Mulher, lisboeta e letrada. Este é o perfil do teletrabalhador em Portugal
O teletrabalho é uma realidade para uma fatia significativa dos trabalhadores portugueses. Mas quem são? Maioritariamente mulheres com mais de 45 anos que vivem em Lisboa e têm o ensino superior.
Quase um quarto dos trabalhadores portugueses esteve em teletrabalho no segundo trimestre. No terceiro trimestre o número baixou, abrangendo 14% dos postos de trabalho, mas o regresso do teletrabalho obrigatório em 121 concelhos a partir de 4 de novembro deverá levar a um novo aumento no quarto trimestre. Mas quem é que está em teletrabalho? As estimativas do Instituto Nacional de Estatística (INE) permitem traçar um perfil do teletrabalhador “criado” pela pandemia.
Maioritariamente são mulheres, que residem na Área Metropolitana de Lisboa, com o ensino superior, a trabalhar no setor dos serviços e por contra de outrem. Estas são as características mais comuns entre os teletrabalhadores identificados pelos inquéritos ao emprego realizados pelo gabinete de estatísticas este ano.
Vamos aos números e aos pormenores. No caso do género, no segundo trimestre houve uma proporção significativamente mais elevada de mulheres a trabalhar remotamente, mas essa diferença face aos homens esbateu-se no terceiro trimestre, período em que 52,6% dos trabalhadores remotos por causa da Covid-19 eram mulheres.
Também mais de metade (54,8%) desses teletrabalhadores residiam na Área Metropolitana de Lisboa, 75,3% tinham o ensino superior e 92,8% eram trabalhadores por conta de outrem. Em termos de setores, a maioria encontra-se no setor dos serviços, sendo que 67,1% eram especialistas das atividades intelectuais e científicas. Uma parte significativa também trabalha no setor da educação.
No caso da educação, tal é explicado pelo encerramento quase total das escolas, o qual só foi revertido parcialmente para o ensino secundário (11.º e 12.º) quando se aproximavam os exames nacionais.
Este perfil de teletrabalhador é também o que mais usa as tecnologias de informação e comunicação, como o computador e a internet, para fazer o seu trabalho. O maior recurso tecnológico foi o correio eletrónico (email) e as videoconferências.
Em termos de horas trabalhadas a diferença é curta. Em média, o trabalhador remoto trabalhou durante 37 horas por semana, o que compara com 38 horas dos que trabalharam fora de casa.
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