Dona da Pizza Hut passa de lucro a prejuízo de 36,9 milhões de euros até setembro
Nos primeiros nove meses deste ano, a Ibersol registou um prejuízo de 36,9 milhões de euros, valor que compara com os lucros de 10,5 milhões de euros registados em igual período do ano passado.
A Ibersol registou um prejuízo de 36,9 milhões de euros até setembro, valor que compara com um resultado líquido positivo de 10,5 milhões de euros, apurado em igual período do ano anterior, foi esta sexta-feira comunicado ao mercado.
“O resultado líquido consolidado no final dos primeiros nove meses atingiu o valor de -36,9 milhões de euros, que compara com o registado em 2019 no montante de 10,5 milhões de euros”, lê-se no comunicado remetido à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).
No documento, a empresa lembrou que o “encerramento abrupto” em março e o período de confinamento devido à pandemia de Covid-19, durante o qual 73% dos restaurantes operados pelo grupo estiveram encerrados, “penalizaram severamente o desempenho operacional”, não tendo sido possível “ajustar as rubricas de custo à redução de vendas”, o que acabou por levar à perda de rentabilidade.
Porém, a retoma gradual da atividade, no terceiro trimestre, bem como a conclusão da negociação com parte dos proprietários dos restaurantes permitiu “minimizar as perdas resultantes da redução de 40% da atividade”.
De janeiro a setembro, o grupo, dono de marcas como a KFC, totalizou um volume de negócios de 213,9 milhões de euros, o que se traduz numa redução de 142,3 milhões de euros em comparação com igual período de 2019.
Por sua vez, os custos com pessoal ascenderam a 78,6 milhões de euros até setembro, menos 28,5% face ao período homólogo. Já o resultado antes de juros, impostos, depreciação e amortização (EBITDA) situou-se em 35,9 milhões de euros, um retrocesso de 59,6% em comparação com o mesmo período do ano anterior.
Nos primeiros nove meses do ano, a Ibersol contabilizou 12,1 milhões de euros de investimento total, sendo cerca de 10,8 milhões de euros correspondentes à concretização do plano de expansão e o restante à remodelação e modernização de um conjunto de restaurantes.
Em 30 de setembro, o endividamento líquido rondava os 115,2 milhões de euros, um aumento de 37,1 milhões de euros, justificado com o financiamento das necessidades geradas pela crise pandémica.
Até setembro, o grupo abriu nove espaços e, desde aí, já foram inaugurados mais dois restaurantes Taco Bell’s, um Burger King e um Ribs. Adicionalmente, está prevista, para até ao final do ano, a abertura de três unidades drive thru. A Ibersol detém ainda, em Portugal, marcas como a Pizza Hut, Pans & Company, Miit e Pasta Caffé. Na sessão desta sexta-feira da bolsa, as ações da Ibersol ficaram inalteradas em 4,40 euros.
Ibersol prevê quebra de 40% na faturação anual mas pode piorar
Também esta sexta-feira, a Ibersol estimou uma quebra de 40% no volume de negócios anual face ao agravamento da pandemia e consequentes medidas de restrição, notando que esta previsão pode ser agravada perante a imposição de novas limitações no Natal.
“Com o acentuado aumento da propagação do vírus nestas últimas semanas e a provável manutenção das restrições à circulação e funcionamento dos restaurantes, a nossa perspetiva aponta para uma redução do volume de negócios anual para cerca de 40%, que em função de eventuais agravamentos na aplicação de medidas restritivas à mobilidade de pessoas no período do Natal, pode eventualmente agravar este cenário”, alertou o grupo, num comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).
Em 2019, o volume de negócios da Ibersol ascendeu a 485,4 milhões de euros, o equivalente a uma progressão homóloga de 7,8%. No documento divulgado esta sexta-feira, a empresa, dona de marcas como a KFC, garantiu ainda estar a “efetuar todos os esforços” para concluir as negociações das rendas nos centros comerciais e concessionárias.
As medidas relativas aos descontos nas rendas dos lojistas, aprovadas no orçamento suplementar, levaram a Associação Portuguesa de Centros Comerciais (APCC) a anunciar que vai apresentar queixa do Estado à Comissão Europeia, alegando inconstitucionalidade nas mesmas e ingerência nos contratos celebrados entre privados.
A lei referida estabelece que, “nos casos em que sejam aplicáveis formas específicas de contratos de exploração de imóveis para comércio e serviços em centros comerciais, não são devidos quaisquer valores a título de rendas mínimas, até 31 de dezembro de 2020”.
(Notícia atualizada pela última vez às 18h44)
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