Ponto por ponto, é assim que vai funcionar o plano de vacinação da Covid-19
O Plano de Vacinação contra a Covid-19 já foi conhecido. Deverá arrancar em janeiro de 2021 e será universal, gratuito, facultativo e em três fases. Ponto por ponto, conheça os detalhes.
Numa altura, em que a Agência Europeia do Medicamento está cada vez mais perto de aprovar uma vacina contra o novo coronavírus, o Governo apresentou na quinta-feira o Plano de Vacinação contra a Covid-19, um plano que será universal, gratuito, facultativo e faseado. Portugal vai receber cerca 22 milhões de doses de vacinas, sendo que a primeira fase de vacinação deverá arrancar no início de janeiro de 2021. Ponto por ponto, conheça os detalhes do plano.
Portugal vai receber 22 milhões doses de vacinas
No âmbito da aquisição conjunta da União Europeia há já seis contratos assinados, sendo que Portugal vai receber cerca de 22 milhões doses de vacinas. Isto é 6,9 milhões de doses da AstraZeneca/Universidade de Oxford, 4,5 milhões de doses da BioNTecn/Pfizer, a mesma quantidade da Johnson&Johnson, 1,9 milhões da Moderna e quatro milhões de doses da CureVac, explicou presidente do Infarmed, na apresentação do Plano de Vacinação contra a Covid-19. Quanto ao acordo com a Sanofi/GSK ainda não estão definidas quantidades, acrescentou. Assim, “além da preocupação de garantir o acesso”, houve também a preocupação de “garantir um portfólio alargado de vacinas, termos várias opções disponíveis”, sublinhou Rui Ivo.
Vacinas serão universais, gratuitas e facultativas
Tal como a ministra da Saúde tinha adiantado, o primeiro-ministro reiterou que a vacinação vai ser “facultativa, gratuita e distribuída a toda a população”. Numa primeira fase, as vacinas vão ser administradas no Serviço Nacional de Saúde, nos 1.200 pontos de vacinação que existem em todo o país, isto é, centros de saúde. Ainda assim, os residentes e profissionais de lares, bem como internados em unidades de cuidados continuados serão vacinados nesses locais, sendo que a vacinação estará a cargo das equipas de enfermagem, caso não seja possível os profissionais de centros de saúde deslocar-se-ão a estes locais.
Quando arranca o plano de vacinação em Portugal?
Assente em seis componentes, este plano tem por objetivo “reduzir a mortalidade que a doença causa e tentar aliviar o Serviço Nacional de Saúde”, bem como controlar surtos nas populações mais vulneráveis, explicou Francisco Ramos, coordenador do Plano de Vacinação. Apesar das várias “incertezas” é expectável que o plano de vacinação arranque em janeiro do próximo ano, sendo que tudo depende da aprovação do regulador europeu, a Agência Europeia do Medicamento. Ao mesmo tempo, o primeiro-ministro lembrou que esta operação está “sujeita a um conjunto de imponderabilidades bastante significativo”, nomeadamente a “montante de Portugal” dado que não depende do país “a produção industrial nem o licenciamento das vacinas”.
Assim, num cenário otimista a primeira fase de vacinação deverá ser realizada entre janeiro e fevereiro, num cenário “provável” de janeiro a março e, no pior caso entre janeiro e abril. “A informação que existe hoje sobre o processo dá-nos a segurança suficiente para dizer que em janeiro vamos começar”, garantiu Francisco Ramos.
Plano de vacinação em três fases. Quais são os grupos prioritários?
O plano de vacinação contra a Covid-19 vai ser faseado. A primeira fase, que deverá arrancar em janeiro e estender-se até fevereiro, isto no cenário otimista, vai abranger 950 mil portugueses, ou seja, cerca de 10% da população portuguesa. Estes são os grupos prioritários da primeira fase de vacinação:
- Pessoas com 50 ou mais anos com pelo menos uma das seguintes patologias: insuficiência cardíaca, doença coronária, insuficiência renal e doença respiratória crónica com suporte ventilatório. Este grupo abrange cerca de 450 mil pessoas com vulnerabilidades pré-existentes.
- Residentes em lares e internados em unidades de cuidados continuados e os respetivos profissionais, que deverão ser cerca de 250 mil pessoas, e que serão vacinadas nas respetivas unidades em que se encontram.
- Profissionais de saúde diretamente envolvidos na prestação de cuidados e profissionais das Forças armadas e de segurança (serviços críticos e cuja elencagem ainda tem de ser afinada, que deverão somar cerca de 300 mil pessoas.
Numa segunda de vacinação, a decorrer de março a abril ou de junho a julho, estarão abrangidas 2,7 milhões de pessoas que se distribuem da seguinte forma:
- Com 65 ou mais anos sem qualquer outra patologia, reconhecendo que os idosos são o grupo mais vulnerável. Neste patamar são abrangidas 1,8 milhões de pessoas.
- E dos 50 até aos 64 as pessoas com diabetes, neoplasia maligna ativa, doença renal crónica, insuficiência hepática, obesidade, hipertensão arterial e ainda com a possibilidade de se vir a incluir outras patologias. Este grupo abrange 900 mil pessoas.
A terceira fase deverá ser o resto da população se for possível confirmar o ritmo de abastecimento de vacinas com que o Governo está a trabalhar. Se o ritmo for mais lento então será necessário voltar a criar novos grupos prioritários, explicou Francisco Ramos, coordenador do Plano de Vacinação.
(Notícia atualizada às 11h40 com dados do plano do Governo).
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