Novo Banco: Avaliadores não veem razões para mudanças de valores de imóveis em seis meses

  • Lusa
  • 22 Abril 2021

"Não há nenhuma razão" para que as avaliações os imóveis do Novo Banco "num curto espaço de tempo" sejam "tão diferentes", responde a Associação Nacional de Avaliadores Imobiliários na CPI.

A Associação Nacional de Avaliadores Imobiliários (ANAI) não encontra razões para grandes mudanças de valores entre imóveis durante seis meses, quando questionada na comissão de inquérito acerca de tais alterações no Novo Banco.

Perante situações inferiores a seis meses, se não houver alterações dos pressupostos, por exemplo terrenos urbanos em que a área construtiva é a mesma, não há nenhuma razão para o diferencial ser tão grande“, disse Victor Baptista, secretário da mesa da assembleia-geral da ANAI, em resposta à parlamentar do PSD Sofia Matos.

O responsável, ouvido na audição do presidente da ANAI Ramiro Teixeira Gomes na Comissão Eventual de Inquérito Parlamentar às perdas registadas pelo Novo Banco e imputadas ao Fundo de Resolução, referia-se a “perdas de imparidades de uma instituição financeira, neste caso o Novo Banco, por via de ativos” imobiliários.

“Quando estamos perante avaliações substancialmente tão diferentes num curto espaço de tempo”, como 70% ou 50%, “num prazo de avaliações na ordem dos seis meses, não há nenhuma razão para que essas avaliações sejam tão diferentes”, referiu.

Para Victor Baptista, “se elas são diferentes, uma está errada”.

Questionado pelo deputado do PS, Eduardo Barroco de Melo, se “é normal” uma diferença entre uma valorização em 2009 e uma perda em 2014, o responsável considerou que “absolutamente que não o é”.

“São os tais casos que merecem ser estudados, verificados e por ventura ver quem esteve envolvido nessas avaliações”, afirmou.

O presidente da ANAI, Ramiro Teixeira Gomes, disse não haver queixas acerca da independência de avaliadores que tenham sido remetidos para a associação.

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Governo admite ajustar diploma do teletrabalho para evitar coligação negativa

  • ECO
  • 22 Abril 2021

O Governo "tem flexibilidade" para ajustar no Parlamento o decreto-lei que mantém o teletrabalho obrigatório até ao final do ano, admitiu ao Expresso Miguel Cabrita.

O Governo já admite fazer ajustes ao decreto-lei que estende até ao fim do ano a obrigatoriedade do teletrabalho, a fim de evitar uma coligação negativa no Parlamento.

Em declarações ao Expresso (acesso pago), Miguel Cabrita, secretário de Estado Adjunto e do Trabalho, afirmou que “o Governo tem flexibilidade para, no quadro parlamentar”, alterar o referido diploma. E salientou: “Não temos uma opção fechada.”

No entanto, ainda não se sabe em que moldes poderão ser feitos esses ajustes. De recordar que o PSD defende que é preciso haver “fundamentação” para prorrogar o regime quando o país vai desconfinar, enquanto o PCP considera que não se pode “prolongar ad eternum uma imposição do teletrabalho de uma forma generalizada”, dado que ultrapassa os decretos do estado de emergência.

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Sondagem coloca PSD a subir quatro pontos e PS a descer dois

  • ECO
  • 22 Abril 2021

Uma sondagem do ICS/ISCTE para o Expresso e SIC, e que abrange o período da decisão da Operação Marquês, coloca o PSD a subir e o PS a descer nas intenções de voto dos portugueses.

As intenções de voto no PS desceram dois pontos percentuais face a novembro, de 39% para 37%, enquanto as do PSD subiram quatro pontos, de 25% para 29%. Os dados resultam de uma nova sondagem do ICS/ISCTE para Expresso e SIC e cujo trabalho de campo foi realizado entre 5 e 13 de abril, ou seja, incluindo já a sexta-feira em que o juiz Ivo Rosa proferiu a decisão instrutória da Operação Marquês.

O semanário destaca que os dois maiores partidos têm agora intenções de voto semelhantes aos resultados eleitorais das legislativas de 2019. E houve ainda uma subida e uma descida que se destacaram: o Chega passou de 1,3% para 6%, enquanto o CDS caiu de 4,2% para 1%. Sobre os demais, o BE recolheu 9% das intenções de voto (+1 p.p.), a CDU mantém os mesmos 7% de novembro, o PAN idem com 2%, e o mesmo para a Iniciativa Liberal com 1%.

Quanto à avaliação à atuação recente dos políticos (de 0 a 10), Marcelo Rebelo de Sousa (Presidente da República) mantém a nota de 7,5, António Costa (primeiro-ministro) sobe para 6,2 (+0,2 pontos) e Rui Rio (líder da oposição, presidente do PSD) sobe para 4,9 (+0,6 pontos). A sondagem abrangeu uma amostra representativa composta por um total de 802 entrevistas válidas a indivíduos maiores de 18 anos. A margem de erro é de cerca de 3,5%, com um nível de confiança de 95%.

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Contratos para obras públicas acima de 5 milhões vão destinar 1% para obras de arte

  • Lusa
  • 22 Abril 2021

1% do valor dos contratos para obras públicas, acima de cinco milhões de euros, será destinado a obras de arte.

O Governo aprovou esta quinta-feira, em Conselho de Ministros, o decreto-lei que define que 1% do valor dos contratos para obras públicas, acima de cinco milhões de euros, deverá ser destinado à inclusão de obras de arte.

No comunicado do Conselho de Ministros, que foi dedicado na íntegra à Cultura, o Governo refere que foi aprovado, “na generalidade, o decreto-lei que estabelece um regime de inclusão, em obras públicas, de obras de arte para fruição pública, criando um instrumento de promoção de arte no território nacional através de roteiros de arte pública como fator de descentralização e democratização da cultura e de promoção da coesão territorial”.

Prevê-se, como regra, que 1% do preço, em contratos de valor igual ou superior a cinco milhões de euros, seja aplicado em inclusão de obras de arte nas obras públicas objeto desses contratos”, acrescenta o mesmo texto.

O mesmo foi afirmado pela ministra da Cultura, Graça Fonseca, na conferência de imprensa que sucedeu ao Conselho de Ministros.

No dia 09 de abril, numa visita às obras de requalificação do Teatro Nacional de São Carlos, em Lisboa, o primeiro-ministro, António Costa, já havia anunciado que o Governo decidira retomar uma regra “antiga, que caiu em desuso, segundo a qual pelo menos 1% de cada grande obra pública estará afeto à encomenda e produção de uma obra artística”.

“Isto vale para os grandes investimentos que vamos fazer na ferrovia, na energia ou nas redes de metro”, acrescentou, na altura, o primeiro-ministro.

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Siemens Portugal abre candidaturas para programa de estágios na área financeira

Em 2019 e 2020, a Siemens Portugal recebeu 280 estagiários, tendo 50% sido integrados na empresa. Mesmo durante a pandemia, a empresa recrutou 130 pessoas para estágios em formato 100% remoto.

A Siemens Portugal acaba de lançar a quarta edição do “Finance Trainee Program”, um programa de estágios remunerados para estudantes recém-licenciados em finanças, gestão, economia e contabilidade. As candidaturas já estão abertas e devem ser feitas através deste link.

O programa de estágios conta com 11 vagas, tem a duração de 12 meses e arranca já no próximo dia 14 de junho. “Os candidatos escolhidos passarão por duas equipas financeiras diferentes, trabalhando seis meses em cada uma, e terão dois mentores e um buddy, que o acompanhará durante todo o processo. Terão oportunidade de obter formação contínua on-the-job, acesso a plataformas internas de e-learning e de contactar com várias áreas da empresa”, explica a empresa em comunicado.

A nível global, em 2019 e 2020, a Siemens Portugal recebeu 280 estagiários, tendo 50% sido integrados na empresa. Mesmo durante a pandemia, a empresa recrutou 130 pessoas para estágios em formato 100% remoto. Espírito colaborativo, capacidades individuais, criatividades e dedicação são algumas das características procuradas nos candidatos.

A Siemens Portugal tem atualmente uma comunidade financeira com mais de 640 pessoas e conta com um centro de serviços partilhados, o Global Business Services, que tem mais de 880 pessoas a prestar serviços nesta área para diversos países, entre eles Espanha, França, Itália e Estados Unidos da América.

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UGT defende sanções para empresas que não respeitem contratação coletiva

  • Lusa
  • 22 Abril 2021

As empresas que concorram à contratação pública devam ser abrangidas por contratação coletiva recente, defende a central sindical.

A UGT defendeu esta quinta-feira que as empresas que não estão abrangidas pela contratação coletiva ou não respeitem os respetivos acordos devem ser impedidas de aceder a contratos públicos e a fundos europeus.

“É nosso entendimento que, no sentido da promoção da negociação coletiva, há necessidade de garantir que as empresas que concorram à contratação pública devam ser abrangidas por contratação coletiva recente e o não-respeito pelos acordos coletivos deverá ser condição impeditiva de acesso a contratos públicos e a fundos europeus, enquanto sanção acessória”, afirmou a UGT numa resolução.

Esta forma de promover a negociação coletiva foi defendida na resolução aprovada no final da reunião do Secretariado Nacional da UGT.

Para a UGT, o diálogo social e a negociação coletiva constituem um dos princípios fundamentais consignados no Pilar Europeu dos Direitos Sociais, que vai ser debatido na Cimeira Social, a realizar no dia 07 de Maio, no Porto, no âmbito da 4.ª Presidência Portuguesa da União Europeia.

Por isso defendeu no documento que os sindicatos “devem ser estimulados a negociar e a celebrar convenções coletivas, seja no setor público ou privado com o Governo e os patrões, no sentido da promoção de melhores condições de vida e de trabalho, assentes no desenvolvimento sustentável e num crescimento económico equilibrado, com salários mobilizadores e justos”.

Este é o caminho privilegiado para podermos alcançar uma Europa Social mais forte, mais justa, mais inclusiva e mais resiliente. É reconhecido que os países da União Europeia mais desenvolvidos, social e economicamente, assentam o seu crescimento numa forte cultura e prática do diálogo social e da negociação coletiva”, considerou a central.

Mas, segundo a UGT, em Portugal, “o que se verifica, mais uma vez, é um retrocesso da negociação coletiva para mínimos de cobertura e de contratação muito próximos dos do tempo da “troika”, imperando a política, tão ao jeito português, dos baixos salários”.

“É neste contexto que, este ano, no dia 1º de Maio, data histórica para os trabalhadores e para as suas organizações, a UGT realiza uma grande Videoconferência(…) para debater o momento da negociação coletiva, durante a crise pandémica, identificando os principais bloqueios e perspetivando as oportunidades futuras, mas olhando para o futuro imediato, cujas consequências na negociação coletiva e na atividade económica se anteveem difíceis”, salientou.

A UGT assinala este ano de novo em confinamento o 25 de Abril e o 1.º de Maio devido aos constrangimentos da pandemia da covid-19.

Na resolução aprovada, a UGT acusa “a classe empregadora nacional” de ser “uma força de bloqueio à melhoria das condições salariais dos trabalhadores portugueses, argumentando sempre com crises atrás de crises, com a velha máxima de as empresas não aguentarem tanto esforço e poderem encerrar”.

A central sindical lembrou que a crise pandémica provocou uma crise social, de consequências ainda incertas, salientando algumas delas, nomeadamente o aumento do desemprego, a perda de rendimentos, a redução ou suspensão de atividades económicas, o agravamento da pobreza e a deterioração das condições de vida de milhares de trabalhadores e suas famílias.

A UGT referiu ainda que há muito vem alertando para a situação, reivindicando “medidas mais consistentes e robustas em matéria de proteção dos trabalhadores e famílias e de proteção do emprego, mas também de melhoria de salários e de rendimentos”.

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Católica Lisbon lança nova edição do programa avançado em Gestão de Recursos Humanos

A próxima edição do programa terá início a 8 de maio e as candidaturas já estão abertas.

Ciente dos novos desafios na área de recursos humanos, impostos pela recente conjuntura, a Católica Lisbon decidiu lançar uma nova edição do programa avançado em Gestão de Recursos Humanos, que está estruturado para permitir aos gestores e técnicos de RH interpretarem e darem resposta às novas perspetivas, desafios e evolução da área.

O programa de formação “vai proporcionar aos participantes um maior conhecimento sobre a aplicação de modelos de gestão por competências e dos principais instrumentos para a gestão das pessoas, alinhando as políticas de RH com a estratégia de negócio”, lê-se numa nota informativa enviada pela universidade.

A próxima edição do programa terá início a 8 de maio e as candidaturas já estão abertas. Para obter mais informações sobre a formação deverá contactar a program manager, Tânia Sousa, através do correio eletrónico [email protected].

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Bruxelas exige seguros que cumpram fatores de sustentabilidade

  • ECO Seguros
  • 22 Abril 2021

A Comissão Europeia adotou um conjunto de medidas no âmbito do Pacto Ecológico Europeu, exigindo que os seguros observem regras claras no quadro das finanças sustentáveis.

Na semana em que arranca a Cimeira do Clima, a Comissão Europeia (CE) lançou um pacote de medidas que enquadra a Taxonomia da UE e demais atos regulatórios delegados à Comissão no âmbito do investimento sustentável.

Nesse pacote de medidas encontram-se seis “atos delegados modificativos relativos a deveres fiduciários, à consultoria para investimento e ao aconselhamento em matéria de seguros”, estabelecendo, designadamente, que “os criadores de produtos financeiros e os consultores financeiros terão de considerar os fatores de sustentabilidade no processo de conceção dos seus produtos financeiros”, refere um comunicado de Bruxelas.

O sistema financeiro desempenha um papel crucial na concretização do Pacto Ecológico da UE, uma vez que os investimentos necessários para tornar a nossa economia mais ecológica serão significativos”. (…) Intensificámos a nossa ambição em matéria de finanças sustentáveis para ajudar a tornar a Europa no primeiro continente com impacto neutro no clima até 2050. Chegou o momento de passar das palavras à ação e de investir de forma sustentável,” declarou Mairead McGuinness, comissária responsável pelos Serviços Financeiros, pela Estabilidade Financeira e pela União dos Mercados de Capitais.

No que refere aos atos delegados nos domínios da consultoria para investimento e do aconselhamento em matéria de seguros, dos deveres fiduciários e da supervisão e governação dos produtos, as seis alterações aprovadas pelos comissários europeus incentivam o sistema financeiro a apoiar as empresas no caminho para a sustentabilidade, bem como as empresas sustentáveis já existentes. Além disso, acrescenta o documento, “reforçarão a luta da UE contra o branqueamento ecológico”, e destaca:

  • Consultoria para investimento e aconselhamento em matéria de seguros: quando um consultor estiver a avaliar a adequação de um determinado cliente para um determinado investimento, terá de discutir com esse mesmo cliente as suas preferências de sustentabilidade.
  • Deveres fiduciários: as alterações hoje apresentadas esclarecem as obrigações de uma empresa financeira aquando da avaliação dos seus riscos em matéria de sustentabilidade, por exemplo em termos do cálculo do impacto de um eventual episódio de inundações no valor dos investimentos.
  • Supervisão e a governação dos produtos de investimento e de seguros: os criadores de produtos financeiros e os consultores financeiros terão de considerar os fatores de sustentabilidade no processo de conceção dos seus produtos financeiros.

As seis alterações aos atos delegados respeitantes à consultoria para investimento e ao aconselhamento em matéria de seguros, aos deveres fiduciários e à supervisão e governação de produtos serão escrutinadas pelo Parlamento Europeu e pelo Conselho (prazo de três meses, prorrogável uma vez por mais três meses) e deverão ser aplicáveis a partir de outubro de 2022.

Por seu lado, Valdis Dombrovskis, vice-presidente executivo da Comissão Europeia, salientou que a Europa “dá um salto em frente com a apresentação pela primeira vez de uma taxonomia no domínio climático que ajudará as empresas e os investidores a saberem se os seus investimentos e atividades são realmente ecológicos, o que será essencial para mobilizar o investimento privado em atividades sustentáveis e assegurar a neutralidade climática da Europa até 2050. Trata-se de um passo revolucionário (…)”, afirmou.

O Pacto Ecológico Europeu é a estratégia de crescimento da Europa para “melhorar o bem-estar e a saúde dos cidadãos, assegurar a neutralidade climática da Europa até 2050 e proteger, conservar e reforçar o capital natural e a biodiversidade da UE”.

A taxonomia da UE é um instrumento de transparência robusto e baseado em dados científicos, para utilização pelas empresas e pelos investidores. O Regulamento da UE para atividades e finanças sustentáveis, de junho de 2020, estabelece uma referência comum, que os investidores poderão utilizar quando investirem em projetos e atividades económicas com um impacto positivo substancial no clima e no ambiente. Prevê igualmente obrigações de divulgação de informações por parte das empresas e dos intervenientes nos mercados financeiros.

O ato delegado apresentado pela CE, na véspera do arranque da Cimeira do Clima – em modo virtual e tendo como anfitrião os EUA -, foi objeto de acordo político do Colégio de Comissários e “introduz pela primeira vez um conjunto de critérios técnicos de avaliação para definir quais são as atividades que contribuem de forma substancial para dois dos objetivos ambientais consignados no Regulamento Taxonomia: a adaptação às alterações climáticas e a atenuação dos seus efeitos”, lê-se no comunicado do executivo europeu.

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Governo deu “luz verde” a novas tabelas da ADSE. Devem entrar em vigor até junho

A ADSE e os prestadores vão ter de adaptar os sistemas informáticos às novas tabelas, que poderão entrar em vigor até ao final do primeiro semestre.

O Governo já deu “luz verde” às novas tabelas de preços do regime convencionado da ADSE. Estas seguiram já para os prestadores esta semana, sendo que as previsões são de que “possam entrar em vigor até ao final do primeiro semestre”, após a adaptação dos sistemas informáticos do subsistema de saúde dos funcionários públicos.

“O Conselho Diretivo da ADSE remeteu as novas tabelas do regime convencionado da ADSE às tutelas [Administração Pública e Finanças], tendo esta área governativa dado a sua concordância“, adiantou fonte oficial do ministério da Modernização do Estado e da Administração Pública ao ECO. As tabelas foram já remetidas aos prestadores esta semana, sinalizou.

A Associação Portuguesa de Hospitalização Privada (APHP) tinha indicado ao ECO no início desta semana que, depois da primeira proposta ter sido remetida pelo subsistema “aos prestadores em 11 de setembro no sentido de os auscultar”, “os hospitais privados enviaram os seus comentários e contributos e aguardam a proposta revista pela ADSE, no sentido de analisar que propostas foram incorporadas”.

Quanto aos timings, o ministério liderado por Alexandra Leitão aponta que “os prestadores e a própria ADSE terão agora de adaptar os seus sistemas informáticos às novas tabelas, esperando-se que as mesmas possam entrar em vigor até ao final do primeiro semestre”.

As tabelas receberam já o parecer positivo do Conselho Geral e de Supervisão (CGS) da ADSE, ainda que com cinco votos contra. Um dos motivos que levou à oposição ao documento foi o facto de que atualmente os beneficiários pagam por uma consulta 3,99 euros e com as novas tabelas vão passar a pagar cinco euros.

No entanto, o CGS disse registar “os objetivos de melhoria da sustentabilidade da ADSE, de acesso dos beneficiários a cuidados de saúde de qualidade e com custos controlados, e de uma melhor resposta em termos de rede convencionada”, no parecer.

A nova tabela contempla a “atualização dos preços de atos e cuidados pagos pela ADSE aos prestadores, para que resulte possível aos beneficiários obterem uma melhor e maior resposta no Regime Convencionado, evitando, deste modo, o recurso ao Regime Livre, muito mais dispendioso”, segundo sinaliza a ADSE no site.

Esta revisão de preços “teve em conta a sua aproximação aos preços de mercado, por forma a fomentar a realização de novas convenções e a ampliação da Rede Convencionada”, notam. Para além disso, fixa preços máximos de atos e cuidados que não estavam tabelados, introduz novos atos em todas as áreas e consultas de Psicologia Clínica.

O documento introduz ainda “regras que asseguram compromissos estáveis com os prestadores, mormente a estabilidade do corpo clínico, porque a relação médico-doente deve ser preservada e alicerçada na confiança mútua”. A APHP salientou que a expectativa dos prestadores é que “as novas regras e tabelas da ADSE, que se aguardam atualizadas, completas e equilibradas, permitam uma nova fase de relacionamento entre o subsistema de saúde e os operadores privados”.

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BCP vê economia portuguesa a crescer mais de 5% em 2021

As injeções de liquidez e a aceleração da economia poderão impulsionar a inflação, refletindo-se nos juros das dívidas, mas Brandão de Brito considera que Portugal até poderá ser beneficiado.

A economia portuguesa deverá crescer mais de 5% este ano, segundo as projeções do BCP, que acredita a poupança acumulada das famílias e os apoios às empresas irão impulsionar tanto o consumo como o investimento. A expansão económica poderá ajudar a acelerar a inflação e, consequentemente, a agravar os juros das dívidas, mas Portugal deverá ficar protegido.

“Fiquei extremamente assustado com a pandemia em março e abril. Quando se percebeu que não iria matar toda a gente, fiquei extremamente otimista e continuo. Penso que a economia portuguesa vai crescer de forma muito forte em 2021“, diz José Maria Brandão de Brito, economista-chefe e head of research, sustentabilidade e cripto do BCP ao ECO, adiantando que a projeção do banco para a expansão do PIB este ano “é superior a 5%”.

Após a queda de 7,6% na economia portuguesa em 2020 devido à pandemia, é esperada uma recuperação este ano. O Governo apontava também para um cenário de 5,4%, mas o Ministério das Finanças liderado por João Leão reviu em baixa as projeções, no Programa de Estabilidade (PE), apontando agora para um crescimento de 4%, aproxima-se das projeções do Banco de Portugal — 3,9% — ou do Conselho das Finanças Públicas (CFP) — 3,3%.

Brandão de Brito lembra que, em relação a 2020, foi dos mais otimistas e mesmo assim “pecou” por pessimismo. “A recuperação será muito rápida”, defende. “A situação financeira da generalidade das famílias e das empresas não se deteriorou na proporcionalidade do que seria normal numa recessão desta magnitude”, aponta, sublinhando que “esta recessão foi decretada”.

Para minimizar contágios, as autoridades sanitárias fecharam uma parte considerável do tecido produtivo. Como os serviços são uma parte muito importante do consumo em Portugal, a componente da procura agregada que mais caiu foi o consumo, o que é atípico em recessão. Tipicamente, o consumo não cai e, se cai, é pouco. As componentes que caem mais são investimento e exportações.

O facto de ter sido decretada legitimou uma ação por parte das autoridades de política económica totalmente heterodoxa, nomeadamente ao nível de apoios ao cash flow das empresas e dos rendimentos das famílias“, explica. Estes apoios levaram a uma acumulação de poupança com um “efeito explosivo” no consumo aquando do desconfinamento, bem como a que as empresas tenham mantido parte do investimento programado. Por último, justifica ainda que a pandemia acelerou alterações estruturais que normalmente demorariam décadas.

Juros na Europa podem subir, mas spreads ainda contraem

As injeções de liquidez e a aceleração da economia poderão impulsionar a inflação graças ao aumento da disponibilidade de dinheiro acompanhado do impacto da pandemia nas cadeias de produção. A aceleração dos preços já se tem refletido nos juros das dívidas públicas, mas Brandão de Brito considera que Portugal até poderá ser beneficiado.

“Há muito tempo que não vemos inflação e há muito tempo que a inflação é desejada porque a inflação tem muitos defeitos e problemas, mas é um bálsamo para empresas muito endividadas, que o caso de todas as economias do mundo. A inflação reduz o peso real da dívida e tem sido o objetivo número um dos bancos centrais pelo mundo e isso não tem acontecido”, aponta. A dívida pública portuguesa fechou 2020 num novo recorde de 133,7% do PIB, sendo que o Governo espera que o rácio baixe para 128% em 2021.

Os juros da dívida soberana afundaram no ano passado e no arranque de 2021, permitindo mesmo que o país conseguisse taxas negativas num leilão de dívida a 10 anos. O economista-chefe do BCP não exclui que o agravamento possa prolongar-se na Europa, mas Portugal deverá continuar protegido, enquanto o Banco Central Europeu (BCE) deverá continuar a garantir a ampla liquidez no mercado.

“Os juros da dívida portuguesa tenderão a subir se houver uma subida generalizada das taxas de juros, mas diria que menos que os da Alemanha. Poderemos ter uma contração adicional dos spreads porque um crescimento forte em termos reais e uma inflação — ou seja, um fortíssimo crescimento nominal — é benéfico para economias mais endividadas e Portugal é das economias mais endividadas da Europa”, acrescenta.

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Micro e PME vão poder suspender contratos de serviços essenciais até 60 dias

  • Lusa
  • 22 Abril 2021

Micro e PME vão poder suspender contratos de fornecimento de água, gás, energia e comunicações eletrónicas, sem pagamento de novas taxas e custos, por um período máximo de 60 dias.

O parlamento aprovou esta quinta-feira um diploma que possibilita às micro e pequenas empresas que estejam encerradas ou em crise, devido à covid-19, pedirem a suspensão de contratos de fornecimento de serviços essenciais sem penalizações.

O texto final da Comissão de Economia com origem num projeto do PCP foi aprovado, em votação final global, com votos contra do CDS-PP e da IL e favoráveis das restantes bancadas e deputados.

“As micro e pequenas empresas e empresários em nome individual em situação de crise empresarial ou as empresas cujas instalações estejam sujeitas a encerramento por determinação legal ou administrativa adotada no âmbito das medidas de controlo da Covid-19 podem proceder à suspensão dos contratos de fornecimento de água, gás, energia e comunicações eletrónicas, independentemente de cláusulas de fidelização ou outras, sem pagamento de novas taxas e custos”, lê-se no texto final.

Para efeitos desta suspensão, o diploma considera crise empresarial uma situação “em que se verifique uma quebra de faturação igual ou superior a 25%, no mês civil completo imediatamente anterior ao mês civil a que se refere o pedido de suspensão, face ao mês homólogo do ano anterior ou do ano de 2019, ou face à média mensal dos seis meses anteriores a esse período”.

“Para quem tenha iniciado a atividade há menos de 24 meses, a quebra de faturação referida no número anterior é aferida face à média da faturação mensal entre o início da atividade e o penúltimo mês completo anterior ao mês civil a que se refere o pedido de suspensão”, acrescenta-se.

De acordo com o texto final aprovado, a suspensão de contratos “pode ser desencadeada por um período máximo de 60 dias, não renovável”.

No entanto, no caso de empresas cujas instalações estejam sujeitas a encerramento por determinação legal ou administrativa adotada no âmbito das medidas de controlo da Covid-19, o período de suspensão dos contratos de fornecimento pode ser estendido “enquanto se mantiver a referida medida de encerramento”.

Por outro lado, o tempo que durar a suspensão não pode ser considerado como período de execução do contrato para efeitos do cumprimento do período de fidelização.

Terminado o período de suspensão, o contrato é retomado nos mesmos termos e condições vigentes anteriores à suspensão, retomando igualmente a contagem do período de fidelização”, refere ainda o texto final, que estabelece coimas para as empresas comercializadoras dos serviços em caso de incumprimento.

O PCP tinha justificado o diploma por a grande maioria das empresas, em particular das micro, pequenas e médias empresas e os empresários em nome individual, enfrentarem “uma redução substancial ou mesmo interrupção da atividade económica, com as portas fechadas por imposição legal e de saúde pública” e os custos pesados que representam os serviços essenciais.

“É incontornável uma preocupação presente: evitar situações de incumprimento ou acumulação de dívidas na fatura energética e de comunicações eletrónicas. Neste momento de exceção, os MPME defendem que seja criada a possibilidade de suspender, durante esta situação excecional, os contratos de fornecimento destes serviços (num período em que os serviços simplesmente não são utilizados por interrupção da atividade), para que sejam retomados a curto prazo, mas sem penalizações ou perdas contratuais”, defenderam os comunistas.

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O Planeta continua a aquecer, 2020 foi o ano mais quente de sempre na Europa

  • Lusa
  • 22 Abril 2021

As concentrações de gases com efeito de estufa, tais como dióxido de carbono e metano, atingiram os níveis mais elevados desde o início dos registos em 2003.

A Europa viveu o seu ano mais quente em 2020, enquanto partes do Ártico siberiano registaram 6 graus Celsius acima da média, de acordo com o relatório anual sobre o Estado do Clima Europeu hoje divulgado.

A quarta edição do relatório do Serviço Europeu de Mudanças Climáticas Copérnico (C3S) detalhou as condições climáticas globais e europeias durante o ano passado, e procurou “quebrar o fosso entre a ciência e a sociedade”, disse aos jornalistas o diretor de serviços do programa Copérnico no Centro Europeu de Previsões Meteorológicas de Médio Prazo, Jean-Noel Thépaut.

O estudo mostrou que as temperaturas na Europa continuam numa trajetória de aquecimento, e que, à escala global, 2020 é um dos três anos mais quentes desde que existem registos, um recorde que tem sido quebrado consecutivamente nos últimos seis anos.

No caso da Europa, em 2020 a temperatura subiu 0,4º C acima dos anos mais quentes da última década, especialmente no outono e inverno, quando foi alcançado um novo recorde com um aumento de 3,4ºC sobre a média do período de referência, de 1981 a 2010.

Uma das cientistas responsáveis salientou que o relatório não se centrou apenas nos valores meteorológicos, mas utilizou todas as capacidades de monitorização, tais como os dados dos satélites.

Freja Vamborg alertou para a situação no nordeste da Europa, que viveu um 2020 “particularmente quente”, com invernos até 9ºC acima da média habitual, um aumento que teve consequências em áreas próximas do Mar Báltico, onde quase não nevou.

O relatório indicou que o noroeste da Europa experimentou no ano passado uma das primaveras “mais secas dos últimos anos”, depois de ter passado por um inverno de fortes chuvas. Esta mudança refletiu-se na descarga fluvial mais baixa do rio na bacia do Reno desde que existem registos.

No entanto, no início de outubro de 2020, a tempestade “Alex” chegou, com chuvas “invulgarmente elevadas” que triplicaram a precipitação média habitual, bateu recordes diários em países como o Reino Unido e França e causou mesmo inundações em algumas regiões da Europa Ocidental.

Por seu lado, o Ártico siberiano “está a aquecer a um ritmo mais rápido do que o resto do planeta”, advertiu Vamborg, sublinhando que 2020 foi “de longe” o ano mais quente até à data, com temperaturas até 6ºC mais elevadas do que o habitual.

Por outro lado, em março houve um “vórtice polar” de grande magnitude nesta região, o que resultou num esgotamento recorde da camada de ozono no hemisfério norte, acrescentou.

O clima anómalo em 2020 no Ártico também fez com que o gelo marinho atingisse “mínimos históricos”, bem como um aumento do número de incêndios florestais e das emissões de dióxido de carbono (CO2).

As concentrações de gases com efeito de estufa, tais como dióxido de carbono e metano, atingiram os níveis mais elevados desde o início dos registos em 2003, mesmo com as reduções causadas pela paralisia de alguns setores durante a pandemia.

Particularmente preocupante é o aumento acelerado das emissões de metano (mais 0,8% do que no ano anterior), que, segundo o diretor do Serviço de Monitorização Atmosférica de Copérnico (CAMS), Vincent-Henri Peuch, “não tem uma explicação real” e, portanto, será avaliado com mais detalhe para se obterem mais dados.

Copérnico, com sede em Reading, Reino Unido, é o principal programa de observação da Terra da União Europeia, fornecendo informação atualizada sobre o planeta e o ambiente, em colaboração com os Estados membros e outras agências europeias.

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