68,9% dos académicos portugueses não colabora com empresas em I&D
Falta de tempo, insuficiente valorização das atividades de colaboração e a falta de financiamento são os principais fatores que dificultam a realização de atividades de colaboração entre entidades.
Em Portugal, existe uma reduzida colaboração entre os académicos e as empresas. 68,9% dos académicos refere que não colabora em investigação e desenvolvimento (I&D) com empresas e outras organizações, de acordo com um estudo da AEP realizado pela Accenture Strategy & Consulting.
Os principais fatores que dificultam a realização de atividades de colaboração entre entidades são a falta de tempo alocado, a insuficiente valorização das atividades de colaboração e a falta de financiamento.
Outro dado que evidencia a falta de colaboração no esforço de inovação, entre entidades públicas e privadas em Portugal está relacionado com o cofinanciamento privado nas despesas de I&D público em percentagem do PIB. Em 2017, Portugal apresentava um valor de 0,01% do PIB, cinco vezes menos que a média da UE de 0,05% do PIB.
Segundo Luís Miguel Ribeiro, presidente da Fundação AEP, “academia e empresas devem estar mais alinhadas para uma meta comum: contribuir para o crescimento da competitividade nacional. Este estudo pretende apoiar a implementação de um modelo de inovação aberta que, apesar de já ter alguns anos, apresenta ainda dificuldades de adesão”, refere.
A colaboração entre entidades estimula a inovação e a competitividade empresarial. Portugal é considerado um país fortemente inovador, mas com debilidades na Colaboração e Transferência de Conhecimento e Tecnologia (CTCT). Portugal ocupa a 12ª posição do ranking do European Innovation Scoreboard (EIS 2020) onde apresenta um Índice de Inovação Geral de 97.
Contudo, no que diz respeito à inovação por colaboração, Portugal ocupa o 19º lugar, com um desempenho 37 pontos inferior à performance média dos 27 Estados-membros da UE.
A Áustria é o país líder na inovação por colaboração entre entidades ao apresentar um desempenho de 82,3 pontos superior à performance da UE.
Para além disso, a análise comparativa da performance dos diferentes sistemas científicos e tecnológicos europeus, mostra que os países em que os sistemas apresentam melhor desempenho revelam resultados económicos por empresa e por trabalhador superiores.
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