Governo espera que a venda da Groundforce tenha “sucesso”. Caso contrário, Pedro Nuno Santos admite intervenção
O ministro das Infraestruturas diz que prefere uma venda a um privado com "sucesso", mas admite que o Estado pode intervir. Contudo, não poderá ter a maioria do capital.
Pedro Nuno Santos está convicto de que será possível encontrar “uma solução de longo prazo” para a Groundforce. Em causa está a venda da empresa a outro privado uma vez que o Estado não pode ter a maioria do capital. Ainda assim, o ministro das Infraestruturas admite que possa haver algum tipo de intervenção do Estado.
“Sabemos que há uma negociação em curso entre o proprietário maioritário da Groundforce e uma empresa de handling privada e esperemos que essa negociação se possa concluir com sucesso para se iniciar uma nova fase da vida da Groundforce“, disse Pedro Nuno Santos, em declarações em Coimbra transmitidas pela RTP3, assinalando que tem a “convicção de que será possível encontrar uma solução de longo prazo para a Groundforce”.
O ministro reconheceu que a situação da empresa “preocupa bastante” neste momento, mas notou que não pode fazer “aquilo que não é da responsabilidade do Estado ou da TAP”, desde logo porque nem a TAP nem o Estado podem ficar com a maioria do capital da Groundforce por causa das regras europeias da concorrência. “Não pode ser resolvido dessa maneira”, deixou claro.
Pedro Nuno Santos mostrou preferência para que o caso seja resolvido pelos privados sem a intervenção estatal, mas não excluiu a 100% algum tipo de influência no processo. “Não ignorámos que possa ser necessário outro tipo de intervenção, mas não pode passar por Estado ter a maioria do capital da Groundforce“, afirmou.
Os trabalhadores da Groundforce, empresa que presta serviços de assistência nos aeroportos portugueses, queixam-se do atraso no pagamento dos salários, o que já ocorreu em diversos meses, e avançaram para greve entre 15 de julho e 1 de agosto. O salário de junho, por exemplo, será pago em tranches.
O dono da empresa, Alfredo Casimiro, justificou a decisão aos trabalhadores numa nota divulgada pela Lusa: “O significativo aumento de atividade […] no mês de junho (e que se prevê continuar em julho) não gerou ainda a respetiva entrada de receitas, em virtude das condições de pagamento acordadas com a maioria dos nossos clientes”.
Como o ECO revelou na semana passada, a Swissport é neste momento o principal parceiro de negociações para a aquisição da Groundforce por 25 a 30 milhões de euros. Além desta empresa, mantêm-se outros interessados como os belgas da Aviapartner e o fundo norte-americano WFS.
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