Investimento direto estrangeiro mundial cai 49% no primeiro semestre
"Os fluxos de investimento direto estrangeiro (IDE) mundial na primeira metade de 2020 baixaram 49% comparados com 2019", indica a UNCTAD.
O investimento direto estrangeiro a nível mundial diminuiu 49% no primeiro semestre do ano face a 2019, segundo um relatório da Conferência das Nações Unidas para o Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD) divulgado esta terça-feira.
“Os fluxos de investimento direto estrangeiro (IDE) mundial na primeira metade de 2020 baixaram 49% comparados com 2019 dado que os confinamentos pelo mundo abrandaram os projetos de investimento existentes e a perspetiva de uma recessão profunda levaram as empresas multinacionais a reavaliar novos projetos”, pode ler-se no documento da UNCTAD divulgado esta terça-feira.
Segundo a organização, o total do IDE mundial até ao segundo semestre foi de 399 mil milhões de dólares, cerca de 337,7 mil milhões de euros.
O mesmo documento indica que “o declínio deu-se em todas as formas de IDE”, com a criação de subsidiárias a descer 37%, as fusões e aquisições transfronteiriças a caírem 15% e novos projetos financeiros transfronteiriços a registarem uma quebra de 25%.
“As economias desenvolvidas registaram a maior queda, com o IDE a atingir uma estimativa de 98 mil milhões de dólares [cerca de 82,9 mil milhões de euros] no primeiro semestre de 2020 – um declínio de 75% comparado com 2019”, um valor que só tem paralelo com o ano de 1994, segundo o organismo das Nações Unidas.
De acordo com a UNCTAD, “a tendência foi exacerbada para fluxos negativos acentuados nas economias europeias com fluxos de veículos [financeiros] significativos“, e os fluxos para a América do Norte diminuíram 56% para 68 mil milhões de dólares (cerca de 57,5 mil milhões de euros).
No caso exclusivo da Europa, os fluxos foram negativos pela primeira vez na história, sendo-os em sete mil milhões de dólares (cerca de 5,9 mil milhões de euros).
Os fluxos para a União Europeia desceram 29% para 133 mil milhões de dólares (cerca de 112,5 mil milhões de euros), com os Países Baixos a registarem uma queda de 86 mil milhões de dólares (72,8 mil milhões de euros), com o impacto do desinvestimento em 70 mil milhões de euros (59,2 mil milhões de euros) em ações, e a Itália reduziu os fluxos para 2 mil milhões de dólares (1,7 mil milhões de euros).
Pelo contrário, os fluxos para a Irlanda registaram uma subida de 65 mil milhões de dólares em ações (55 mil milhões de euros), e o IDE na Alemanha subiu 15% para 21 mil milhões de dólares (17,7 mil milhões de euros).
As projeções mundiais para o ano apontam para uma queda de 30% a 40% do investimento direto estrangeiro, segundo este organismo da ONU sediado em Genebra, na Suíça, mas nas economias desenvolvidas a taxa de declínio “deverá estabilizar dado que parece haver uma subida em alguma atividade de investimento no terceiro trimestre”.
“A perspetiva permanece altamente incerta, dependendo da duração da crise de saúde e da eficácia das intervenções de medidas políticas para mitigar os efeitos económicos da pandemia”, com os “riscos geopolíticos” a terem lugar nos riscos, segundo a UNCTAD.
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