alcançados no mesmo período de 2019. Nos primeiros nove meses de 2020, os lucros antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (EBITDA) afundaram 37% para 792 milhões de euros.
A queda é, “sobretudo”, o reflexo dos “menores preços de petróleo no período, apesar do aumento da produção”, mas também do efeito cambial da depreciação do real brasileiro face ao dólar dos EUA. Em sentido contrário, a produção da empresa neste período alcançou 132,5 mil barris por dia, um crescimento de 15,8% em termos homólogos.
A par dos resultados, a Galp Energia anunciou ainda a venda de 75,01% da Galp Gás Natural Distribuição por 368 milhões de euros, o que coloca o valor implícito da empresa de distribuição em cerca de 1,2 mil milhões de euros. A transação ainda não está fechada, sendo a conclusão esperada para o primeiro trimestre de 2021, e os investidores parecem ter focado mais os resultados negativos.
A empresa cai 5,3% para 7,71 euros por ação, no valor mais baixo em quase um mês. Com este desempenho, a Galp Energia já perdeu quase 50% do valor este ano. O tombo está a arrastar o PSI-20, que perde 2% para 4.059,13 pontos, num dia de perdas generalizadas.
Petrolífera cai para mínimos de um mês
Além das notícias empresariais, a bolsa nacional está a ser penalizada pelo sentimento negativo a nível internacional. E por isso, as cotadas portuguesas mais expostas ao exterior estão, por isso, a mostrar maior vulnerabilidade: a Altri perde 3,76% e a Mota-Engil 2,72%. Os pesos-pesados Nos (-2,7%), BCP (-2,5%), EDP (-2,17%) e EDP Renováveis (-1,36%) também desvalorizam.
Tanto na Europa como nos EUA, as ações estão sob pressão devido às renovadas tensões entre EUA e China após o gigante asiático ter sinalizado que poderá impor sanções a empresas de defesa norte-americanas caso EUA avancem com a venda de armas a Taiwan. Isto a uma semana das eleições presidenciais nos EUA, em plena época de resultados e a dias de ser conhecida a decisão do Banco Central Europeu sobre um reforço dos estímulos.
“Há que estar preparados para bolsas, obrigações e dólar frágeis durante algum tempo. Tudo indica que é isso que acontecerá nas próximas semanas“, dizem os analistas da equipa de research do Bankinter numa nota divulgada esta segunda-feira.
“A aparentemente provável (de acordo com as sondagens) vitória democrata, os crescentes problemas para controlar a propagação do vírus, a suspensão temporal dos ensaios clínicos de algumas vacinas e a macro tornarão difícil que a situação melhore no curto prazo. Os resultados empresariais e as guidances (previsões) das empresas, são melhores do que se esperava, mas esta semana teremos publicações de tantas empresas americanas e europeias que o mercado deve preferir manter-se em modo de espera e analisá-los durante uns dias antes de tirar conclusões”, acrescentam.
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