Receitas da Altice Portugal crescem com mais clientes e vendas de telemóveis
Os resultados da Altice Portugal mantiveram-se estáveis em 2020, face ao ano anterior, amparados pelo aumento da base de clientes e vendas de telemóveis, aliados ao "rigoroso" controlo das despesas.
A Altice Portugal fechou 2020 com subidas marginais no EBITDA e nas receitas, mantendo resultados financeiros estáveis num ano marcado pelo impacto da pandemia. As contas foram amparadas pelo “aumento da base de clientes e de serviços” e “rigoroso controlo” dos custos operacionais.
Como é habitual, a empresa que detém a Meo não divulga o resultado líquido do negócio, por estar integrada num grupo maior, a Altice Europe, cotado na bolsa de Amesterdão. No entanto, a empresa indica, ainda assim, que os lucros antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (EBITDA) subiram 0,2% no ano passado, para 833,6 milhões de euros, enquanto as receitas aumentaram 0,5%, para 2.121,2 milhões de euros. É a primeira subida desde que Alexandre Fonseca está aos comandos da empresa.
O desempenho da Altice Portugal foi mais significativo no último trimestre, marcado pela recuperação de algumas rubricas de receita. Entre outubro e dezembro, a empresa viu as receitas crescerem 2,7% face ao período homólogo, para 558,3 milhões de euros.
“Nesta recuperação, o crescimento das vendas de equipamentos, principalmente telemóveis, o retorno da receita de conteúdos premium desportivos e o ligeiro aumento das receitas de roaming foram fundamentais”, destaca a empresa num comunicado.
Meo ganha 29,5 mil clientes em 2020
O segmento de consumo da Altice Portugal cresceu 0,4% em receitas, voltando “à trajetória de crescimento sustentado, após a recuperação iniciada em 2018”. “A expansão continuada da sua base de clientes, aliada ao controlo dos desligamentos, potenciada pela cobertura em fibra e pela oferta de serviços convergentes, foram fatores determinantes para este desempenho”, informa a empresa.
Do ponto de vista operacional, a Meo, marca da Altice Portugal para o segmento de consumo, viu o número de clientes únicos aumentar 29,5 mil em 2020. A Altice Portugal conseguiu ainda, em 2020, 169,8 mil adições líquidas nos serviços fixos, enquanto o negócio móvel pós-pago alcançou 196,5 mil adições no ano em análise.
No segmento empresarial, que inclui os serviços prestados a empresas, o negócio grossista de telecomunicações e as demais unidades de negócio do grupo, as receitas cresceram 4,1% em 2020.
“O notável desempenho operacional foi novamente demonstrado pela crescente base de clientes quer nos serviços fixos, quer nos serviços móveis, resultando da dinâmica, da resiliência e da sustentabilidade da atividade operacional dos segmentos de consumo e serviços empresariais”, indica a Altice Portugal. “Para este desempenho, contribuiu também o foco na qualidade de serviço ao cliente, a resiliência e segurança das redes e o alargamento do portefólio de serviços”, sublinha.
Em 2020, a empresa também reforçou o investimento. O capex aumentou 6,9%, para 465,7 milhões de euros, um “valor recorde”. A empresa fechou o ano com um total de 5,6 milhões de casas passadas com esta tecnologia.
Fonseca vê um dos “piores contextos de que há memória”
Numa mensagem que acompanha os resultados da Altice Portugal, o presidente executivo, Alexandre Fonseca, admite ver um dos “piores contextos socioeconómicos de que há memória”, devido à pandemia, que continua “sem fim à vista”. Mas o cenário não é melhor no setor das telecomunicações em concreto, pois “está envolto num ambiente regulatório conturbado e hostil, com consequências imprevisíveis, ao mesmo tempo que se inicia um novo ciclo nas comunicações” com a chegada do 5G.
“Agudiza-se um contexto manifestamente difícil, diretamente relacionado com o ambiente regulatório adverso, hostil e imprevisível imposto pela Anacom, resultando em profundas alterações no mercado, causadas pelos benefícios injustificados aos novos entrantes e pelo desequilíbrio artificial de mercado daí resultante, com consequências imprevisíveis para o setor, para os clientes e para a economia em geral”, refere.
"Agudiza-se um contexto manifestamente difícil, diretamente relacionado com o ambiente regulatório adverso, hostil e imprevisível imposto pela Anacom, resultando em profundas alterações no mercado.”
Para o gestor, “a destruição de valor que a atual postura regulatória está a gerar é de tremenda gravidade, pondo em causa não apenas a sustentabilidade do setor das comunicações e o investimento desta indústria no país, mas também colocando sérios riscos na capacidade de inovação, no emprego e no posicionamento de Portugal na Europa, numa área tão relevante para o futuro e competitividade” da economia portuguesa.
“Desta forma, estão igualmente em causa a manutenção dos nossos compromissos com o país na inovação e investimento, os fundamentais investimentos no 5G, a melhoria da qualidade e alcance das nossas redes, ou ainda o âmbito dos serviços disponibilizados às famílias e empresas nacionais”, avisa Alexandre Fonseca.
Ainda assim, destacando que as redes de comunicações atuais se mostraram resilientes, mesmo com a subida acentuada do tráfego em resultado do trabalho e do ensino à distância, Alexandre Fonseca aponta que “o rigor financeiro, a capacidade de adaptação, a agilidade e resiliência permitiram manter o ritmo de crescimento ao longo de 2020”. Atribui, por isso, o desempenho da Altice Portugal no ano da pandemia ao “rigoroso controlo de custos”, mas também ao aumento da base de clientes de consumo e empresariais.
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