Patrões unem-se para “acelerar recuperação” das empresas e da economia
"A ambição das empresas vai para além do regresso a um passado recente", sublinhou o porta-voz do novo Conselho Nacional das Confederações Patronais.
Os responsáveis das cinco confederações patronais uniram-se numa nova plataforma, que foi apresentada esta terça-feira. Em causa está o Conselho Nacional das Confederações Patronais (CNCP), que pretende “reforçar e acelerar a recuperação do tecido empresarial e da economia nacional”.
“A ambição das empresas vai para além do regresso a um passado recente em que o crescimento económico era medíocre. O objetivo é encetarmos um novo ciclo de desenvolvimento, sólido e sustentado”, sublinhou Eduardo Oliveira e Sousa, líder da Confederação dos Agricultores de Portugal e porta-voz do CNCP. “Esta vontade exige a coesão das empresas, das suas estruturas e dos seus representantes“, disse aos jornalistas.
O novo Conselho Nacional das Confederações Patronais reúne a Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP), a Confederação do Comércio e Serviço de Portugal (CCP), a Confederação Empresarial de Portugal (CIP), a Confederação do Turismo de Portugal (CTP) e da Confederação Portuguesa da Construção e do Imobiliário (CPCI).
O CNCP tem duas grandes preocupações — a preservação do tecido produtivo existente e a reorientação do nosso modelo de crescimento e de desenvolvimento económico e social — e irá pronunciar-se sobre as matérias que “de forma horizontal” e transversal digam respeito às empresas e ao desenvolvimento da economia. “Tentaremos encontrar um consenso para que as respostas sejam fortalecidas pela união“, disse Eduardo Oliveira e Sousa. “Sempre entendemos que há problemas que são um denominador comum às confederações [patronais] e que nós, com uma voz só, temos outro poder e outra força”, acrescentou.
De acordo com João Vieira Lopes, da CCP, o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), o novo programa de fundos europeus, a saída de um período de pandemia e a perspetiva de recuperação económica são os principais motivos para a criação deste novo conselho, já que se antecipa que, nos próximos tempos, serão “precisas respostas globais”. “Estas confederações [que constituem o CNCP] representam praticamente todo o tecido empresarial português significativo“, detalhou o responsável.
Por sua vez, António Saraiva, da CIP, acrescentou: “É para isso que aqui estamos: Para juntos irmos mais longe”. Já em comunicado, os responsáveis do CNCP frisam: “Conscientes das suas responsabilidades neste momento crucial da economia portuguesa, as cinco confederações representantes de setores estratégicos para o país decidiram juntar a suas vozes no CNPC, assumindo o compromisso de defender as empresas face à adversidade que as ameaça e à urgência de colocá-las no centro da recuperação”.
Para o conselho, essa recuperação deverá, de resto, assentar numa “nova geração de políticas públicas e na utilização eficiente, rigorosa e transparente dos recursos públicos, nacionais e europeus”.
Apesar de o CNCP reunir as vozes das várias confederações patronais, não retira a autonomia a nenhuma delas. Tal como o ECO já tinha adianto, o CNCP não terá autonomia, nem um conselho formal. Aliás, o cargo de porta-voz será rotativo entre os líderes das várias confederações. “Este organismo não é um organismo, é apenas um unir de vozes“, explicou Eduardo Oliveira e Sousa, aos jornalistas, defendendo que deste modo se “reforça a visão de conjunto do tecido empresarial do país”. O líder da CAP disse ainda: “Portugal precisa de crescer, de unir esforços, de criar mais valor. As empresas portuguesas são o motor da economia, uma visão una é a sua força maior”.
Segundo anunciou o Oliveira e Sousa, o novo conselho irá bater-se por um enquadramento favorável para que as empresas vençam cinco grandes desafios, nomeadamente recuperar clientes e mercados e adotar novas estratégias comerciais, aumentar a competitividade à escala internacional, captar e reter recursos humanos com competências adequadas, alcançar estruturas financeiras mais sólidas e adequar os novos investimentos aos novos desafios, como a transição digital. O CNCP assegura, além disso, que não tem “objetivos políticos individualizados”. É, antes, “a voz do setor empresarial de todo o país”.
Por outro lado, questionado sobre a evolução do turismo com a chegada dos turistas britânicos, o líder da CTP garantiu que “não está nada preocupado” com o impacto que isso poderá ter na situação pandémica do país — já que estão a ser aplicadas medidas de prevenção — e defendeu que a abertura do corredor com o Reino Unido é “uma ótima notícia”.
(Notícia atualizada às 16h45)
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