Comissão de Acompanhamento do Novo Banco não teve dados para avaliar Ongoing
Os créditos concedidos pelo BES à Ongoing eram "investimentos imateriais", logo era "um caso muito complicado e diferente dos outros", diz Athayde Marques.
O antigo vogal da Comissão de Acompanhamento do Novo Banco Athayde Marques disse esta quinta-feira no parlamento que não teve dados para emitir um parecer acerca do grande devedor Ongoing, devido à falta de documentos e imaterialidade dos ativos.
“A Ongoing não tinha documentos que nos pudesse dizer se realmente aquilo realmente tinha substância… aquelas avaliações e aquelas garantias dadas. São bens intangíveis e imateriais que é muito difícil de verificar“, respondeu ao deputado Duarte Alves (PCP).
Athayde Marques foi ouvido na Comissão Eventual de Inquérito Parlamentar às perdas registadas pelo Novo Banco e imputadas ao Fundo de Resolução.
“Como é que eu avalio se uma marca vale 10 ou vale 100 milhões? Não sei. Também depende, se calhar, das condições de mercado, algo muito volúvel. Nós não nos sentimos com capacidade para poder dar um parecer”, explicou.
Na segunda ronda de perguntas, o vogal da Comissão de Acompanhamento ao Novo Banco entre o final de 2017 e início de 2019 referiu que o parecer implicava que ao dar o parecer, “para o Fundo de Resolução isso significava qualquer coisa, não era neutro”.
Na primeira ronda de perguntas, Athayde Marques já tinha referido que a Ongoing deixou “desconfortáveis” os membros da Comissão de Acompanhamento, que também era composta por José Bracinha Vieira (atual presidente) e José Rodrigues de Jesus.
A Ongoing era “um caso muito complicado e diferente dos outros” precisamente porque os créditos concedidos pelo BES à entidade liderada por Nuno Vasconcellos eram “investimentos imateriais”, dada a atividade da empresa ligada à comunicação social, “‘marketing e promoção”, referiu Athayde Marques.
A Ongoing acabou por ser retirada pelo Fundo de Resolução da carteira de crédito malparado Nata II, que veio a ser vendida pelo Novo Banco.
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