OE2022: Rangel diz que aprovação “não compete ao PSD” e aponta eventuais eleições para “fevereiro ou março”
"Não compete ao PSD aprovar o Orçamento", disse o candidato à liderança do PSD, apontando eleições legislativas antecipadas em fevereiro ou março como "o normal".
O candidato à liderança do PSD, Paulo Rangel, defendeu esta segunda-feira que a aprovação do próximo Orçamento do Estado para 2022 (OE2022) “não compete” ao partido e, no cenário “especulativo” de crise política, aponta eleições em fevereiro ou março como “o normal”.
Em entrevista à TVI, Paulo Rangel considerou que “não compete ao PSD aprovar o orçamento”, salientando que o documento atual “é um mau orçamento” e que não representa a matriz do partido, que deve ser muito claro no seu papel de oposição. “Eu acho que o país não perceberia uma crise política, nem é desejável que entremos, mas o PS tem de negociar com aqueles que são os seus parceiros de coligação, o PCP e o BE, defendeu.
No entanto, questionado se uma eventual crise política e eleições antecipadas em plena disputa interna do PSD não prejudicaria o partido, como defende o atual presidente Rui Rio, Rangel rejeitou este cenário. “Não há nenhum risco de uma eleição feita no PSD nesta altura não permitir que o partido tenha um candidato forte a legislativas se elas se dessem em início de fevereiro, meados de fevereiro ou até março”, defendeu.
Rangel invocou os precedentes das dissoluções em 2002, 2004/2005 e 2011 para considerar que este calendário não só “não era inédito, como era o normal”. “Em todos esses casos, o Presidente primeiro ouviu os partidos, depois ouviu o Conselho de Estado, depois anunciou que ia dissolver, depois a publicação demorou um mês a fazer porque se quis dar espaço para que os partidos se organizassem para eleições”.
No entanto, na semana passada, quando admitiu um cenário de eleições antecipadas perante a ameaça de chumbo do Orçamento por parte de BE e PCP, o Presidente da República apontou para outro calendário: estimou que as eleições legislativas antecipadas se realizariam em janeiro, que o novo Governo tomaria posse em fevereiro e que só haveria Orçamento em abril, realçando que neste período haveria uma “paragem em muitos fundos europeus”.
Na quinta-feira, o Conselho Nacional do PSD chumbou uma proposta da direção para que o calendário eleitoral interno fosse suspenso até se esclarecer se o Orçamento do Estado é ou não aprovado, por 71 votos contra e 40 a favor, e agendou diretas para 04 de dezembro e congresso para entre 14 e 16 de janeiro.
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