Promecel constrói nova fábrica em 2021 num investimento de 2,5 milhões
Construção da nova fábrica da Promecel em Braga deverá ficar "concluída no final deste ano", devendo “o processo de mudança de instalações iniciar-se em novembro”.
A empresa Promecel, com atividade no mercado do setor elétrico e de componentes mecânicos, revelou, este domingo, que vai construir uma nova fábrica, em Braga, até ao final deste ano, num investimento avaliado em 2,5 milhões de euros.
Fundada em maio de 1985, a Promecel, uma empresa de capitais privados, que pertence à indústria metalomecânica e tem quatro sócios portugueses, vai investir numa nova fábrica, em Braga, que “estará concluída no final deste ano”, devendo “o processo de mudança de instalações iniciar-se em novembro”, já que as novas instalações distam 300 metros das atuais, disse à Lusa o sócio-gerente, José Manuel Silva.
“As atuais estão vendidas – acordadas. No final de 2018 tínhamos adquirido um terreno de cerca de 22 hectares e vamos construir uma fábrica que terá perto do dobro do espaço que temos atualmente”, explicou, exclamando: “Este ano tem de ser!”. Com o processo de mudança a iniciar-se em novembro e dado que a empresa tem muitos equipamentos, “não vai ser nada fácil, estando a fazer essa transição e, simultaneamente, a trabalhar e a entregar material aos clientes”, assinalou o gestor.
E prosseguiu: “Há equipamentos que nem sequer vão ser trocados, serão novos equipamentos a instalar na nova fábrica. Por exemplo, há um novo equipamento que acabámos de comprar e não temos como fazê-lo sem o auxílio do fabricante, pois não há técnicos especializados”.
A empresa espera que em 2026/2027 tenha recuperado o investimento total realizado na nova unidade fabril, não se tendo endividado para o fazer.
Inicialmente, a Promecel estava muito direcionada para os produtos elétricos, normalmente redes de média e baixa tensão. A empresa, que iniciou a sua internacionalização em 1992, possui atualmente uma “estratégia clara de elevada exigência técnica” na abordagem aos mercados externos, afirma ter os “mais avançados meios de produção e de controlo” e conta com 94 trabalhadores com um alto nível de especialização, disse o gestor.
Os seus clientes, por sua vez, pertencem aos mais diversos setores de atividade, sendo que a empresa dispõe cinco setores distintos (maquinação, fundição, estampagem, galvanoplastia e montagem) que podem trabalhar em conjunto para obter o produto final.
A empresa, apesar de não ter tido “grandes crises ao nível de trabalho, teve algumas crises societárias”, recorda à Lusa o gestor, explicando que em 2012, o outro sócio fundador saiu e a empresa Resul (ligada ao setor das ‘utilities’), comprou a participação desse sócio. “A Resul ficou maioritária e vendeu-me, bem como ao meu pai [Armando Silva, um dos fundadores da empresa], a metade da sua posição, trouxe um colega para a gestão, e ambos assumimos a gerência”, recorda.
Na altura, a fabrica “não estava em boas condições financeiras”, pelo que foi traçado um plano de recuperação para finalizar em 2016, pelo que a Promecel financeiramente “deu uma volta por completo”, tendo-se feito uma recuperação total, lembra o gestor.
Mas em 2017, devido à crise do petróleo e à exposição da Resul ao mercado angolano, o mesmo tipo de problemas que se observaram em 2014 e que a Resul ajudou a resolver, começaram a fazer-se sentir, pelo que o gestor acabou por comprar em 2018 maioria do capital.
A Promecel tem agora quatro sócios: José Manuel Silva (sócio-gerente), Armando Silva (sócio minoritário) e dois colaboradores que, desde 2020, passaram a ter uma participação mais pequena. A empresa basicamente não trabalha para o mercado nacional, tendo-se focado no mercado externo, nomeadamente europeu.
Faturação da Promecel regressa a níveis pré-pandemia
Promecel revelou também este domingo que deverá atingir uma faturação entre 7 a 7,2 milhões de euros este ano, depois da queda de 26% em 2020 devido à pandemia da Covid-19. O ano passado fez-nos “voltar uns anos atrás”, devido ao impacto da pandemia, mas em 2021 “recuperaremos o nível de 2019”, disse à agência Lusa o sócio-gerente da Promecel, José Manuel Silva, recordando, contudo, que pelo plano de negócios já deveriam aproximar-se dos 8,5 milhões de euros.
Apesar disso, congratulou-se por ter encerrado 2020 com “um lucro”, embora “não muito elevado”, obtido num contexto desfavorável, e a empresa ter continuado a investir entre 700 mil a 800 mil euros, valor que prevê aplicar também nos próximos anos, embora este seja o último ano em que laboram na atual fábrica em Braga, mudando-se no final do ano para uma nova, a 300 metros desta.
“Atingido o limite da capacidade das atuais instalações, através de inovação por detrás de muita imaginação e trabalho das equipas, conseguimos chegar acima dos sete milhões de euros”, disse à Lusa o gestor, adiantando que em 2018 encontraram o terreno e que a empresa vive hoje num “patamar de estabilidade financeira” e sem “pressão financeira” devido ao investimento na nova fábrica.
As consequências da pandemia “nunca iriam” fazer com que a Promecel desistisse das novas instalações, já que estas são “uma necessidade”, pois os mercados para onde exporta “têm essa necessidade”, salientou o gestor. “Aliás, nós temos mesmo de ter outro tipo de condições, até pela precisão em termos de exigência que têm os novos projetos” em que a empresa se envolveu” e aos quais as novas instalações respondem, disse.
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