Fectrans lembra pouca faturação diária dos taxistas e pede ajuda ao Governo
O setor atravessa “uma série de dificuldades” e há taxistas a suspender a atividade”, refere Paulo Machado, da Fectrans, alertando para a necessidade de se debaterem estes problemas.
A Federação dos Sindicatos dos Transportes e Comunicações (Fectrans) pediu esta sexta-feira ajuda e sensibilidade ao Governo para o setor do táxi, lembrando que há profissionais a faturar cerca de 25 euros por dia, devido ao contexto pandémico.
Em declarações à agência Lusa, junto à Gare do Oriente, em Lisboa, Paulo Machado, da Fectrans, explicou que o setor atravessa “uma série de dificuldades” e há taxistas a suspender a atividade”.
“Temos efetivamente muitos profissionais a fazer 20/25 euros por dia. […] São problemas provocados pela pandemia [de Covid-19] e aos quais estes profissionais pedem ajuda ao Governo. Vai ser um setor onde irão ocorrer muitos desempregos”, adiantou o dirigente sindical.
De acordo com Paulo Machado, a pouca faturação, a juntar-se aos custos de manutenção dos automóveis, torna incomportável manter “uma família”.
“Há um conjunto de profissionais a depositar as licenças, no fundo a suspender a sua atividade. Esta atividade comporta um conjunto de custos […], não conseguem realizar dinheiro por falta de clientes, nomeadamente, por falta do turismo e porque existe muito teletrabalho”, disse o responsável.
Numa sessão de esclarecimento para taxistas, empresários e microempresários, na praça de táxis da Gare do Oriente, o sindicalista lembrou também a reunião no Ministério Ambiente, em 29 de dezembro de 2020, em que o ministro João Pedro Matos Fernandes mostrou alguma sensibilidade ao marcar uma nova reunião para a segunda semana de janeiro.
“Aguardamos com alguma ansiedade a marcação desta reunião, para que sejam debatidos os problemas do setor, apontadas soluções para que estes profissionais não tenham de recorrer, muitas vezes, à ajuda de instituições para recolher as suas refeições”, realçou.
Questionado pela Lusa pelos casos de taxistas que têm pedido ajuda alimentar, Paulo Machado não quis avançar com números concretos, acrescentando que o sindicato tem “um conjunto com conhecimento de causa”.
A reunião agendada para a próxima semana, mas ainda sem dia marcado, terá a presença da Associação Nacional de Transportadores Rodoviários em Automóveis Ligeiros (ANTRAL) e da Federação Portuguesa do Táxi, além das forças sindicais.
Em 29 de dezembro, a Fectrans considerou como positiva a reunião no Ministério do Ambiente para discussão dos problemas dos trabalhadores do setor do táxi, lembrando que o caminho “não será fácil”.
“Consideramos positivo, embora todos nós gostássemos de soluções já de imediato, mas é um passo que até este tempo não tinha sido dado”, explicou na altura, em declarações à Lusa, José Manuel Oliveira, coordenador da Fectrans.
José Manuel Oliveira lembrou que “no caminho nem tudo vai ser fácil”, já que estão em cima da mesa relações de trabalho e nas próximas reuniões vão estar do outro lado associações patronais, “que nem sempre têm tido abertura para a negociação ao longo dos tempos”, reconhecendo que é por este facto que o “contrato coletivo de trabalho do setor está desatualizado”.
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