Portugal recebe 1,5 milhões de vacinas pediátricas até março

  • ECO
  • 10 Dezembro 2021

Na próxima semana, está agendado o primeiro lote de 300 mil vacinas pediátricas e outras mais de 400 mil chegam em janeiro. Em fevereiro e março, Portugal recebe mais 400 mil doses em cada mês.

Portugal vai receber mais de 1,5 milhões de doses de vacinas pediátricas da Pfizer/BioNTech até março, revelou a ministra da Saúde, Marta Temido, em declarações ao Público (acesso condicionado).

O primeiro-ministro já tinha adiantado que o primeiro lote com 300 mil vacinas chegava na próxima semana e outras 462 mil doses chegariam em janeiro. Em fevereiro e março, Portugal vai receber mais 400 mil doses em cada um dos meses, sendo que as remessas deverão ser faseadas semanalmente, de acordo com o mesmo jornal.

Em causa estão 638 mil crianças elegíveis para vacinação entre os 5 e os 11 anos, sendo que o calendário e a forma como decorrerá o processo será anunciado esta sexta-feira pela DGS. A vacinação destas faixas etárias com a vacina da Pfizer foi aprovada pelo regulador europeu no final de novembro, sendo que a dose a administrar às crianças será menor do que a que é dada aos maiores de 12 e aos adultos. As crianças destas faixas etárias vão receber dez microgramas deste fármaco, ao passo que as pessoas com mais de 12 anos recebem doses de 30.

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Hoje nas notícias: Vacinas pediátricas, rendas acessíveis e Dielmar

  • ECO
  • 10 Dezembro 2021

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

Portugal vai receber 1,5 milhões de vacinas pediátricas para inocular as crianças entre os 5 e os 11 anos até março. No plano económico, a construção de habitações destinadas ao arrendamento acessível vão passar a estar sujeitas à taxa reduzida de IVA, de 6%. E as autarquias já começaram corrida aos 5 mil milhões da “bazuca”.

Metade dos cabeças de lista do PS vêm do Governo

Nos 22 círculos eleitorais, há onze membros do atual Governo a encabeçar o respetivo círculo pelo PS, avança o Público. António Costa é o primeiro candidato por Lisboa, enquanto Augusto Santos Silva volta a encabeçar a lista por Fora da Europa. Outros ministros que se mantêm como cabeças de lista são Ana Mendes Godinho, Alexandra Leitão, Marta Temido, Tiago Brandão Rodrigues e Pedro Nuno Santos. A comissão política nacional aprovará as listas às legislativas antecipadas na segunda-feira.

Leia a notícia completa no Público (acesso condicionado).

Portugal recebe 1,5 milhões de vacinas pediátricas até março

Portugal vai receber mais de 1,5 milhões de doses de vacinas pediátricas da Pfizer/BioNTech até março, revelou a ministra da Saúde ao Público. O primeiro-ministro já tinha adiantado que o primeiro lote com 300 mil vacinas chegava na próxima semana e outras 462 mil em janeiro. Em fevereiro e março, Portugal vai receber mais 400 mil doses em cada um dos meses, sendo que as remessas deverão ser faseadas semanalmente.

Leia a notícia completa no Público (acesso condicionado).

Construção para renda acessível passa a pagar IVA de 6%

A construção por privados de habitação para rendas acessíveis vai passar a estar sujeita à taxa reduzida de IVA, que é de 6% no território continental. A medida resulta de uma alteração legal que garante que, neste casos, se aplica o mesmo regime de IVA que existe para a promoção de habitação a custos controlados. Para o efeito, as habitações terão de se manter no regime da renda acessível por, pelo menos, 25 anos, sob prejuízo de terem de devolver a diferença entre os 6% e a taxa normal.

Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso pago).

Dielmar relança venda por mínimo de 384 mil euros

Está relançada a venda da Dielmar. O valor mínimo foi fixado em 384 mil euros, acima das propostas das empresas Valérius e Outfit21, sendo que as novas ofertas terão de ser entregues até 21 de dezembro. O objetivo é que a têxtil de Alcains possa reabrir e recontratar a maioria dos 243 trabalhadores que ficaram desempregados após o processo de liquidação.

Leia a notícia completa no Jornal Económico (acesso pago).

Câmaras já começaram corrida à “bazuca”

O Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) já abriu 11 concursos destinados às autarquias, sendo que o programa 1.º Direito, que visa reabilitar casas para famílias carenciadas, é o que reúne maiores verbas. Dos cinco mil milhões que a “bazuca” atribui às câmaras municipais, estão aprovadas operações no total de 120 milhões de euros e, destes, 16 milhões já foram distribuídos pelos municípios enquanto beneficiários diretos e finais. Entre os projetos em cima da mesa que o PRR deverá financiar estão a nova ponte sobre o Douro, pontes internacionais de ligação a Espanha e o metro de superfície que ligará Odivelas a Loures.

Leia a notícia completa no Jornal de Notícias (ligação indisponível).

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Ministra da Agricultura anuncia 127 milhões para fechar ciclo do plano de regadios

  • Lusa
  • 10 Dezembro 2021

Maria do Céu Antunes vai anunciar em Évora o lançamento de um aviso com uma dotação de 127 milhões de euros que encerra o primeiro ciclo do Plano Nacional de Regadios.

A ministra da Agricultura, Maria do Céu Antunes, anuncia esta sexta-feira, em Évora, o lançamento de um aviso com uma dotação de 127 milhões de euros e que encerra o primeiro ciclo do Programa Nacional de Regadios (PNRegadios).

Com este aviso, indicou à Lusa uma fonte do Ministério da Agricultura, executa-se a totalidade do valor previsto para o primeiro ciclo do PNRegadios, com financiamento do Banco Europeu de Investimento e da Comissão Europeia (BEI/CE), no valor de 560 milhões de euros.

O anúncio será feito durante uma intervenção na Estação Elevatória Velha de São Manços (Évora), à margem da apresentação das conclusões do estudo “Regadio 2030 – Levantamento do Potencial de Desenvolvimento do Regadio de Iniciativa Pública no Horizonte de uma Década”, desenvolvido pela Empresa de Desenvolvimento e Infraestruturas do Alqueva (EDIA).

O aviso pretende dar seguimento aos projetos assumidos politicamente para a região de Alqueva, nomeadamente a execução dos circuitos hidráulicos de Messejana (com ligação à albufeira de Monte da Rocha), de Póvoa-Moura, da Vidigueira e de Reguengos de Monsaraz (segunda fase). A apresentação de candidaturas para a execução dos projetos decorrerá a partir de 10 de janeiro.

De acordo com dados do Ministério da Agricultura, os 560 milhões de euros previstos no PNRegadios irão beneficiar cerca de 91.800 hectares (ha), dos quais 55 mil ha são relativos a novos regadios (396 milhões de euros) e 36.800 ha estão associados à reabilitação e modernização dos regadios existentes (155 milhões de euros). A estes investimentos, somam-se 8,1 milhões de euros aplicados no reforço de bombagem e em melhorias no aproveitamento de energia fotovoltaica.

Até ao final do ano, serão ainda lançados os avisos do PNRegadios para a “Melhoria da Eficiência dos Regadios Existentes”, destinados a todo o território continental de Portugal, com uma dotação global de 70 milhões de euros. No total, os avisos preveem a execução de 197 milhões de euros de investimento, quer na modernização e reabilitação de regadios existentes, quer em novos regadios.

As conclusões do estudo Regadio 2030, que serão apresentadas esta sexta-feira pelo presidente da EDIA, José Pedro Salema, identificam perto de 300 intenções de intervenção no regadio nacional, a maior parte das quais no Alentejo (108), mas também nas regiões Norte (61), Centro (59), Lisboa e Vale do Tejo (39) e Algarve (31).

No total, será beneficiada uma área total de 479.405 hectares com a transformação de regadios tradicionais em novos regadios modernos, mais eficientes, com elevado uso de tecnologia e associados a uma maior garantia de água.

O estudo destaca, ainda, a necessidade de promover projetos que apresentem uma maior independência energética, com recurso a fontes renováveis, nomeadamente a utilização de centrais fotovoltaicas.

Sempre que possível, os projetos de novos regadios deverão também ser de fins múltiplos, para que, além de reforçar a garantia de abastecimento público, os planos de água permitam a produção de energia fotovoltaica, a sua utilização no combate a incêndios e a criação de faixas de renaturalização e de atividades de lazer.

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Criador de consolas da Nintendo morre aos 78 anos

  • Lusa
  • 10 Dezembro 2021

Masayuki Uemura, o japonês que criou as consolas NES e jogos como Donkey Kong e Mario Bros. morreu na segunda-feira. Tinha 78 anos.

O engenheiro eletrónico responsável pela criação das consolas NES (Nintendo Entertainment System) e SNES (Super Nintendo Entertainment System), Masayuki Uemura, morreu na segunda-feira aos 78 anos, anunciou o Centro de Desenvolvimento de Jogos da Universidade Ritsumeikan, no Japão.

“O professor Masayuki Uemura, professor da Faculdade de Artes e Ciências da Imagem da Universidade Ritsumeikan, que foi um dos fundadores e o primeiro diretor do Centro [de Desenvolvimento de Jogos, morreu em 6 de dezembro de 2021”, informou a instituição de ensino superior, sediada em Quioto, num comunicado.

O Centro de Desenvolvimento de Jogos expressou ainda ao engenheiro japonês a “sincera gratidão” pelo progresso académico e pela “grande contribuição para o desenvolvimento da indústria de jogos [eletrónicos]”, por ter lançado uma série de consolas.

Masayuki Uemura foi o criador da popular consola NES da NintendoPixabay

Nascido em 20 de junho de 1943 em Tóquio, Masayuki Uemura, formado em engenharia eletrónica Instituto de Tecnologia de Chiba no Instituto de Tecnologia de Chiba, trabalhou na Nintendo entre 1971 e 2004. Na fabricante de consolas e videojogos, foi responsável pelo fabrico da NES (1983) e da SNES (1990).

A NES, que inicialmente teve o nome de Famicom, chegou à Europa apenas em 1986, três anos depois de ter começado a ser comercializada no Japão.

Masayuki Uemura também foi produtor de vários jogos, como “Donkey Kong” (1983), “Mario Bros.” (1983), “Clu Clu Land” (1984) e “Ice Climber” (1985).

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Finanças preparam regras para duodécimos em 2022

Com o chumbo do Orçamento para 2022, o Ministério das Finanças está a preparar o regime transitório que define as regras dos duodécimos que se vão aplicar nos primeiros meses do ano.

Tal como em 2015 e em 2019, ambos anos com eleições legislativas, o Governo vai ter de aprovar um regime transitório de execução orçamental para definir as regras dos duodécimos que vão limitar a gestão das contas públicas no início do próximo ano, seja qual for a cor partidária do novo Governo. O Ministério das Finanças confirma ao ECO que está a preparar o documento, o qual tem de entrar em vigor até ao final do ano.

Sim, até ao final do ano terá de ser aprovado o regime transitório de execução orçamental“, confirma fonte oficial do Ministério das Finanças, na sequência de questões do ECO, sem adiantar mais pormenores sobre o seu conteúdo.

A crer pelo que aconteceu em 2015 e 2019, pela mão deste Governo, o decreto-lei deverá ser aprovado num dos próximos Conselhos de Ministros e depois terá de ser promulgado pelo Presidente da República pelo que o seu conteúdo só deverá ser publicado em Diário da República nos últimos dias deste ano.

O objetivo deste regime é garantir “a estabilidade da transferência de ano orçamental, evitando-se qualquer perturbação no funcionamento dos serviços e no cumprimento das funções essenciais do Estado e demais organismos públicos”, argumentava o Governo em 2019 quando aprovou o decreto-lei em Conselho de Ministros.

Porém, se em 2020 o novo Orçamento entrou em vigor em abril, neste caso o processo poderá ser mais demorado. Desde logo, a situação política só ficará mais clara após as eleições de 30 de janeiro e, na ausência de uma maioria absoluta, deverá ser necessário negociações entre os partidos. Há vários fatores que podem acelerar ou atrasar o processo, mas é provável que Portugal passe a maior parte do primeiro semestre de 2022 em duodécimos — ou seja, sem um Orçamento novo em vigor –, daí a importância do conteúdo deste regime transitório.

No final de 2019, relativamente à execução em duodécimos em 2020, ainda antes da pandemia, o Governo definiu uma série de exceções ao regime de duodécimos, nomeadamente à despesa destinada ao pagamento de salários da Função Pública, o que ia além da LEO que cria exceção apenas para as “despesas referentes a prestações sociais devidas a beneficiários do sistema de Segurança Social” e “despesas com aplicações financeiras”. Outra das exceções era a despesa com o “pagamento de compromissos já assumidos e autorizados relativos a projetos de investimento não cofinanciados”, o que deverá dar margem para a execução do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) no primeiro semestre de 2022, caso também conste do regime que vier a ser aprovado. Além disso, dava o poder ao ministro das Finanças para autorizar a antecipação de duodécimos (como pediu a Comissão Nacional de Eleições, por exemplo) “através da antecipação temporária de fundos disponíveis”.

Para já, o Governo tem passado uma mensagem de tranquilidade. Em declarações no final de novembro, João Leão admitiu que a despesa extraordinária que teve de realizar por causa do segundo confinamento no início de 2021 até vai ajudar o regime de duodécimos em 2022. “Como o regime de duodécimos do próximo ano vai vigorar com base no Orçamento de 2021, que estava preparado com verbas previstas para o combate à pandemia, dá-nos uma ajuda para fazer face a essa dimensão“, disse o ministro das Finanças.

Uma das exceções ao regime de duodécimos já prevista na lei (Lei de Enquadramento Orçamental) é o sistema de Segurança Social, cujo orçamento financiou muito dos apoios dados durante a pandemia. Ou seja, no caso de a pandemia agravar-se em 2022, o Governo teria margem de manobra, mesmo sem Orçamento novo, para dar apoios sem estar limitado à gestão mensal limitada à despesa anual dividida por 12.

O Governo também já deu garantias de que consegue executar o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), o qual tem prazos apertados, mesmo em duodécimos, apesar de tal criar dificuldades. “Num Orçamento em duodécimos, conseguimos executar o plano, e, por outro lado, nas reformas que estamos a fazer e que foram inscritas no âmbito desse plano, o Governo está agora a dar sequência a essas reformas, para conseguir também receber essa primeira tranche”, assegurou João Leão.

E, uma vez que também há uma exceção prevista na LEO para as aplicações financeiras, também as injeções na TAP não ficarão em causa, como confirmou a ministra da Presidência, Mariana Vieira da Silva, no final de outubro. A proposta do Orçamento do Estado para 2022 previa mais 990 milhões de euros para a transportadora aérea no próximo ano.

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Aumento dos salários mais baixos na Função Pública “tem de ser feito num próximo Governo”

  • Lusa
  • 10 Dezembro 2021

A ministra da Modernização do Estado e da Administração Pública, Alexandra Leitão, considera que a valorização das remunerações mais baixas dos funcionários públicos "é algo que tem de ser feito".

A valorização das remunerações mais baixas dos funcionários públicos “é algo que vai ter de ser feito num próximo Governo”, devido à compressão da tabela salarial, afirma a ministra da Modernização do Estado e da Administração Pública, Alexandra Leitão.

Em entrevista à Lusa, a governante indicou que a negociação com os sindicatos sobre os salários dos assistentes técnicos e operacionais estava prevista para janeiro, mas devido ao “chumbo” do Orçamento do Estado para 2022 (OE2022), que levou à convocação de eleições legislativas antecipadas para 30 de janeiro, a medida ficou pelo caminho.

“É algo que vai ter de ser feito num próximo Governo, porque o aumento do salário mínimo nacional (…) tem por efeito a compressão da tabela remuneratória” da administração pública, defendeu Alexandra Leitão. “Sendo uma alteração estrutural, obviamente que não podia ser feita sem orçamento”, mas “isso vai ter de acontecer”, frisou a ministra.

Questionada sobre se estará disponível para integrar as listas do PS nas próximas eleições legislativas ou o novo Governo, respondeu: “Sou militante do Partido Socialista há muitos anos e estou sempre disponível para me empenhar naturalmente em todos os lugares e em todas as tarefas que entendam em que posso ser útil”.

Alexandra Leitão, Ministra da Modernização do Estado e da Administração Pública, em entrevista ao ECO - 18JAN21
Alexandra Leitão, ministra da Modernização do Estado e da Administração PúblicaHugo Amaral/ECO

Após as negociações com os sindicatos em novembro, o Governo avançou com uma atualização salarial de 0,9% para os funcionários públicos, mas ao contrário do que aconteceu nos dois anos anteriores, os assistentes operacionais, com remunerações imediatamente a seguir à da base salarial (equivalente ao salário mínimo, que será de 705 euros em 2022), não tiveram valorizações adicionais.

Já sobre os aumentos salariais de 0,9% para 2022, que ficaram aquém do exigido pelos sindicatos, a ministra justificou com a crise causada pela pandemia de Covid-19.

“Quando este Governo tomou posse em outubro de 2019, a perspetiva era outra, estávamos a caminho do primeiro ano com o excedente orçamental (…), mas a partir de março entrámos numa situação de crise, que foi uma crise de saúde pública, mas com óbvias consequências económicas e sociais que fez com que algumas coisas tivessem de ter outro desenho”, disse Alexandra Leitão.

A ministra indicou ainda que o aumento de 0,9% está “exatamente em linha com a inflação”, sublinhando que o valor anual da inflação tido em conta foi o apurado em novembro pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), de 1,02%, retirando a deflação de 0,1% de 2020.

O Governo teve em consideração os valores da inflação apurados em novembro e não em dezembro “porque era o deadline para aprovar a medida” de forma a que ela fosse operacionalizada em janeiro, tendo em conta que se trata de um aumento transversal a 720 mil trabalhadores, justificou a ministra.

Recrutamento no Estado será “em breve” todo desmaterializado

O processo de recrutamento na administração pública será “em breve” todo desmaterializado, tal como está a acontecer no caso dos 1.295 trabalhadores que estão a ser contratados para executar o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), disse ainda a ministra, na mesma entrevista.

Alexandra Leitão afirmou que “não se perspetivam” dificuldades na execução do PRR, apesar do “chumbo” do Orçamento do Estado para 2022 (OE2022), indicando que o recrutamento dos 1.295 trabalhadores para executar os projetos da chamada “bazuca” europeia “já está a funcionar”.

“Foi assinado há pouco tempo o despacho que cria o contingente para os recursos humanos a contratar para desenvolver o PRR nos vários ministérios, portanto não se perspetiva essa dificuldade” de execução dos fundos, assegurou Alexandra Leitão.

Segundo disse, o recrutamento desses trabalhadores afetos ao PRR está a ser feito de forma “totalmente desmaterializada” e o objetivo é que o modelo seja replicado em toda a administração pública, onde atualmente os processos de recrutamento podem demorar vários meses.

“A Direção-Geral da Administração e do Emprego Público e a ESPAP [Entidade de Serviços Partilhados] desenvolveram no portal, na BEP [Bolsa de Emprego Pública] uma página autónoma, só para os recrutamentos do PRR que, aliás, acaba por ser também um piloto de desmaterialização total do recrutamento”, avançou a governante.

Alexandra Leitão disse que “a desmaterialização total do processo de recrutamento da administração pública” é um objetivo desde que iniciou funções governativas e que o processo que está a ser usado no contingente para o PRR “vai também servir como um piloto para um dia, em breve, o recrutamento ser todo ele, nas várias áreas, desmaterializado”.

O despacho que prevê o recrutamento de quase 1.300 trabalhadores para execução dos projetos do PRR foi publicado em 30 de novembro em Diário da República. O despacho define o número de postos de trabalho para abertura dos procedimentos concursais para contratos a termo certo ou incerto “pelo período máximo de execução dos respetivos projetos no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência”.

No total podem ser recrutados 1.295 trabalhadores com vista à execução dos projetos da chamada “bazuca” europeia. Do total de trabalhadores a contratar, 707 serão financiados integralmente pelo PRR pelo período máximo de execução dos respetivos projetos. Já os restantes 588 postos de trabalho são destinados a “apoio a tarefas de gestão dos investimentos e reformas do PRR, que não tenham financiamento através do PRR e que sejam integralmente suportados pelos orçamentos das respetivas entidades”.

O PRR português tem um período de execução dos fundos até 2026 e pretende implementar um conjunto de reformas e de investimentos com vista à retoma do crescimento económico, após a pandemia de Covid-19. O plano será financiado por recursos totais de 16,6 mil milhões de euros, distribuídos por cerca de 14 mil milhões de subvenções e 2,7 mil milhões de empréstimos.

Simplex com execução de 85%

Por fim, a ministra falou do programa Simplex 2020-2021, que arrancou em julho do ano passado e atingiu, até agora, uma taxa de execução de 85%.

“Estamos bastante satisfeitos com a taxa de execução deste Simplex, atendendo à contingência enorme em que todos vivemos”, disse Alexandra Leitão, que hoje apresenta o balanço do Simplex, programa de modernização e simplificação administrativa, numa cerimónia em Lisboa, com a sua equipa ministerial.

“Vamos apresentar uma taxa de execução de 85%, o que significa no fundo que, neste ano e meio, a situação pandémica não prejudicou o programa, já que é um dos Simplex com maior taxa de execução e já vamos em 15 Simplex”, acrescentou a ministra.

Segundo Alexandra Leitão, a pandemia de Covid-19 teve dois efeitos contraditórios na administração pública porque, por um lado “tornou tudo mais difícil”, mas por outro, acabou por acelerar algumas soluções na área digital.

Tendo em conta a evolução registada da implementação das medidas Simplex, a ministra estima que em janeiro a taxa de execução atinja 90% e que “o mais tardar, no primeiro trimestre” de 2022 o programa esteja concluído.

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5 coisas que vão marcar o dia

A DGS divulga plano de vacinação das crianças. Poul Thomsen e Carlos Costa em conferência. INE atualiza evolução das exportações nacionais. E o Presidente francês recebe o novo chanceler alemão.

A Direção-Geral de Saúde (DGS) divulga plano de vacinação das crianças. Poul Thomsen, o ex-chefe de missão do FMI em Portugal, e o ex-governador do Banco de Portugal Carlos Costa em conferência. O Conselho de Finanças Públicas discute a política tributária na era pós Covid. O Instituto Nacional de Estatística (INE) atualiza evolução das exportações nacionais. E o Presidente francês recebe o novo chanceler alemão.

DGS divulga plano de vacinação das crianças

A DGS realiza uma conferência de imprensa para apresentar o plano de vacinação das crianças dos 5 aos 11 anos que vão começar a ser vacinadas contra a Covid-19. O primeiro-ministro, António Costa, adiantou que as crianças com 11 anos deverão ser as primeiras a serem chamadas.

Como avançam as exportações?

O INE atualiza os dados relativos ao comércio de bens de Portugal com o exterior relativo a outubro. Os dados até setembro mostram que as exportações nacionais estão a crescer mais de 20% em relação ao mesmo período do ano passado, estando também a crescer 4% em relação a 2019, antes da pandemia.

Poul Thomsen e Carlos Costa em conferência

Inicia-se o Fórum Financeiro Outlook 2021, organizado pelo think tank PSO Global. O evento contará com a participação de Poul Thomsen, antigo economista chefe do FMI, responsável pela intervenção da troika há 10 anos e que apresenta um paper sobre desafios da economia portuguesa. Também Carlos Costa, ex-governador do Banco de Portugal, está entre os oradores.

A política de impostos na era pós-Covid

O Conselho de Finanças Públicas organiza a conferência “Política tributária na era pós-Covid 19″, em parceria com o ISEG e o Institute of Public Policy. É a quinta conferência do Ciclo de Conferências 2020 do CFP “De que regras orçamentais necessitamos no pós-Covid?”

Macron recebe o novo chanceler

O Presidente Emmanuel Macron recebe Olaf Scholz, novo chanceler da República Federal da Alemanha, para um almoço de trabalho por ocasião da sua primeira viagem ao estrangeiro.

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Falta de mão-de-obra e preços das matérias-primas ameaçam execução do PRR

As empresas de construção civil acreditam ter capacidade para executar todas as obras que serão lançadas no âmbito do PRR, mas é necessário o Governo adotar medidas para resolver constrangimentos.

A falta de mão-de-obra qualificada e o aumento dos custos dos materiais de construção são “questões conjunturais” que preocupam o setor da construção e que podem comprometer a execução do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), alerta o presidente da AICCOPN, em declarações ao ECO. Manuel Reis Campos defende que o Executivo deve adotar “medidas adequadas” para que estes problemas não se transformem em “obstáculos” na execução dos 16,6 mil milhões de euros da bazuca europeia.

Manuel Reis Campos garante que o setor da construção “tem total capacidade” para executar todas as obras previstas no PRR, mas alerta para os riscos existentes. Há muito que o setor tem identificada uma carência de mão-de-obra qualificada. Segundo o presidente da AICCOPN, associação que está em processo de fusão com a congénere do sul AECOPS, faltam “cerca de 70 mil trabalhadores no setor”, por isso, “é preciso promover o alinhamento entre a procura e a oferta de trabalho”. “Na atual conjuntura, não faz qualquer sentido coexistirem fenómenos como o desemprego com a falta de recursos humanos nas empresas“, sublinha o responsável.

Em setembro passado, o total nacional de desempregados inscritos nos centros de emprego, oriundos da construção e imobiliário, era de 30.034, ou seja, praticamente o mesmo número que se verificava antes do surto pandémico, detalha Reis Campos defendendo, por isso, a prioridade em implementar medidas como “a reorientação da formação profissional e a promoção da mobilidade transnacional da mão-de-obra“. Já que “a falta de mão-de-obra qualificada é o principal constrangimento apontado atualmente pelas empresas”, acrescenta.

Por outro lado, o setor tem vindo a ser confrontado com a subida abrupta e generalizada dos preços das matérias-primas, da energia e dos materiais de construção. Os preços dos materiais de construção estão cerca de 7% mais caros do que há um ano. De acordo com os dados do Instituto Nacional de Estatística, em setembro, a variação homóloga estimada do Índice de Custos de Construção de Habitação Nova (ICCHN) foi de 7,1%. O preço dos materiais disparou 8,9% (acima dos 8,7% em agosto) e o custo da mão-de-obra subiu 4,6% (acima dos 4% em agosto) no espaço de um ano. Numa análise mais longa, é possível verificar que os custos de construção estão 18,27% acima dos preços praticados em 2015.

Um agravamento de custos a que Reis Campos chama de “situação conjuntural anómala e imprevisível” que, “se prevalecer, tem de ser objeto de medidas concretas”, à semelhança do que já foi feito em diversos países europeus, como Itália e França. Emamnuel Macron, por exemplo, criou um gabinete de crise e pediu a todas as entidades públicas para não aplicarem penalizações por atrasos na execução dos contratos públicos decorrentes da falta de matérias-primas ou da escalada dos preços das mesmas.

Já em Itália foi criada uma compensação de 100 milhões de euros para as empresas de construção com obras públicas lidarem com o recente aumento dos custos das matérias-primas, como aço, madeira, etc. As empresas são elegíveis para este apoio sempre que os preços dos principais materiais de construção aumentem mais de 8% na primeira metade do ano, mas se os preços caírem mais de 8% também têm de compensar as entidades públicas.

Para Portugal, Reis Campos sugere que “os preços base dos concursos a lançar têm de considerar preços realistas e deve ser criado um fundo que possibilite aos donos de obra pública fazer face a variações significativas de preços nas empreitadas, por forma a que as empresas possam ser devidamente ressarcidas dos montantes em causa”.

O também presidente da Confederação Portuguesa da Construção e do Imobiliário (CPCI) também já defendeu medidas fiscais temporárias, como a revisão do regime de IVA que incide sobre a construção e reabilitação de habitações ou a eliminação do Adicional ao IMI (AIMI), para ajudar a travar a escalada dos preços da construção. Em declarações ao Jornal de Negócios frisou que “os impostos têm um peso desproporcionado nos custos finais”. “Não me refiro, apenas, aos combustíveis. A fiscalidade incidente sobre o imobiliário é outro exemplo. O Governo tem margem para atuar, ainda que com algumas medidas de caráter temporário, que permitam mitigar estes impactos”, defendeu.

Falta de mão-de-obra, subida dos preços das matérias-primas, da energia e dos materiais de construção “constituem entraves que têm de ser superados, tomando-se, atempadamente, as medidas certas“, alerta o presidente da AICCOPN, para que “o país possa cumprir todas as metas estabelecidas e tirar pleno partido dos fundos comunitários que estão a ser colocados à nossa disposição”.

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Isabel dos Santos impedida de entrar nos EUA

  • ECO
  • 10 Dezembro 2021

O Departamento de Estado dos EUA impôs restrições de uso de visto a Isabel dos Santos por utilização de fundos públicos para benefício próprio.

O Governo americano decidiu impor restrições à utilização de visto de Isabel dos Santos, rejeitando a autorização de entrada no país. De acordo com um comunicado do Departamento de Estado assinado por Antony J. Blinken, a filha do antigo presidente de Angola, José Eduardo dos Santos, consta de uma lista de figuras internacionais impedidas de entrar nos EUA por envolvimento em casos de corrupção.

De acordo com o referido comunicado, Isabel dos Santos é acusada de “envolvimento em casos de corrupção por apropriação de fundos públicos em benefícios próprio”.

No dia internacional de combate à corrupção, a administração americana assume a prioridade política da estratégia contra a corrupção. Neste comunicado, revela que passará a haver um coordenador global anti-corrupção, que trabalhará em articulação com todas as agências e parceiros internacionais, uma tarefa que Joe Biden definiu, lê-se, “o maior desafio da história”.

(em atualização)

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Após 6 anos, reforma das finanças públicas ainda está aquém do previsto

Tribunal de Contas aponta que existe um "défice de liderança", que está a cargo das Finanças, no processo para implementar as reformas previstas na Lei de Enquadramento Orçamental.

Arrancou em 2015 o processo para uma reforma das finanças públicas, com a aprovação da nova Lei de Enquadramento Orçamental (LEO). No entanto, seis anos depois, os projetos que concretizam esta reforma ainda têm um grau de execução baixo e o ritmo de progressos está “aquém do definido”, nota o Tribunal de Contas.

Apesar de se manter o compromisso com esta reforma, existe a “necessidade de uma liderança efetiva e de um planeamento detalhado na implementação do processo”, reitera o Tribunal de Contas, no Relatório de Auditoria à Implementação da Lei do Enquadramento Orçamental e do SNC-AP.

A liderança compete ao Ministério das Finanças, mas tem ficado para trás. O “défice de liderança foi-se tornando evidente com a não concretização dos produtos basilares ao processo”, explicita o organismo, nomeadamente no que diz respeito a um “plano de implementação realista e periodicamente atualizado, um modelo de governação da Unidade de Implementação da LEO (UniLEO) operacional e a identificação dos responsáveis pela execução de cada um dos projetos”.

A lei de 2015 definia um prazo “ambicioso”, ao determinar que o novo regime se aplicaria plenamente ao exercício orçamental de 2019, mas este “foi adiado já em duas revisões da LEO e, presentemente, prevê-se uma execução faseada, a concluir com a apresentação de demonstrações financeiras previsionais no OE 2027″, aponta o Tribunal de contas.

A implementação desta reforma tem assim vindo a arrastar-se, apesar de já terem sido feitos alguns avanços, ao nível da faturação eletrónica e do documento contabilístico e de cobrança, da aplicação das novas regras para centralização da informação contabilística no Ministério das Finanças, da informação de planeamento orçamental. Além disso, cerca metade das entidades públicas prestou contas no novo sistema de normalização contabilística.

Agora, o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) deu um novo impulso ao processo, já que vai financiar, em 123 milhões de euros, a “generalidade dos projetos previstos já desde 2017”. Não existem, no entanto, “garantias de minimização dos constrangimentos identificados no relatório, de forma a perspetivar a sua exequibilidade dentro do prazo de 2025, previsto no PRR”, sublinha o Tribunal.

Os alertas chegam numa altura em que “o modelo de governação se encontra em revisão desde março de 2019 e que a UniLEO não tem pessoal técnico desde junho 2020”. Além disso, existem ainda “matérias essenciais” com poucos desenvolvimentos, como é o caso do desenvolvimento dos sistemas de informação de suporte, a implementação da Entidade Contabilística Estado, o modelo de gestão da tesouraria do Estado e a reforma do sistema de controlo interno.

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Putin adverte que “russofobia” é “primeiro passo para um genocídio”

  • Lusa
  • 9 Dezembro 2021

“Devo falar da 'russofobia' como um primeiro passo para o genocídio. Isso é o que está a acontecer atualmente em Donbass", disse Vladimir Putin.

O Presidente da Rússia, Vladimir Putin, afirmou esta quinta-feira que a “russofobia” entre a população no leste da Ucrânia, área atualmente no centro de novas tensões entre Moscovo, Kiev e o Ocidente, é um “primeiro passo para o genocídio”.

“Devo falar da ‘russofobia’ como um primeiro passo para o genocídio. Isso é o que está a acontecer atualmente em Donbass. Podemos ver, nós sabemos disso”, respondeu Putin ao jornalista russo-ucraniano Kirill Vyshinsky, que lhe perguntou se iria introduzir as noções de “genocídio” e “incitamento ao genocídio” na lei russa.

A russofobia”, retorquiu o presidente russo, “claro que parece o genocídio de que falou”. Vyshinsky, preso em 2018 e 2019 na Ucrânia, disse que “os falantes de russo e membros do povo russo” no Donbass vivem em “condições de vida insuportáveis”, comparando a situação aos crimes do Holocausto.

As declarações de Putin, feitas no final de uma reunião com o Conselho Presidencial de Direitos Humanos, surgem numa altura em que o leste da Ucrânia está mais uma vez no centro de grandes tensões internacionais, com o Ocidente a acusar Moscovo de ter reunido dezenas de milhares de soldados com vista a um possível ataque ao país vizinho.

Situado no sudeste da Ucrânia, o Donbass engloba a bacia do rio Donets e integra uma região histórica, geográfica e cultural do extremo leste do país, onde o conflito começou algumas semanas após a anexação da península da Crimeia pela Rússia.

Em 2015, Putin já havia afirmado que a recusa das autoridades ucranianas em entregar gás às regiões separatistas do leste fazia pensar num “genocídio”. Quatro anos depois, argumentou que a tomada desses territórios por Kiev poderia levar a uma situação semelhante ao genocídio de Srebrenica em 1995 na Bósnia.

A solução política do conflito, prevista pelos acordos de Minsk de 2015, está num impasse. A Rússia é considerada o principal apoio militar e financeiro dos rebeldes, apesar de rejeitar as acusações.

As autoridades e a imprensa estatal da Rússia acusam regularmente Kiev de alimentar o conflito, seguindo uma política discriminatória contra as populações de língua russa, que o Governo ucraniano também rejeita.

Terça-feira, num encontro por videoconferência com Putin, o Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, ameaçou a Rússia com “fortes sanções económicas” no caso de um ataque a Kiev.

Ainda esta quinta-fera, Biden tem previsto reunir-se com o homólogo ucraniano Volodymyr Zelensky, para analisar a situação. Quarta-feira, a França, por sua vez, alertou Moscovo para as “consequências estratégicas” no caso de um ataque à Ucrânia.

Moscovo nega qualquer intenção beligerante e acusa os países da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO) de “multiplicar as provocações”, dando como exemplo as manobras militares perto das suas fronteiras no Mar Negro.

Entretanto, o Ministério da Defesa russo, num comunicado, afirmou esta quinta ter feito descolar dois caças para intercetar e escoltar vários aviões militares franceses e norte-americanos que voavam próximos da fronteira da Rússia, no Mar Negro. “Para identificar os alvos aéreos e evitar uma violação das fronteiras da Federação Russa, três caças ‘Su-27’ descolaram”, adiantou o ministério russo.

No comunicado é indicado que foram intercetados e escoltados dois caças franceses, um ‘Mirage 2000’ e outro ‘Rafale’, um avião militar de transporte de combustível ‘KC-135 Refueller’ igualmente da Força Aérea gaulesa, e ainda duas aeronaves de reconhecimento norte-americanas, um ‘CL-600 Artemis’ e um ‘RC-135’.

Os cinco aviões acabaram por fazer meia-volta, permitindo o regresso à base dos caça russos, acrescentou o Ministério da Defesa. No dia anterior, Moscovo já tinha anunciado que intercetara e escoltara três aeronaves francesas sobre o Mar Negro.

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Após três sessões de ganhos, Wall Street cede com olho na inflação

Já com os olhos postos nos dados da inflação, os investidores optaram pela cautela e os principais índices norte-americanos acabaram por desvalorizar, após três sessões consecutivas de ganhos.

O Nasdaq e o S&P 500 sofreram perdas na negociações desta quinta-feira numa altura em que os investidores realizaram ganhos após três sessões de valorização e mudaram o foco para a evolução dos preços em novembro, cujos dados vão ser divulgados esta sexta-feira. A questão na mente dos mercados é a dúvida sobre como os números da inflação podem influenciar a reunião da Reserva Federal na próxima semana.

O Dow Jones ficou inalterado nos 35.754,69 pontos. O Nasdaq cedeu 1,71% para os 15.517,37 pontos e o S&P 500 encolheu 0,72% para os 4.667,45 pontos. De notar que o Nasdaq tinha valorizado 4,7% nas últimas três sessões, o S&P 500 3,6% e o Dow Jones 3,4%. Com a queda desta sessão, o S&P 500 fica cerca de 1,2% abaixo do anterior máximo alcançado a 22 de novembro.

Os investidores aguardam pela informação desta sexta-feira em que o departamento do Trabalho vai divulgar o índice de preços no consumidor de novembro. A taxa de inflação tem sido um dos indicadores mais vigiados nos últimos meses por causa da subida dos preços. Os economistas apontam para um crescimento homólogo de 6,7%, a maior desde junho de 1982, caso se confirme.

Com a Ómicron em segundo plano e novos dados da inflação, o foco dos mercados regressa à evolução da política monetária da Reserva Federal. A Fed reúne-se na próxima semana, a 15 de dezembro, para decidir os próximos passos e os comentários feitos pelos responsáveis apontam para que acelere o ritmo de redução da compra de ativos. Caso a inflação seja superior ao esperado, tal pode levar a um maior aperto monetário.

Uma sondagem entre economistas feita pela Reuters mostra um consenso à volta de um aumento de juros diretores nos Estados Unidos na ordem dos 25 pontos base no terceiro trimestre do próximo ano, sem excluir a hipótese de que a Fed os aumente ainda antes disso.

As cotadas mais influenciadas pelas mudanças na política monetária são as do setor tecnológico, daí o Nasdaq ter registado a maior queda. Já as cotadas cíclicas, mais dependentes do ciclo económico, podem em teoria beneficiar de uma inflação mais pronunciada, na medida em que consigam passar esses custos mais elevados para os consumidores.

Uma das notícias que também influenciou a negociação desta quinta-feira é o facto de o número de novos pedidos de subsídio de desemprego ter ficado nos 184 mil na semana passada, inferior aos 210 mil estimados pelos economistas consultados pelo Dow Jones. Este é o valor mais baixo em mais de 52 anos, mostrando o dinamismo do mercado de trabalho norte-americano.

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