Mota-Engil reduz administração. Família partilha poder com chineses da CCCC
Os acionistas da Mota-Engil vão aprovar o novo conselho a 30 de junho, reduzido a 14 pessoas, com partilha de poder entre a família e o grupo CCCC. Lobo Xavier é um dos que sai da administração.
A Mota-Engil passou de uma empresa familiar com 75 anos de idade para um grupo que tem dois acionistas de referência, a família Mota com 40% do capital e os chineses da CCCC com cerca de 32,5%. Uma mudança com impacto nos órgãos sociais da companhia, a aprovar na Assembleia Geral de 30 de junho. Há menos administradores, há cinco nomes indicados pela família e cinco pelo grupo chinês, e quatro independentes. E há também saídas, como a de António Lobo Xavier, até agora membro não executivo do grupo.
Quando foi anunciado o acordo para a entrada de um novo acionista de referência, ficaram claros dois pontos: A Mota-Engil passaria a ter um fôlego financeiro que não tinha para continuar a internacionalização e a gestão sofreria uma mudança profunda, com entradas e saídas. António Mota continuará chairman da companhia, e Gonçalo Moura Martins será o presidente executivo, mas haverá mudanças na gestão, mas também de filosofia. Um conselho da holding mais curto, mais estratégico e menos executivo, com portugueses, chineses e quatro independentes. As unidades operacionais vão ganhar responsabilidades para cumprirem objetivos para o triénio 2021/2024. De 20, o conselho passará a 14 membros. Dos independentes, quatro, há três que continuam, e uma cara nova, a de Isabel Vaz, presidente executiva do grupo Luz Saúde. Mantêm-se assim Francisco Seixas da Costa, Ana Paula Chaves e Sá Ribeiro e Sofia Salgado Cerveira Pinto.
Dos administradores não executivos que saem, ressalta o nome de António Lobo Xavier, que já não era considerado independente por ter mais de três mandatos consecutivos. E também saem Valente de Oliveira e Vila Cova. Mas não são os únicos. Da família Mota saem duas irmãs, Maria Manuela Mota e Teresa Mota, as mais velhas, e ficam António Mota e Maria Paula Mota. Além destes, vão manter-se Manuel António da Mota, filho de António Mota, e Carlos Mota dos Santos (sobrinho do patriarca da família).
Dos chineses, sabe-se ainda pouco, até porque a comissão executiva será escolhida na primeira reunião do conselho de administração que sair da assembleia geral, mas tudo indica que o cargo de administrador financeiro será entregue a Wang Xiangrong, gestora que esteve até agora na Sérvia no grupo CCCC, tem formação financeira e é dos administradores indicados que vai mesmo residir em Portugal. E também já é proposto aos acionistas que António Mota será o presidente da comissão de vencimentos, que contará também com o chinês Wang Jingchun.
Os chineses da CCCC, uma das maiores construtoras do mundo, pagaram no total cerca de 230 milhões de euros para assegurar 32,5% da maior construtora nacional.
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