Economia da China cresce 7,9% no segundo trimestre
Face aos três meses anteriores, o crescimento no trimestre entre abril e junho fixou-se em 1,3%.
O crescimento da economia chinesa, no segundo trimestre do ano, fixou-se em 7,9%, em termos homólogos, ilustrando a estabilização da atividade na segunda maior economia do mundo no período pós-pandemia.
O crescimento caiu, em relação ao ritmo de 18,3% do trimestre anterior, um número sonante, já que a comparação homóloga remete ao início da pandemia, quando o país asiático encerrou fábricas, lojas e escritórios, para combater o novo coronavírus.
O crescimento no trimestre entre abril e junho, em relação aos três meses anteriores, fixou-se em 1,3%, refletindo um retorno à normalidade para a atividade fabril e índices de consumo.
“No geral, a economia da China parece estar no caminho da recuperação”, disse Chaoping Zhu, do departamento de gestão de ativos do banco de investimento JP Morgan, num relatório.
Os dados mais recentes sugerem que a economia “já atingiu o pico e está a retomar a sua taxa média de crescimento de longo prazo”, frisou.
No entanto, as perspetivas económicas da China são obscurecidas por uma prolongada guerra comercial e tecnológica com os Estados Unidos.
O Presidente norte-americano, Joe Biden, não retrocedeu ainda nas taxas alfandegárias punitivas e sanções impostas a firmas tecnológicas do país asiático impostas pelo antecessor, Donald Trump.
A China, onde foram detetados os primeiros casos de Covid-19, foi também o primeiro país a suprimir surtos domésticos, repondo a normalidade a partir de março de 2020.
O setor manufatureiro, vendas de automóveis e gastos do consumidor recuperaram já para níveis acima dos anteriores à pandemia.
Os exportadores beneficiaram com a reabertura relativamente precoce do país, enquanto os concorrentes estrangeiros da China enfrentavam medidas de confinamento.
O Fundo Monetário Internacional e os analistas do setor privado esperam um crescimento económico de cerca de 8% este ano, mas dizem que deve cair no próximo ano.
Pequim está a encetar uma transição no modelo económico do país, visando uma maior preponderância do setor dos serviços e do consumo, em detrimento das exportações e construção de obras públicas.
A economia da China encolheu 6,8%, no primeiro trimestre do ano passado, o pior desempenho desde pelo menos meados da década de 1960.
A atividade começou a recuperar no segundo trimestre, quando a economia cresceu 3,2%, em relação ao mesmo período do ano anterior.
No terceiro trimestre acelerou para 4,9% e, nos últimos três meses do ano passado fixou-se em 6,5%.
No conjunto do ano, o crescimento foi de 2,3%, enquanto as economias dos Estados Unidos, Europa e Japão contraíram.
As vendas a retalho recuperaram mais lentamente do que o setor manufatureiro, gerando preocupações que podem pesar sobre a recuperação. Isto levou Pequim a injetar liquidez na economia, na semana passada.
As vendas a retalho aumentaram, em junho, 12,1%, abaixo dos 13,9% do conjunto do trimestre e bem abaixo do aumento de 33,9% no trimestre janeiro – março.
“A procura doméstica permaneceu muda”, disse Louis Kuijs, da Oxford Economics, num relatório. Mesmo assim, o crescimento deve “ganhar ritmo” no segundo semestre.
A produção das fábricas aumentou 8,3%, em junho, em relação ao ano anterior, e 0,6%, em relação ao mês anterior.
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