Estas são as 20 recomendações da OCDE para o mercado de capitais português. Uma delas é baixar os impostos

Técnicos da organização identificaram, a pedido do Governo, medidas chave para dinamizar a bolsa, diminuir a dependência da banca e captar investidores para o mercado de capitais.

Processos mais simples, maiores benefícios (especialmente fiscais) e menores custos ou entraves: são estas as linhas gerais da receita para dinamizar o mercado de capitais português. Após mais de dois anos de análise, a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento (OCDE) entregou ao Governo uma lista de 20 recomendações para o setor.

Os técnicos da OCDE estiveram ao longo dos últimos meses em Portugal para fazer um diagnóstico do mercado de capitais português, em colaboração com a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) e a pedido do Ministério das Finanças. Essa análise foi conhecida em junho e seguiu-se da publicação, esta sexta-feira, de um relatório com recomendações para o Governo, reguladores e outros intervenientes chave no mercado de capitais.

“Os esforços para desenvolver os mercados de capitais devem ter um leque alargado de instrumentos de política à sua disposição que abranja diferentes domínios de política. A fim de assegurar a coerência entre as diferentes iniciativas e evitar consequências indesejadas, os decisores políticos e as autoridades devem coordenar os seus esforços com vista a assegurar a máxima eficiência e complementaridade”, alertam, na introdução às “recomendações de política às autoridades portuguesas e aos intervenientes relevantes” para “mobilizar o mercado nacional de capitais para o investimento, a resiliência e o crescimento”.

Promover o financiamento no mercado acionista

O primeiro conjunto de medidas diz respeito a ações. “Considerando que os fundos próprios proporcionam um financiamento de longo prazo adequado a investimentos prospetivos em áreas como a inovação e o desenvolvimento empresarial, é muito adequado para financiar os esforços de Portugal de modernização da sua estrutura empresarial e de avanço no sentido de um setor empresarial competitivo, inovador e dinâmico“, começa por dizer a OCDE.

No entanto, nas últimas duas décadas, Portugal perdeu a maioria das empresas cotadas. O baixo nível de atividade e liquidez é visto como obstáculo para as empresas portuguesas que o podem utilizar para obter capital novo. A organização vê algumas formas de inverter a tendência:

  • Incentivar as empresas cotadas a emitirem ações adicionais através de ofertas de seguimento com vista a aumentar os atuais níveis de free float, melhorar a quota do mercado português nos índices acionistas e, consequentemente, atrair investidores institucionais. Esses incentivos podem ser conseguidos através de alterações jurídicas e regulamentares que promovam ofertas públicas secundárias (no seguimento de uma avaliação por parte da CMVM e outras autoridades portuguesas) ou da diminuição de comissões de cotação e de supervisão para empresas com maior free float;
  • O segundo ponto prende-se com a capacidade de captar empresas para a bolsa, nomeadamente seguradoras e empresas públicas. Portugal tem também um número importante de grandes empresas não cotadas, incluindo empresas do setor financeiro, nomeadamente companhias de seguros, que não enfrentam quaisquer restrições de dimensão para a sua cotação. “Mais importante ainda e ao contrário de muitos outros países europeus, nenhuma das grandes empresas públicas portuguesas está cotada. Para estimular o desenvolvimento do mercado de capitais, o governo pode incentivar a cotação das empresas públicas que são consideradas mais adequadas de um ponto de vista macroeconómico e estrutural“, recomenda.
  • A fim de aumentar a atratividade do mercado acionista nacional, o governo pode considerar a introdução de um sistema de crédito fiscal para os custos relacionados com as cotações iniciais, bem como as ofertas de capital secundário por parte de empresas já cotadas. A OCDE idealiza um sistema que permitisse às empresas deduzir os custos de cotação, incluindo quaisquer custos de serviços de consultoria, face ao imposto sobre o rendimento das pessoas coletivas a pagar até um determinado montante.
  • Tendo em conta que o diagnóstico identificou críticas à complexidade e burocracia dos procedimentos, é recomendada a modernização do quadro regulamentar para assegurar flexibilidade a beneficiar das isenções e opções previstas na legislação da UE. Este processo poderia ser integrado na revisão do Código dos Valores Mobiliários atualmente em curso. Outras alterações ao Código das Sociedades que podem ser consideradas incluem flexibilidade nas estruturas de voto (com ações de fidelidade) para responder às preocupações dos gestores sobre perderem poder nas suas empresas.
  • A OCDE considera também que há falta de sensibilização no setor empresarial português para a flexibilidade efetiva disponível no quadro jurídico e regulamentar pelo que sugere que a CMVM, a bolsa e outras autoridades públicas, empresas e associações do mercado financeiro se envolvam numa campanha de sensibilização para executivos. Outra opção poderia ser “institucionalizar o Círculo Empresarial Português sob os auspícios do recém-criado Banco de Fomento para servir de plataforma ao intercâmbio contínuo de tais informações“, refere.
  • O baixo dinamismo do mercado enfraqueceu o ecossistema de serviços de apoio essenciais, como consultoria e investigação, serviços de subscrição e funções de criação de mercado. O acesso nacional é “insuficiente” ou “depende de prestadores estrangeiros”. As autoridades portuguesas devem considerar o apoio, incluindo através de apoio estatal indireto, como os incentivos fiscais às instituições ou a determinados produtos, bem como a investidores, à criação e à expansão de instituições nacionais de intermediação e de consultoria do mercado de capitais.

Criar um ambiente propício ao crescimento das empresas

Não são só as características do mercado acionistas que são problemáticas, também o tecido empresarial é limitativo: “o domínio das pequenas empresas com baixa produtividade limita a capacidade de Portugal continuar a evoluir no sentido de uma produção e competitividade baseadas em conhecimentos de elevado valor acrescentado”, diz a OCDE. Recomenda, por isso, ao Governo medidas que ajudem a criar um ambiente propício ao crescimento das empresas:

  • O Governo português deve avaliar o atual sistema de tributação das sociedades, de modo a criar incentivos para as empresas expandirem os negócios e conquistarem uma escala crítica. Em particular, aponta as regras desfavoráveis na amortização do goodwill que resulta das aquisições de empresas, as taxas legais do imposto sobre as sociedades comparativamente elevadas para as empresas de maior dimensão e os efeitos das taxas marginais progressivas de tributação.
  • Um aspeto adicional a considerar seria o apoio à iniciativa privada, liderada ou apoiada por organizações empresariais e orientada para a melhoria das condições de consolidação. A iniciativa poderia incluir uma plataforma para juntar empresas, investidores e prestadores de serviços necessários a fusões e aquisições. A mesma estratégia poderia ser usada para desenvolver o setor das fintech.

Diminuir a dependência da banca com obrigações

Desde a última crise financeira, a banca portuguesa registou uma mudança estrutural que conduziu no sentido de limitar a alavancagem empresarial, o que gerou oportunidades de alternativas de financiamento da dívida com base no mercado. Mas o setor empresarial continua muito dependente da dívida bancária de curto prazo em comparação outras economias avançadas, de acordo com o diagnóstico.

“O recurso mais alargado ao financiamento através de obrigações de empresas poderia ajudar a prolongar os prazos de vencimento, a aumentar a resiliência e a facilitar os investimentos de longo prazo”, considera. A concretização deste objetivo exige uma abordagem focada em:

  • O governo deve considerar a elaboração de um plano estratégico para o desenvolvimento dos mercados de obrigações de empresas portugueses, incluindo a criação de um mecanismo de notação de crédito apropriado, em especial para as empresas de média dimensão que não têm acesso a agências de rating internacionais. Uma hipótese é considerar um modelo em que seja o banco central a apoiar a prestação desses serviços.
  • O plano estratégico deve também considerar a introdução de um quadro especial para as colocações de obrigações privadas por empresas de menores dimensões. “Um exemplo promissor para o mercado português poderia ser o quadro de mercado de mini-obrigações”, que prevê um processo simplificado de emissão junto de investidores qualificados através de vendas diretas ou de veículos para fins especiais de titularização.
  • Esta iniciativa poderia ser apoiada com benefícios através da criação de um segmento dedicado na Bolsa de Valores de Lisboa para a cotação de obrigações cuja negociação só fosse permitida a investidores qualificados.
  • O plano estratégico pode igualmente prever medidas para promover a emissão de obrigações de empresas públicas e a sua cotação no mercado nacional, o que contribuirá para reforçar o mercado e aumentar a liquidez.
  • A fim de melhorar a coordenação entre as autoridades relevantes e implementação de tarefas, o plano deve atribuir claramente responsabilidades e funções ao Banco de Portugal, à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários e a outras autoridades públicas. O envolvimento de todos os participantes no mercado pode ser conseguido com a criação de um organismo do setor privado que represente exclusivamente os bancos de investimento, operadores do mercado de obrigações e outras instituições financeiras ativas no mercado de obrigações.

Captar investidores e financiamento alternativo

A nível internacional, os investidores institucionais tradicionais (fundos de pensões, companhias de seguros e fundos de investimento) desempenham um papel mais importante nos mercados com implicações para a formação e alocação de capital, bem como disponibilização de opções de poupança para as famílias. Mas em Portugal, a indústria “não respondeu plenamente” às alterações nos mercados de capitais mundiais. Para alterar a situação seria necessário:

  • Aumentar a cobertura e a confiança no sistema privado de pensões, adaptando as regras fiscais e restringindo os levantamentos (para garantir que são usados a longo prazo). Estes esforços poderiam ser apoiados com benefícios por um incentivo fiscal ao investimento no mercado acionista e pela introdução de um programa de educação financeira às famílias para melhorar a compreensão das famílias sobre os riscos relativos de longo prazo e os rendimentos.
  • As medidas destinadas a aumentar a participação das famílias no mercado de capitais português através de fundos de investimento pode também incluir a introdução de um quadro especial para as contas poupança que beneficiam de vantagens fiscais, tais como isenções do imposto sobre as mais-valias, se o investimento for detido durante um certo período de tempo.
  • Pode acrescer um requisito de que parte dos fundos de investimento especializado seja alocada a títulos de participação e de dívida cotados de empresas de menor dimensão. Em simultâneo, a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários pode ponderar a criação de um grupo de trabalho para identificar os fatores que impedem uma maior alocação a veículos de investimento coletivo. A indústria dos fundos de investimento deve ainda dispor de incentivos apropriados para a aquisição de economias de escala suficientes que possam reduzir comissões de gestão de ativos e apoiar a liquidez nos mercados secundários.
  • Também os investidores institucionais alternativos, como fundos privados de participações e fundos de capital de risco são vistos como importantes, devendo ser alvo de iniciativas de política para facilitar o acesso a capital a empresas não cotadas. O Governo pode considerar a avaliação dos atuais regimes de investimento e de requisitos de capital para os investidores tradicionais, com vista a aumentar a sua participação nos mercados privados.
  • A Comissão do Mercado de Valores Mobiliários pode considerar a avaliação da eficácia do quadro atual para investidores individuais qualificados, com vista a incentivar e facilitar que os intermediários financeiros reconheçam os pequenos investidores elegíveis como investidores qualificados.
  • Por último, também no caso dos investidores é identificado um problema de escala. Neste caso, a questão é que o baixo dinamismo do mercado de fusões e aquisições e as atividades do mercado primário de participações públicas reduz as opções disponíveis para os fundos privados abandonarem os seus investimentos. Assim, a OCDE acrescenta que a reforma do mercado de capitais deve considerar a introdução de um quadro regulamentar para os veículos de aquisição de fins especiais que ofereçam um modelo de investimento híbrido de mercados privados e públicos aos investidores e que proporcione uma forma simples e eficiente para a cotação de empresas de menores dimensões sem seguir o processo tradicional de cotação.

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Testes positivos para 20.000 trabalhadores da Amazon nos EUA

  • Lusa
  • 2 Outubro 2020

A empresa liderada por Jeff Bezos alegou que esta taxa de infeção é 42% mais baixa do que a população em geral.

Quase 20 mil funcionários da multinacional de comércio eletrónico Amazon, nos Estados Unidos, foram infetados com o novo coronavírus desde o início da pandemia, de acordo com os números publicados pela empresa.

A empresa indicou que dos 1.372.000 trabalhadores da Amazon e da cadeia de supermercados Whole Foods (detida pela Amazon), 19.816 obtiveram resultados positivos nos testes à covid-19, ou seja, 1,44% do total.

A empresa liderada por Jeff Bezos alegou que esta taxa de infeção é 42% mais baixa do que a população em geral, sugerindo que apesar das críticas à gestão durante a pandemia, os trabalhadores da Amazon sofreram proporcionalmente menos do que a população em geral, de acordo com um comunicado.

A Amazon registou um aumento sem precedentes dos negócios desde o início da pandemia, devido às restrições e distanciamento social, que forçaram as lojas físicas a fechar e eliminaram grande parte da concorrência da plataforma digital.

Só nos Estados Unidos, a empresa acrescentou 175 mil novos trabalhadores desde o início da pandemia para responder ao aumento da procura.

A pandemia de covid-19 já provocou mais de um milhão de mortos e mais de 34 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

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Nas notícias lá fora: China, Amazon e subsídio britânico

  • ECO
  • 2 Outubro 2020

Na China, os fabricantes de merchandising estão a lucrar com a campanha de Donald Trump, após o Presidente norte-americano ter passado quatro anos em guerra comercial com Pequim.

Na imprensa internacional, nota para o subsídio britânico para estimular a restauração que, segundo um inquérito feito às empresas, não deu o resultado esperado. Nos EUA, há duas empresas em destaque: a Amazon que teve mais de 19 mil trabalhadores infetados com Covid-19 e a Google é acusada por alguns trabalhadores de não permitir fazer denúncias de atividades ilegais.

Financial Times

Fábricas chinesas lucram com merchandise de Trump

As fábricas chinesas estão a lucrar com o merchandise que fazem para a campanha de Donald Trump — desde chapéus a pulseiras –, recusando até outras encomendas para fazer bandeiras chinesas para os feriados do país uma vez que lucram menos. De acordo com o Financial Times, muitas destas fábricas trabalham com vendedores não oficiais de merchandise de Trump, os quais depois vendem estes produtos nos comícios, online ou em retalhistas norte-americanas. “O boom provocado pela campanha é provavelmente a parte mais irónica da recuperação das exportações da China”, escreve o FT, recordando a guerra comercial que Trump iniciou com a China. Leia a notícia completa no Financial Times (acesso pago/conteúdo em inglês).

Business Insider

Trabalhadores da Google dizem que contratos não permitem denunciar ilegalidades

Os trabalhadores da Google alegam num processo judicial que foram obrigados a assinar acordos de confidencialidade ilegais que violam os seus direitos de “concorrência, whistleblowing e liberdade de expressão, de acordo com a lei do estado da Califórnia. O tribunal referiu que os trabalhadores até estão proibidos de escrever um livro sobre como é trabalhar em Silicon Valley, além de estarem proibidos de denunciar ilegalidades que possam ocorrer dentro da empresa. Leia a notícia completa no Business Insider (acesso livre/conteúdo em inglês).

The Guardian

Subsídio britânico para estimular restauração falhou

De acordo com um inquérito empresarial, o subsídio de 500 milhões de libras que o Governo britânico criou para estimular a procura por restaurantes e pubs falhou no objetivo de melhorar as finanças da indústria da restauração no terceiro trimestre. A câmara do comércio britânica disse que 66% das respostas disseram que verificaram uma queda nas vendas entre junho e o final de setembro. E essa quebra foi superior à média da redução das vendas noutros setores. Leia a notícia completa no The Guardian (acesso livre/conteúdo em inglês).

Reuters

19 mil trabalhadores da Amazon tiveram Covid-19

A Amazon revelou que mais de 19 mil dos seus trabalhadores nos Estados Unidos tiveram Covid-19 este ano, cerca de 1,44% do total de trabalhadores. Alguns dos trabalhadores e sindicatos criticaram a gigante tecnológica nos últimos meses, acusando-a de colocar a saúde dos trabalhadores em risco por ter deixado os armazéns abertos durante o início da pandemia. Por sua vez, a Amazon diz que a taxa de infeção foi 42% inferior à esperada quando considerada a propagação do vírus na população total. Leia a notícia completa na Reuters (acesso livre/conteúdo em inglês).

Bloomberg

Autoridades alemãs confiantes no projeto da Tesla

As autoridades alemãs estão confiantes que o projeto da Tesla perto de Berlim não sofrerá grandes obstáculos até ter a luz verde final para começar a produzir carros elétricos no próximo ano, disse o presidente do estado onde a fábrica está a ser construída. Esta sexta-feira continuam a realizar-se as audições públicas sobre a fábrica da Tesla, com os ativistas ambientalistas e os residentes locais a criticar as autoridades sobre vários assuntos, desde a desflorestação ao uso da água, ao aumento do tráfego de camiões ou a poluição sonora. Apesar disso, as autoridades alemãs estão confiantes de que o projeto avança. Leia a notícia completa na Bloomberg (acesso pago/conteúdo em inglês).

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Programa Revive Faróis será lançado “muito em breve”, diz secretária de Estado do Turismo

  • Lusa
  • 2 Outubro 2020

O Revive Faróis vai juntar-se aos programas recentemente anunciados Revive Natureza e Revive Ferrovia, para recuperação de estações ferroviárias desativadas..

O Governo vai lançar “muito em breve” o programa de incentivo ao investimento turístico Revive Faróis, numa parceria com o Ministério da Defesa, disse a secretária de Estado do Turismo, Rita Marques, em entrevista à Lusa.

“Anunciámos agora a ferrovia [Revive Ferrovia] e, muito em breve, vamos anunciar outros programas idênticos, em particular em parceria com o Ministério da Defesa, nos faróis, o Revive Faróis, que é, de facto, também um ativo junto ao mar”, avançou Rita Marques, em entrevista à agência Lusa.

Segundo a governante, este programa tem como objetivo criar condições ao investimento privado no setor do turismo.

“Nós somos um país de navegadores e, portanto, nestes mares conturbados e agitados que vivemos atualmente, faz sentido, também, continuar a trabalhar, criar investimento, criando condições para que os nossos investidores e os nossos operadores económicos possam investir no setor e, portanto, muito em breve vamos continuar a trabalhar a marca Revive, em particular com os faróis”, acrescentou a secretária de Estado.

O Revive Faróis vai juntar-se aos programas recentemente anunciados Revive Natureza, em que foram lançados concursos de 17 imóveis de antigas casas florestais que serão reconvertidos para animação turística, e Revive Ferrovia, para recuperação de estações ferroviárias desativadas.

“Os empresários têm respondido de uma forma muito, muito enérgica e no caso, por exemplo, do Revive Natureza, em que nós lançámos no primeiro lote 17 imóveis, antigas casas de guardas florestais, já tivemos mais de 100 manifestações de interesse”.

Já o Revive Ferrovia, “é um programa que segue o modelo dos Revive anteriores. Ou seja, vai facilitar a reabilitação e animação turística de imóveis que se encontram num estado devoluto”, afirmou, em 29 de setembro, a governante, aquando da assinatura de contratos de financiamento com autarquias e agentes económicos, no âmbito do Programa Valorizar, que decorreu na Universidade de Évora.

Trinta estações ferroviárias desativadas e devolutas, situadas no Alentejo e no Norte, integram o novo programa do Governo Revive Ferrovia para serem, em 2021, concessionadas a privados, reabilitadas e reconvertidas para fins turísticos.

Antes, em Sousel, no distrito de Portalegre, junto à estação ferroviária, a governante participou na cerimónia de assinatura de um protocolo entre as sociedades IP Património e Turismo Fundos, que formalizou a criação do programa Revive Ferrovia.

Os concursos, adiantou Rita Marques, “em princípio serão lançados em lote”, tendo em conta a experiência adquirida com os outros dois programas Revive – Património e Natureza.

As 30 estações que integram o programa Revive Ferrovia situam-se nas linhas do Moura, Évora/Estremoz, Évora/Estremoz/Portalegre, Alentejo, Alentejo – traçado primitivo e do Sabor, e nos ramais de Reguengos, Mora, Cáceres e de Monção, nos distritos de Évora, Beja, Portalegre, Bragança e Viana do Castelo.

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Descontos no turismo têm de ser superiores a 30% para serem comparticipados

  • Lusa
  • 2 Outubro 2020

Por exemplo, uma empresa de animação turística que aplica um desconto de 30% num serviço que custa 100 euros, recebe 70 euros do consumidor e 15 euros do Turismo de Portugal.

Os descontos que os operadores turísticos aplicarem entre 5 de outubro e 15 de dezembro têm de ser superiores a 30% para que o Turismo de Portugal comparticipe metade, afirmou a secretária de Estado do Turismo.

Queremos que os descontos sejam sempre superiores a 30%. Portanto, é uma das condições para que o consumidor tenha uma perceção que está a ser um privilégio concedido por via deste programa, e o Turismo de Portugal comparticipará 50% do desconto atribuído pelo operador económico”, esclareceu Rita Marques em entrevista à agência Lusa.

Para clarificar, a governante usou o exemplo de uma empresa de animação turística que aplica um desconto na ordem dos 30% num serviço que custa 100 euros, recebendo, por via desta medida, 70 euros do consumidor e 15 euros do Turismo de Portugal.

Rita Marques sublinhou ainda que esta é uma medida transversal a todo o setor, incluindo a hotelaria, restauração, turismo cultural, entre outros.

“Todas as medidas que possamos desenhar nunca serão suficientes para recuperar os valores de 2019, ainda assim não podemos baixar os braços, não podemos estar desgastados ou derrotados com a situação”, defendeu a secretária de Estado.

Todas as medidas que possamos desenhar nunca serão suficientes para recuperar os valores de 2019, ainda assim não podemos baixar os braços, não podemos estar desgastados ou derrotados com a situação.

Rita Marques

Secretária de Estado do Turismo

“Para nós, faz todo o sentido criar um programa de estímulo ao consumo até 15 de dezembro, justamente porque entramos numa fase muito difícil – a chamada época baixa – e teremos seguramente seis meses, até março de 2021, muito difíceis para todos”, acrescentou.

O ministro de Estado, da Economia e Transição Digital, Pedro Siza Vieira, anunciou na segunda-feira o lançamento de um esquema de comparticipação pública aos operadores dos setores da restauração, alojamento, transportes e cultura, que ofereçam descontos aos clientes.

Siza Vieira indicou que a medida, que pretende estimular a procura interna, vai ser lançada dia 05 de outubro, com a comparticipação do desconto a cargo do Turismo de Portugal e que em causa está a atribuição de uma comparticipação pública que cubra os descontos (que serão tabelados) que as empresas dos setores da restauração, alojamento, transportes e cultura façam aos seus clientes.

Este programa permitirá assim que os operadores que ofereçam descontos, em montantes que sejam tabelados, aos clientes, “possam beneficiar de uma comparticipação pública do valor desses descontos”, de forma a que as pessoas possam aceder mais frequentemente a estes serviços com um preço mais apelativo.

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“Limite à circulação na Baixa e Chiado avança no próximo mandato”, diz Medina

  • ECO
  • 2 Outubro 2020

O autarca do PS, que vai recandidatar-se, considera que Lisboa tem de acelerar a sua transformação ambiental. Tal passará, por exemplo, pelas zonas sem carros que promete para o próximo mandato.

O atual presidente da Câmara de Lisboa vai recandidatar-se nas eleições autárquicas de 2021 e promete que o “limite à circulação na Baixa e Chiado avança no próximo mandato”. A medida constará do programa eleitoral, “porque é de facto uma medida importante”, justifica, em entrevista ao Jornal de Negócios (acesso pago) publicada esta sexta-feira.

Em causa está a Zona de Emissões Reduzidas cujo objetivo é diminuir a poluição atmosférica no centro da cidade. O objetivo de Lisboa é chegar a 2030 com uma redução de 60% nas emissões de CO2, mas Fernando Medina admite que é preciso “acelerar a transformação da cidade”. “Temos de acelerar a construção de uma cidade diferente, de uma cidade mais sustentável e com melhor qualidade de vida”, defende.

Fernando Medina justifica também o porquê de ainda não ter avançado com essa medida: “Esse projeto, decidimos não o avançar neste momento da pandemia e no momento imediatamente a seguir de recuperação, porque temos uma cidade ainda muito perturbada, com o comércio e a restauração, muita gente ainda em teletrabalho”.

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Secretária de Estado do Turismo preocupada com qualidade e não dimensão da TAP

  • Lusa
  • 2 Outubro 2020

Rita Marques sublinhou a importância de uma companhia aérea de bandeira forte para o país, capaz de atrair mercados emissores importantes para o turismo.

A secretária de Estado do Turismo, Rita Marques, admitiu, em entrevista à Lusa, estar “mais preocupada com eficiência, eficácia e qualidade” da TAP no futuro do que com a sua dimensão, no âmbito do processo de reestruturação.

“Portugal é um país relativamente pequeno e tem dado cartas no contexto mundial no que toca, por exemplo, ao turismo e, portanto, o tamanho [da TAP] a mim não me assusta, estou mais preocupada com eficiência, eficácia e qualidade, muito honestamente”, referiu a governante com a pasta do Turismo.

A transportadora aérea portuguesa está a ser alvo de um processo de reestruturação, cujo plano tem de ser entregue à Comissão Europeia até 10 de dezembro, no âmbito de um empréstimo estatal de até 1,2 milhões de euros, que implica a redução da sua dimensão, cortando frota e trabalhadores.

Apesar de entender não ser da sua competência ajuizar sobre a dimensão da TAP, a secretária de Estado sublinhou que se trata de um parceiro estratégico para o turismo do país, lembrando que um terço dos passageiros desembarcados em 2019 voou pela TAP. Assim, Rita Marques sublinhou a importância de uma companhia aérea de bandeira forte para o país, capaz de atrair mercados emissores importantes para o turismo.

Em relação ao novo aeroporto no Montijo, a governante considerou que se trata de uma “infraestrutura importantíssima” para o turismo e que espera que estejam reunidas as condições para “materializar esse investimento o mais depressa possível, sendo certo que não valeria a pena agora discutir outras alternativas”.

Durante a sessão de abertura da V Cimeira do Turismo, na segunda-feira, em Lisboa, o presidente da Confederação do Turismo de Portugal (CTP), Francisco Calheiros, indicou que é preciso “trabalhar de imediato” no projeto do aeroporto de Lisboa.

No início do ano passado, a ANA – Aeroportos de Portugal e o Estado assinaram o acordo para a expansão da capacidade aeroportuária de Lisboa, com um investimento de 1,15 mil milhões de euros até 2028 para ampliar o Aeroporto Humberto Delgado e transformar a base aérea do Montijo num novo aeroporto.

Nos termos da lei atual, para que o projeto do Montijo avance, é necessário um parecer positivo de todos os municípios afetados pela operação da infraestrutura, sendo que Moita e Seixal já se manifestaram contra.

O ministro das Infraestruturas e Habitação, Pedro Nuno Santos, tem defendido uma eventual alteração àquela lei, argumentando que a construção de infraestruturas de importância nacional não deve ficar dependente de alguns municípios.

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Galp novamente em mínimos de 2009 arrasta PSI-20 para terreno negativo

A bolsa nacional está em queda no arranque da sessão desta sexta-feira, com a Galp Energia a destacar-se entre as descidas. A cotada negoceia novamente em mínimos de 2009.

A notícia de que o Presidente dos EUA, Donald Trump, está infetado com Covid-19 está a afetar a negociação nesta sexta-feira. Seguindo a tendência europeia, o PSI-20 desce 0,66% para os 4.079,37 pontos no arranque desta sessão.

Na Europa, o Stoxx 600, o índice que agrega as 600 principais cotadas europeias, está a desvalorizar 0,8%. O francês CAC perde 1,1%, assim como o espanhol IBEX e o britânico FTSE. Na bolsa de Tóquio, que ontem esteve fechada por problemas técnicos, as ações também caíram.

Em Lisboa, a maior parte das cotadas negoceia no vermelho. O destaque vai para a Galp Energia que desce 1,6% para os 7,65 euros, o que corresponde a um mínimo de 2009. A cotada está a ser afetada pela queda de 5% do petróleo na sessão anterior por causa da maior oferta por parte da OPEP. Esta sexta-feira o petróleo continua em queda, mas menos expressiva (cerca de -2%).

A Pharol desce 1,89% para os 10,38 cêntimos, a Mota-Engil cede 1,33% para os 1,04 euros e a Semapa perde 1,19% para os 7,49 euros.

A contrariar a tendência negativa está a Ren que sobe 0,21% para os 2,39 euros. A Sonae, a Novabase e a Ibersol estão inalteradas neste momento da negociação.

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Governo pondera indexar salário mínimo à produtividade

  • ECO
  • 2 Outubro 2020

De acordo com o Jornal Económico, se o Governo indexar o salário mínimo à produtividade, o aumento poderá estar entre os 10 e os 21 euros em 2021.

Num momento em que já se comprometeu a aumentar o salário mínimo no próximo ano, o Governo pondera indexar a sua evolução à produtividade e à inflação. Como a inflação deverá ser muito baixa (é possível mesmo que seja nula ou negativa), incluir a produtividade do fator trabalho ajuda a dar mais ao salário mínimo. A fórmula poderia levar a um aumento entre os 10 e os 21 euros em 2021, segundo o Jornal Económico (acesso pago)

O Governo quer um aumento “com significado” do salário mínimo nacional e tem deixado sinais de que a subida deverá ser superior a dez euros, mas inferior a 35 euros. O BE quer um aumento entre os 35 e os 40 euros ao passo que o PCP não abre o jogo, referindo apenas que tem a meta de chegar aos 800 euros nos próximos anos. A meta do Governo é que o salário mínimo chegue aos 750 euros no final da legislatura.

De acordo com os dados mais recentes, mais de um quarto dos trabalhadores por conta de outrem a tempo completo recebem hoje o salário mínimo e beneficiarão, assim, de um reforço dos seus rendimentos com a subida da remuneração mínima garantida em 2021.

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Governo prepara tecnologia e parceria com SIBS para devolução do IVA do turismo

  • Lusa
  • 2 Outubro 2020

A solução tecnológica está a ser desenvolvida “há alguns meses”, no sentido de garantir que esta medida de incentivo ao consumo seja “simples" e que o consumidor perceba e possa gerir o crédito.

O Governo está a desenvolver uma parceria com a SIBS e uma solução tecnológica para que os consumidores possam gerir o crédito com o reembolso de parte do IVA em alguns setores, disse a secretária de Estado do Turismo.

“A medida será operacionalizada a partir de janeiro. A nível da plataforma tecnológica veremos se temos condições de em janeiro ter tudo pronto, se não for o caso, será naturalmente com um enquadramento retroativo a janeiro de 2021”, explicou Rita Marques, em entrevista à agência Lusa.

A medida será operacionalizada a partir de janeiro. A nível da plataforma tecnológica veremos se temos condições de em janeiro ter tudo pronto, se não for o caso, será naturalmente com um enquadramento retroativo a janeiro de 2021.

Rita Marques

Secretária de Estado do Turismo

De acordo com a governante, está a ser desenvolvida uma solução tecnológica, “há alguns meses”, no sentido de garantir que esta medida de incentivo ao consumo seja “simples” e que o consumidor perceba e possa gerir “o crédito concedido pelo IVA de uma forma tecnologicamente avançada”.

O programa de devolução do Imposto de Valor Acrescentado (IVA) suportado pelo consumidor em serviços que o Governo entende que deve ser instigada a procura, como, por exemplo, a restauração, o turismo e a cultura – devido às consequências da pandemia de Covid-19 na sua atividade -, está a ser negociado no quadro do Orçamento do Estado para 2021 (OE2021).

A ideia, detalhou a governante, é que seja criado um crédito que o consumidor possa utilizar numa compra subsequente da mesma natureza, ou de natureza idêntica do setor do turismo, no caso das aquisições da tutela de Rita Marques.

Para tal, a SIBS, gestora da rede Multibanco e prestadora de serviços de pagamento, será também envolvida na parceria para a concretização da medida, “para efeitos de acerto de cartões bancários”, esclareceu Rita Marques.

O ministro da Economia e Transição Digital, Pedro Siza Vieira, anunciou, na quarta-feira, que o IVA suportado pelos consumidores em serviços ou produtos dos setores mais afetadas pelo impacto da pandemia vai poder ser recuperado nas compras seguintes realizadas nos mesmos setores, sem, no entanto, detalhar a forma como será operacionalizada a medida.

Em causa está uma medida “que permitirá aos consumidores recuperar o IVA pago em despesas com restauração, alojamento, cultura, etc, nas despesas subsequentes que façam exatamente nos mesmos setores”, precisou Pedro Siza Vieira em resposta aos jornalistas no final de uma reunião da Concertação Social.

“Essa medida será mais detalhada na proposta do OE20201 para vigorar a partir de 01 de janeiro de 2021”, referiu.

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Tribunal de Contas avisa que revisão dos contratos públicos abre a porta à corrupção

  • ECO
  • 2 Outubro 2020

Com o pouco tempo que o Estado tem para executar os fundos europeus, o Governo avançou com alterações ao código dos contratos públicos. Porém, o Tribunal de Contas deixa vários alertas.

O Tribunal de Contas considera que a proposta do Governo para alterar o Código dos Contratos Públicos (CCP) pode levar à distorção da concorrência e abrir a porta ao conluio e até à corrupção, avança o Público (acesso condicionado) esta sexta-feira. O objetivo do Governo é agilizar o processo das obras públicas, saltando várias etapas que agora são obrigatórias, num momento em que Portugal se prepara para receber dinheiro europeu que tem um curto período de execução.

Contudo, o Tribunal de Contas considera que as mudanças têm riscos: a “exceção passar a ser regra”, o que “aumenta as possibilidades de conluio na contratação pública e distorção de concorrência”. A entidade liderada por Vítor Caldeira vai mais ao longe ao dizer num parecer que as alterações são “suscetíveis de contribuir para o crescimento de práticas ilícitas de conluio, cartelização e até mesmo de corrupção na construção pública”, recordando que “a atividade da contratação pública é um campo fértil e de risco acrescido para esse tipo de atuação ilícita”.

Em causa está, por exemplo, a mudança em que o Governo define que o caderno de encargos no lançamento de uma empreitada de obras públicas inclua um projeto de execução, mas o concurso “pode avançar apenas com um programa preliminar” caso a entidade adjudicante preveja “a elaboração do projeto de execução como um aspeto da execução do contrato a celebrar”. “É como comprar uma casa, sem conhecer sequer a planta”, reage Gonçalo Byrne, presidente da Ordem dos Arquitetos, ao Público.

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Hoje nas notícias: TdC, salário mínimo e Função Pública

  • ECO
  • 2 Outubro 2020

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

Esta sexta-feira na imprensa nacional o destaque vai para o Tribunal de Contas que dá um alerta sobre as alterações legislativas que o Governo quer introduzir no código dos contratos públicos. Nota ainda para o aumento das famílias que pedem ajuda à Cáritas e ao Banco Alimentar e ainda a ideia do Governo de indexar o salário mínimo à produtividade.

Tribunal de Contas avisa que revisão dos contratos públicos abre a porta à corrupção

O Tribunal de Contas considera que a proposta do Governo para alterar o Código dos Contratos Públicos (CCP) pode levar à distorção da concorrência e abrir a porta ao conluio e até à corrupção. O objetivo do Governo é agilizar o processo das obras públicas, saltando várias etapas que agora são obrigatórias, num momento em que Portugal se prepara para receber dinheiro europeu que tem um curto período de execução. Contudo, o Tribunal de Contas considera que as mudanças têm riscos: a “exceção passar a ser regra”, o que “aumenta as possibilidades de conluio na contratação pública e distorção de concorrência”. Leia a notícia completa no Público (acesso condicionado).

Metade das famílias não tem apoios para pagar contas

Metade das famílias portuguesas estão sem ajuda para pagar contas o que se reflete nos pedidos de ajuda que chegam, por exemplo, à Cáritas e ao Banco Alimentar. No caso da Cáritas, a situação é “crítica”, tendo disparado o número das pessoas que não conseguem suportar renda, água e luz. Já o apoio do Banco Alimentar chega já a 440 mil pessoas, mais 60 mil do que antes da pandemia. Leia a notícia completa no Jornal de Notícias (link indisponível).

Governo pondera indexar salário mínimo à produtividade

Num momento em que já comprometeu a aumentar o salário mínimo no próximo ano, o Governo pondera indexar a sua evolução à produtividade e à inflação. Como a inflação deverá ser muito baixa (ou até nula ou negativa), incluir a produtividade do fator trabalho ajuda a dar mais ao salário mínimo. A fórmula poderia levar a um aumento entre os 10 e os 21 euros em 2021. Leia a notícia no Jornal Económico (acesso pago).

Medina promete limite à circulação na Baixa e Chiado no próximo mandato

O atual presidente da Câmara de Lisboa vai recandidatar-se e promete que o “limite à circulação na Baixa e Chiado avança no próximo mandato”. Em causa está a Zona de Emissões Reduzidas cujo objetivo é diminuir a poluição atmosférica no centro da cidade. O objetivo de Lisboa é chegar a 2030 com uma redução de 60% nas emissões de CO2, mas Fernando Medina admite que é preciso “acelerar a transformação da cidade”. “Temos de acelerar a construção de uma cidade diferente, de uma cidade mais sustentável e com melhor qualidade de vida”, defende. Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso pago).

Função Pública não estava preparada para o teletrabalho

“Nem as chefias nem os trabalhadores da Função Pública estavam preparados para o teletrabalho”, defende Eugénio Rosa, em entrevista ao i. O economista acusa ainda o Governo de ter permitido que “a administração de Tomás Correia no Montepio violasse reiteradamente a lei à vista de toda a gente”. Por outro lado, o responsável, que é membro do conselho diretivo da ADSE, diz que a despesa neste subsistema de saúde com oncologia aumentou 48% o ano passado, atingindo 75 milhões de euros. Leia a notícia completa no i (link indisponível).

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