Famílias “emprestam” apenas 150 milhões ao Estado em 2022
Governo deixa de contar com famílias no financiamento do Estado ao prever captar apenas 150 milhões através dos certificados de aforro.
Ao contrário dos últimos anos, as famílias vão dar uma ajuda reduzida no financiamento do Estado no próximo ano. Para 2022, o Governo aponta para um saldo líquido de subscrições na ordem dos 150 milhões de euros à boleia sobretudo dos certificados de aforro, de acordo com a proposta orçamental apresentada esta segunda-feira no Parlamento.
Em relação aos Certificados do Tesouro, o Executivo até conta emitir 4.349 milhões de euros, mas este montante servirá apenas para cobrir as amortizações que se esperam ao longo do próximo ano. Ou seja, em termos líquidos, a contribuição dos certificados do Tesouro — cujas condições foram revistas em baixa no mês passado — será nula no próximo ano.
Por outro lado, os certificados de aforro permitirão ao Governo captar 858 milhões junto dos pequenos aforradores, sendo que os reembolsos atingirão os 710 milhões. Isto perfaz os 148 milhões de subscrições líquidas.
Na gaveta do Governo vão continuar as Obrigações do Tesouro de Rendimento Variável (OTRV), que foram outrora um dos produtos de poupança do Estado mais atrativos junto dos pequenos investidores. Não estão previstas emissões durante o próximo ano. Ainda assim, o Governo terá de amortizar 3.500 milhões de euros de OTRV que vão expirar em 2022, mantendo-se em stock apenas 1.000 milhões destas obrigações para o retalho.
Dívida de longo prazo vai dar o dobro
Já as obrigações do Tesouro continuarão a ser a principal fonte de financiamento do Estado, com o Governo a prever emissões líquidas de reembolsos na ordem dos 10,6 mil milhões de euros (emissões de 19,4 mil milhões e reembolsos de 8,8 mil milhões), quase duplicando os 5,6 mil milhões registados este ano.
Os bilhetes do Tesouro contribuirão com 3,4 mil milhões de euros em termos líquidos, depois do contributo líquido negativo em 2021 de 3,45 mil milhões.
O SURE e o PRR também vão dar pequenos contributos, na ordem dos 523 milhões e 348 milhões de euros, respetivamente, bastante abaixo dos montantes registados em 2021 — 2,4 mil milhões no caso do SURE e 960 milhões por via do PRR.
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