Conservadores e extrema-direita reúnem-se em Varsóvia para formar aliança na UE
Objetivo, explicou a francesa Marine Le Pen, é criar “um grande grupo” no Parlamento Europeu, acabando com os atuais dois grupos distintos.
Cerca de 15 partidos conservadores e de extrema-direita, que em julho assinaram uma declaração conjunta com vista à formação de uma aliança, reúnem-se este sábado em Varsóvia para discutir a sua visão para a União Europeia (UE).
Entre os partidos incluem-se o União Nacional (RN, na sigla original), liderado por Marine Le Pen, ou o Lei e Justiça (PiS) da Polónia, noticia a agência AFP. Marine Le Pen explicou, em declarações aos jornalistas, que estes partidos políticos participam no encontro para criar “um grande grupo” no Parlamento Europeu, onde atualmente estão divididos em dois grupos distintos.
“Temos de olhar com otimismo para os próximos meses, se queremos o avanço desta força política” que, se surgir, “será a segunda força dentro do Parlamento Europeu”, salientou a candidata às presidenciais de França, nas eleições de abril.
Além de Le Pen e do líder da Liga italiana, Matteo Salvini, que não estava entre os signatários da declaração de julho mas estará presente em Varsóvia, fazem parte desta aliança o primeiro-ministro húngaro e líder do Cívica Húngara (Fidesz), Viktor Orban, ou líder do PiS da Polónia, Jaroslaw Kaczynski.
O presidente do Vox em Espanha, Santiago Abascal, e o responsável do partido Fratelli d’Italia, Giorgia Meloni, também são esperados na reunião na Polónia. A lista completa dos participantes não tinha sido ainda divulgada na sexta-feira pela organização.
No Parlamento Europeu, o RN e a Liga pertencem ao grupo Identidade e Democracia (ID) enquanto o Vox, PiS ou Fratelli d’Italia fazem parte do grupo Conservadores e Reformistas Europeus (ECR). Já os húngaros do Fidesz, que saíram em março do grupo Partido Popular Europeu (PPE) procuram novos parceiros.
“Este é um trabalho de longo prazo para conseguir reunir todos os movimentos políticos. Leva tempo”, salientou Le Pen, que considera o encontro em Varsóvia como “um passo importante”. Os partidos que assinaram a declaração em julho apontam para a necessidade de “uma reforma profunda da EU e temem a “criação de um superestado europeu”.
Segundo uma cientista política da Academia de Ciências da Polónia, Ewa Marciniak, os participantes vão procurar “minimizar as diferenças entre eles” como as posições díspares em relação a Moscovo, ao aborto, ao movimento LGBT ou às suas filiações históricas. Estes partidos irão insistir “na vontade comum de redescobrir as raízes da UE, o pensamento dos pais fundadores da UE”.
Na sexta-feira, o primeiro-ministro polaco Mateusz Morawiecki considerou que se trata atualmente de uma “viragem na história da Europa, da União Europeia e dos Estados soberanos da UE“. “Ou (…) juntos colocaremos uma barreira à usurpação que concentra o poder nas mãos das elites europeias (…), ou seremos confrontados com o alargamento de competências [das instituições europeias] e à contração daquilo que é uma das melhores invenções da humanidade, ou seja, os Estados soberanos”, salientou.
Já a ministra da Família da Hungria, Katalin Novak, referiu que “o objetivo do Fidesz é garantir que as pessoas que são nacionalistas, pró-liberdade, anti-imigração e respeitadoras dos valores tradicionais da família estejam representadas o mais fortemente possível no processo de decisão europeu”.
A Polónia e a Hungria são ameaçadas por um mecanismo da UE que permite suspender o pagamento de fundos europeus em caso de violação dos princípios do Estado de direito, devido aos seus processos judiciais recorrentes com Bruxelas sobre o respeito de valores considerados fundamentais pela União Europeia.
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