Já há uma mão cheia de interessados em comprar a Dielmar
A Câmara Municipal de Castelo Branco revela ao ECO que existem cinco manifestações de interesse para adquirir a Dielmar. Ainda não é possível apurar a "viabilidade" dos interessados.
O futuro da Dielmar pode passar pelas mãos de novos investidores, sendo que já existem cinco interessados em adquirir a empresa de vestuário que declarou insolvência no final de julho. A informação foi avançada ao ECO por fonte oficial da Câmara Municipal de Castelo Branco, cujo autarca tem manifestado confiança na viabilização da companhia que emprega quase três centenas de pessoas.
“Existem cinco manifestações de interesse em adquirir a Dielmar”, confirma fonte oficial da autarquia. A mesma fonte adianta que todos os contactos que chegaram à autarquia albicastrense foram enviados para o administrador de insolvência e para o Ministério da Economia e que o presidente da autarquia, José Alves, “está em contacto regular com o gestor do processo de forma a acompanhar todo o processo”.
Apesar das manifestações de interesse, a Câmara de Castelo Branco clarifica que ainda não é possível apurar a “viabilidade” destes cinco interessados em comprar a empresa. Apesar do interesse, o cenário ainda é de incerteza.
Há uma semana, o gestor de insolvência, João Francisco Baptista de Maurício, já tinha revelado ao ECO que existiam “três potenciais interessados em comprar a empresa de Alcains, entre eles um escritório de advogados e outras duas pessoas singulares”. O presidente da autarquia sempre acreditou que iriam “chegar mais propostas nas próximas semanas”.
Na sexta-feira, após um plenário com os trabalhadores à porta da Dielmar, a presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Setor Têxtil da Beira Baixa garantiu ao ECO que os salários dos 280 colaboradores da Dielmar estão “garantidos” enquanto decorrer o processo de venda. Uma decisão que deixou os trabalhadores mais “tranquilos” e com alguma “esperança” em relação ao futuro da empresa de vestuário que é considerada uma das maiores empregadores da região da Beira Baixa.
Para o sindicato dos Trabalhadores do Setor Têxtil da Beira Baixa ainda existe “esperança” que o processo de venda seja “resolvido o mais rápido possível” de forma a “viabilizar o futuro dos 280 trabalhadores”.
O ministro da Economia, Pedro Siza Vieira, mostrou intenção de encontrar soluções para garantir o pagamento dos salários dos colaboradores durante os próximos meses e a acelerar o processo de venda da empresa de vestuário. Para o presidente da autarquia albicastrense, a “manutenção dos postos de trabalho” é uma prioridade.
A assembleia de credores está marcada para 26 de outubro. O anúncio da sentença de declaração de insolvência foi publicado dia 3 de agosto e a partir desta data qualquer credor tem 30 dias para reclamar os créditos.
Até março, a empresa liderada por Ana Paula Rafael faturou pouco mais de 700 mil euros, quando no ano anterior tinha registado um volume de negócios na ordem dos cinco milhões de euros. Face à crise que assombrava a empresa, a Dielmar tentou evitar a insolvência através da reconversão para máscaras sociais ou pijamas, pediu ajuda ao Governo e à autarquia local, mas a empresa acabou por entrar em falência e fechar portas após 56 anos de atividade.
De acordo com o ministro da Economia, Pedro Siza Vieira, “as dificuldades da Dielmar já eram evidentes”. Aliás, há muito que o Estado acompanha a situação desta empresa, que acumula, frisou o mesmo, resultados negativos “desde há dez anos”. O Governo já injetou oito milhões de euros na empresa de Alcains, que poderão não ser recuperados. A Dielmar culpa a pandemia do desfecho da empresa, mas o Governo culpa a empresa de má gestão.
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