Vai nascer na Madeira a maior Área Marinha de Proteção Total do Atlântico Norte
A declaração desta nova área marinha de proteção total abrange um território de 2.677 km2, numa área de 12 milhas náuticas ao redor das Ilhas Selvagens.
O Governo Regional da Madeira anunciou esta segunda-feira a criação da Maior Área Marinha Protegida com Proteção Total da Europa e de todo o Atlântico Norte, através da aprovação de um novo regime jurídico sobre a Reserva Natural das Ilhas Selvagens, ampliando significativamente a proteção das águas deste Arquipélago.
Tudo isto acontece o ano em que se assinalam os 50 anos da constituição desta Reserva. Esta decisão é suportada por estudos científicos, jurídicos e por dados recolhidos em expedições realizadas nos últimos anos.
De acordo com o Governo Regional, o alargamento desta Reserva vem fortalecer o compromisso no “reforço da proteção daquele que é o ecossistema mais intacto do Atlântico Nordeste”.
A declaração desta área marinha de proteção total abrange um território de 2.677 km2, numa área de 12 milhas náuticas ao redor das Ilhas Selvagens. É nesta extensão que todas as espécies aí existentes passam a estar totalmente protegidas de atividades extrativas, como a pesca ou a exploração de inertes.
“A Madeira tem sido uma referência mundial em matéria de políticas de Conservação da Natureza, ficando este aspeto ainda mais reforçado com esta medida. Espera servir de inspiração para que outros decisores tomem medidas semelhantes, no sentido da preservação dos nossos oceanos., disse Miguel Albuquerque, Presidente do Governo Regional da Madeira, em comunicado.
Esta medida conta com o apoio direto da Fundação Oceano Azul, da National Geographic e do Waitt Institute, entidades que contribuíram para a obtenção de dados que, entre outros, sustentam cientificamente a decisão agora anunciada. Para José Soares dos Santos, Presidente da Fundação Oceano Azul, “o valor natural da biodiversidade das ilhas Selvagens é incalculável. Tendo por base vários estudos científicos e as expedições realizadas, a decisão do Governo Regional reforça o posicionamento da Madeira na conservação e valorização do oceano”.
O reforço da proteção das Ilhas Selvagens irá então:
- Contribuir para o aumento da diversidade marinha, da riqueza genética e da capacidade reprodutiva das espécies, incluindo muitas com interesse comercial.
- Assegurar a integridade dos ecossistemas, contribuindo para uma melhor conservação marinha de todo o Atlântico Nordeste. Esta decisão
- Permitir a promoção do desenvolvimento económico da Região Autónoma da Madeira, através da valorização do seu capital natural.
“Os atuais desafios mundiais da emergência climática e da crise de extinção de espécies requerem ações exemplares a nível europeu e mundial, sendo esta decisão do Governo Regional da Madeira uma resposta a esses desafios. Num contexto em que o Oceano é um dos ecossistemas mais afetados pelas alterações climáticas e pela sua sobre-exploração, esta decisão reforça o compromisso assumido por Portugal na Conferência das Nações Unidas dos Oceanos de 2017, no sentido de aumentar consideravelmente as suas áreas
marinhas protegidas, e contribui para a implementação da Estratégia da Biodiversidade da União
Europeia para 2030″, remata o comunicado.
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