Reestruturação da TAP prevê saída de 2.000 pessoas e corte mínimo de 20% nas remunerações
O plano de reestruturação da TAP prevê um corte de até 30% na massa salarial da companhia aérea, apurou o ECO junto de fontes que conhecem o documento. Remunerações terão corte mínimo de 20%.
A administração da TAP reunirá esta sexta-feira com os sindicatos para apresentar um plano de reestruturação que, entre outros pontos, prevê um corte na massa salarial de 20% a 30% e um corte mínimo de 20% na remuneração dos trabalhadores que ficam. A informação foi apurada pelo ECO junto de fontes que conhecem o plano de reestruturação.
O Governo tem até 10 de dezembro para apresentar um plano de reestruturação para a TAP a Bruxelas, e tenciona que este esteja já consensualizado com os sindicatos, pelo menos em linhas gerais. No entanto, é tido como certo que não haverá plano B.
Face ao número de funcionários da TAP, o corte na massa salarial, pelas contas do ECO, corresponderá à saída de cerca de 2.000 trabalhadores do quadro, excluindo os que já foram saindo nos últimos meses.
Quanto ao corte nas remunerações, num mínimo de 20%, é intenção da administração proteger os salários mais baixos, fixando um teto mínimo a partir do qual serão aplicados os respetivos cortes, que incidem sobre as remunerações base, mas também os complementos.
Além da redução do número de trabalhadores, também a frota da TAP, atualmente com 108 aviões, deverá ser reduzida para um número entre 83 e 89 aviões, estando ainda previsto no plano a reestruturação de contratos de leasing e outro tipo de contratos financeiros, que corresponderão a benefícios financeiros acumulados de 1,5 mil milhões de euros.
O plano de reestruturação foi exigido pelas autoridades europeias no âmbito do apoio do Estado à empresa em dificuldades, na sequência da pandemia, e é Bruxelas que terá a última palavra a dar. Já após a publicação desta notícia, o ECO pediu uma reação à empresa e encontra-se a aguardar resposta.
Quando propôs o Orçamento do Estado para 2021, o Governo estimou que a empresa necessite da totalidade dos 1.200 milhões de euros que foram emprestados pelo Estado. Está ainda previsto um valor de 500 milhões de euros em garantias estatais a conceder à empresa para que, apesar da crise do setor, a TAP possa, eventualmente, financiar-se no mercado de capitais. Neste plano, não estão previstos cortes para os obrigacionistas da TAP
A situação financeira da companhia aérea portuguesa agravou-se com os efeitos provocados pela pandemia, que praticamente paralisou a atividade do grupo e forçou o recurso ao lay-off, abrangendo uma parte significativa dos trabalhadores da empresa.
A 2 de julho, o Governo anunciou ter chegado a um acordo com os então acionistas privados da TAP para ficar com uma posição de 72,5% da empresa, tornando-se, deste modo, o acionista principal. Portugal, que até então tinha apenas metade da TAP, pagou 55 milhões de euros ao abrigo do negócio, levando à saída de David Neeleman da estrutura acionista. O investidor era um dos sócios da Atlantic Gateway, que é agora controlada apenas por Humberto Pedrosa.
(Notícia atualizada pela última vez às 21h17)
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