Gentiloni: “Não devemos satisfazer-nos com uma retoma ao nível pré-pandemia”
O comissário europeu para a economia, Paolo Gentiloni, apelou esta sexta-feira para que a União Europeia não se satisfaça com uma retoma para o nível pré-pandemia.
O comissário europeu para a economia, Paolo Gentiloni, afirmou esta sexta-feira, após a reunião do Eurogrupo, que “não devemos satisfazer-nos com uma retoma ao nível pré-pandemia”. O desafio é ter um “crescimento mais forte e mais sustentado” no futuro, disse.
O italiano descreveu que, depois de uma recessão técnica no quarto trimestre de 2020 e no primeiro trimestre de 2021, a economia europeia vai ter uma retoma já no segundo trimestre deste ano, mas principalmente em todo o segundo semestre. Porém, recordou que a “situação económica continuará a ser divergente entre diferentes países, setores e cidadãos”, assumindo que há o risco de ter “sequelas e danos permanentes” provocados pela crise pandémica.
Portanto, “não podemos retirar os apoios aos trabalhadores e às empresas muito rapidamente”, rematou, avisando que será preciso “gerir cuidadosamente” a transição de medidas de emergência para a nova fase de recuperação.
Com base nas previsões de primavera da Comissão Europeia, Gentiloni reafirmou que o PIB europeu deverá recuperar os níveis pré-pandemia no primeiro semestre de 2021. Porém, “não devemos satisfazer-nos com uma retoma ao nível pré-pandemia“. “Não queremos apenas uma retoma. Queremos um crescimento mais forte, mais estável e mais sustentável”.
Para alcançar essa ambição, é preciso que o dinheiro europeu do Próxima Geração UE, a “bazuca” europeia, chegue aos países o mais rapidamente possível. Com esse objetivo em mente, Gentiloni disse que pediu aos cinco países que ainda não ratificaram a legislação dos recursos próprios para o fazer o mais rapidamente possível. Se o fizeram, a expectativa do comissário europeu é que os primeiros fundos possam chegar aos países antes da paragem do verão (isto é, até ao final de julho).
Lagarde diz que apoios orçamentais e monetários continuarão a ser necessários nos próximos meses
Também presente na conferência de imprensa, a presidente do Banco Central Europeu (BCE) alinhou com o discurso da Comissão Europeia sobre a recuperação da economia, que está em andamento mas que também terá “divergências”.
“Esta recuperação está a acontecer porque houve coordenação das políticas” económicas na Zona Euro, argumentou, assinalando que, “dada a incerteza”, estas políticas “continuarão a ser necessárias nos próximos meses para nos assegurarmos que a recuperação está bem ancorada e para que se possa ter uma recuperação forte e sustentada”. Lagarde deixou também uma palavra para os mais afetados pela crise que só recuperarão em 2023.
(Notícia atualizada às 13h32 com mais informação)
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