“É natural que CTT queiram ter o melhor contrato possível”, diz CEO sobre nova concessão
O presidente executivo dos CTT indicou que "é natural" que a empresa queira negociar com o Governo "o melhor contrato possível" para a futura concessão do serviço postal universal.
O presidente executivo dos CTT CTT 0,00% diz ser “natural” que a empresa esteja a tentar negociar com o Governo “o melhor contrato possível” para a nova concessão do serviço postal universal. Questionado sobre se as novas condições estão a ser desenhadas à medida das reivindicações da empresa, João Bento considerou essas eventuais críticas como “insensatas”.
“A Resolução do Conselho de Ministros conhecida nos primeiros dias de setembro, no fundo, estabelece as condições que o Governo considerou adequadas para este efeito. E nós estamos a responder na medida do possível. É natural que os CTT queiram ter o melhor contrato possível. Achamos que há elementos na Resolução — e é explicitamente definido isso — que podem assegurar um contrato mais sustentável. É isso que esperamos alcançar”, disse o gestor, à margem de uma conferência da empresa sobre comércio eletrónico.
Como o ECO noticiou, o Governo decidiu retirar à Anacom o poder de fixar os indicadores de qualidade do serviço postal universal que os CTT têm de cumprir a cada ano. A Anacom apertou esses critérios em 2018 e tinha anunciado a intenção de os apertar ainda mais na próxima concessão. Ora, nos últimos anos, os CTT não têm conseguido atingir tais objetivos, sendo penalizados com descidas obrigatórias do preço do correio, o que levou a empresa a admitir que os indicadores eram “impossíveis” de cumprir.
Dessa forma, o Governo cedeu à reivindicação dos CTT e decretou que, nos próximos anos, é o Executivo que escolhe os objetivos de qualidade do serviço. Além disso, o CEO dos CTT disse recentemente que a penalização vai mudar, passando a estar ligada a obrigações de investimento na rede, mostrando-se satisfeito com o novo enquadramento.
Questionado esta terça-feira pelo ECO sobre se a nova concessão está a ser desenhada pelo Governo à medida da empresa, o presidente executivo dos CTT disse que essas eventuais críticas são “insensatas”. “Os CTT desde há muito tempo, mas mesmo muito tempo, que declararam que consideravam que as condições em que o contrato atual chegou eram anacrónicas e tornaram o contrato objetivamente insustentável do ponto de vista económico”, respondeu.
“Acresce que houve quedas substanciais nunca pensadas do correio, portanto acelerou muito o ritmo de queda do correio. E não é uma decisão dos CTT, mas sim do Governo português — de qualquer Governo português — definir em que condições é que o serviço público de correio deve ser financiado. A escolha que foi feita no contrato anterior e que tudo indica será a mesma para a frente é que o serviço é financiado pelos seus próprios utilizadores. Ou seja, por via do preço”, explicou.
João Bento não respondeu diretamente à pergunta sobre se espera que os próximos indicadores sejam mais fáceis de cumprir. No entanto, sublinhou que a empresa tem vindo a fundamentar “objetivamente” quais são as condições que considera ser “mais razoáveis e qual é a tendência que se tem observado em todos os países da UE”.
Evolução das ações da empresa em Lisboa:
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